* Por Luis Fernando Ramos
Sebastian Vettel precisou esperar três horas após a bandeirada final para comemorar sua vitória no Grande Prêmio de Cingapura. Neste meio tempo subiu ao pódio, estourou a champanhe, deu entrevistas e passou um bom tempo na sala dos comissários dando suas explicações sobre um lance ocorrido na 38ª volta. Era um período de Safety Car e o alemão da Red Bull, na liderança, freou de forma brusca para aquecer seus pneus. A ação pegou Jenson Button de surpresa e por muito pouco não houve um acidente. Depois de momentos de expectiva, a decisão de que o incidente foi normal aconteceu e Vettel reteve a vitória - mas perdeu o voo que o levaria de volta para sua casa na Suíça.
O episódio foi apenas um entre os vários incidentes que marcaram uma corrida confusa. Sobraram punições para Michael Schumacher - dez posições no grid da próxima corrida por causar um acidente com Jean-Eric Vergne - e Mark Webber - acréscimo de 20 segundos no seu tempo final de corrida por uma ultrapassagem irregular. E uma absolvição para Bruno Senna, cujo toque com a Ferrari de Felipe Massa foi considerado como incidente de corrida.
Mais do que as decisões em si, o que irritou foi a demora delas. Para um evento que é sinônimo de tecnologia de ponta, o excesso de zelo e o lento processo de julgamento aplicado pela FIA vai se mostrando mais obsoleto à medida em que o número de incidentes aumenta. Algo que confunde de maneira desnecessária uma modalidade esportiva que já é complexa em si na sua raiz.
Na parte esportiva, a corrida marcou mais um golpe de sorte nas pretensões de título de Fernando Alonso. Apesar de Vettel ter descontado alguns pontos em relação ao espanhol, este saiu da corrida feliz da vida com o abandono de Lewis Hamilton, que liderou até a 23ª volta quando teve de abandonar por um problema de câmbio. O terceiro lugar no pódio foi saboreado como uma vitória.
"A McLaren tem um carro melhor e ter Vettel e não Hamilton como perseguidor mais próximo. Mas vimos que a Red Bull também foi forte aqui. O melhor a fazer é melhorar nosso carro. Temos ainda muito trabalho pela frente".
Quem também tem trabalho pela frente é a FIA. Evitar confusões como a de hoje é necessário.
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