terça-feira, 18 de setembro de 2012

Precisamos de comissários permanentes*

* Por Luis Fernando Ramos


A importância que a atuação dos comissários de prova da Fórmula 1 ganhou nos últimos anos é inegável. Por conta disso, já passou da hora da FIA colocar um grupo de especialistas para a função. Quatro pessoas responsáveis por julgar as manobras polêmicas em todas as etapas da temporada. Comissários permanentes, não rotativos como está acontecendo até aqui.

Isto evitaria situações como as que tivemos nas últimas semanas. No final de semana do GP da Bélgica, os mesmos comissários que agiram com firmeza na hora de suspender o francês Romain Grosjean por uma corrida por ter provocado o acidente na largada - uma punição que não acontecia na Fórmula 1 há dezoito anos - absolveram o inglês James Calado de um perigoso “chega prá lá” em cima do brasileiro Luiz Razia.

Sete dias depois, em Monza, quatro comissários diferentes foram rápidos em aplicar um Drive Through para Sebastian Vettel por manobra similar sobre Fernando Alonso. Pior: nem chegaram a investigar o lance em que Paul Di Resta obriga Bruno Senna a sair da pista em plena freada, apesar de reclamação da equipe Williams. Dois lances iguais na sua essência e tratados de maneira completamente diferente.

Esse tipo de inconsistência nas decisões gera o pior dos efeitos: a impressão forte de que a FIA está julgando os lances sem objetividade. Dentre os quatro comissários em Monza haviam dois italianos e uma espanhola. Não é errado imaginar que isso influenciou na hora de tomar uma decisão que, na prática, seria uma boa ajuda para as pretensões de Alonso no Mundial de Pilotos.

Ter quatro comissários permanentes, que trariam desde a abertura do campeonato o histórico de punições e agiriam em cima disso seria uma solução óbvia. Mas será que a FIA quer objetividade nas decisões?

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