terça-feira, 18 de setembro de 2012
Conquista incontestável*
* Por Rodrigo Mattar
O dia 15 de setembro de 2012 torna-se um marco na história da Toyota nas competições automobilísticas. Mais de duas décadas após o último triunfo, conquistado nos 500 km de Monza, válidos pelo World Sportscar Championship (WSC), que pereceria no fim de 1992, o fabricante nipônico conquistou uma vitória absolutamente incontestável nas 6 Horas de São Paulo – que levou o chefão do time, Monsieur Pascal Vasselon, a lágrimas emocionadas que podem fazer a montadora rever a decisão de disputar o Mundial de Endurance apenas neste ano, abandonando a competição em 2013.
O domínio da dupla que conduziu o TS030 Hybrid, formada por Alex Wurz e Nicolas Lapierre foi tremendo e evidenciado ao longo das 247 voltas da disputa. Com turnos de 32 voltas de combustível, contra 37 do e-tron quattro da Audi e 38 do R18 Ultra, só restava aos dois uma única saída. Acelerar. Dar o máximo. E foi o que eles fizeram. Tanto que só não lideraram no primeiro turno de pit stops. Daí até o fim, foi correr pro abraço. E como compensação pelo que aconteceu em Silverstone, a única entrada do Safety Car ao longo da disputa beneficiou os japoneses em detrimento da Audi.
Pelos lados de Ingolstadt, a derrota não parece ter sido bem digerida. Muitas caras e bocas nas garagens #19 e #20 e os alemães ainda viram o Toyota andar uma volta inteira na frente dos protótipos Audi, tidos como invencíveis, imbatíveis. Pois é… mitos caem. E ficam a 1’00″778 de diferença na quadriculada.
Por falar em mito, Tom Kristensen esteve entre nós e embora “sentasse a bota” no R18 Ultra #2, ele teve um entrevero com a Ferrari de Giancarlo Fisichella que, com certeza absoluta, custou a ele e a seus parceiros Lucas Di Grassi e Allan McNish o 2º lugar. Di Grassi, aliás, fez mais do que o esperado. Foi muito rápido com o carro em todos os treinos e só não andou no primeiro stint da prova por uma questão de hierarquia. Mas quando teve o carro nas mãos, não desapontou. Sua estreia pode ser considerada positiva.
Entre os privados, com o HPD da JRM Racing indo a nocaute por uma pane elétrica que o atrasou no resultado final, não houve muita briga pela simbólica vitória entre os LMP1 100% a gasolina. Deu Rebellion Racing na cabeça, com Neel Jani/Nicolas Prost cruzando duas voltas à frente do trio da Strakka Racing.
Outro triunfo que pode ser qualificado como enfático é o da Starworks Motorsports. A equipe de Peter Baron continua a nos impressionar em sua estreia no Mundial de Endurance e pode dizer, com grande orgulho, que conquistou vitórias na classe LMP2 em circuitos míticos como Sebring, Le Mans e, agora, Interlagos.
Com o 7º lugar na geral, Stéphane Sarrazin/Ryan Dalziel/Enzo Potolicchio terminaram três giros à frente do Oreca da Pecom, que fez uma excepcional corrida de recuperação após uma rodada de Pierre Kaffer logo na primeira volta. Rodada esta que quase causou um grande acidente envolvendo a Ferrari do trio brasileiro da AF Corse e que tirou de combate a Krohn Racing, que tinha esperanças de vir bem na corrida por causa do bom desempenho na prova de classificação.
A 3ª posição de pódio na LMP2 ficou com a OAK Racing, graças ao bom trabalho dos franceses Jacques Nicolet/Matthieu Lahaye/Olivier Pla. O Zytek de Christian Zügel/Elton Julian/Roberto Gonzalez fechou a disputa em quarto e em 11º na geral.
A luta entre Aston Martin, Porsche e Ferrari foi encarniçada o tempo todo na LMGTE-Pro, mas como já havia acontecido noutras corridas do ano, a autonomia de combustível foi decisiva para mais um triunfo da equipe AF Corse, com Giancarlo Fisichella/Gianmaria Bruni, terminando uma volta à frente de Darren Turner/Stefan Mücke e do Porsche de Marc Lieb/Richard Lietz.
E se não houve a tão aguardada vitória brasileira na LMP1, pelo menos um piloto do país triunfaria na LMGTE-Am. Com um primeiro stint impecável, sem erros, Fernando Rees deixou o Corvette C6-R #50 da Larbre Competition em condições de conquistar uma vitória igualmente merecida, tanto quanto a dos ganhadores nas outras categorias. E foi um triunfo tranquilo, com três voltas de frente para o Porsche #88 de Paolo Ruberti/Gianluca Roda/Christian Ried e cinco para o outro “Vette” conduzido por Christophe Bourret/Pascal Gibon/Jean-Philippe Belloc.
Só que, após a vistoria técnica obrigatória efetuada ao fim da disputa, assim como em Silverstone o carro do time de Jack Lecomte foi excluído do resultado final em decorrência de uma irregularidade técnica. Extra-oficialmente, o Team Felbermayr-Proton herda a vitória, mas a Larbre vai recorrer da decisão.
O acidente da primeira volta até que não afetou o carro de Enrique Bernoldi, que chegou a andar em 2º. Mas uma série de incidentes, que incluíram um furo de pneu e um time penalty mandaram as chances dele e dos parceiros Xandy Negrão e Chico Longo pro espaço. Acabaram em 4º na categoria (terceiro com a desclassificação do carro #50, anunciada há pouco), à frente do Porsche “devagar e sempre” da JWA-Avila.
De realçar o excelente índice técnico das 6 Horas de São Paulo, onde de 28 carros que largaram, somente três não viram a quadriculada. E enquanto já esperamos pela próxima etapa, daqui a duas semanas no Bahrein, vamos anotando na agenda: 31 de agosto de 2013, o dia em que novamente as máquinas maravilhosas do Mundial de Endurance estarão por aqui.
Confesso que já estou com saudades.
O dia 15 de setembro de 2012 torna-se um marco na história da Toyota nas competições automobilísticas. Mais de duas décadas após o último triunfo, conquistado nos 500 km de Monza, válidos pelo World Sportscar Championship (WSC), que pereceria no fim de 1992, o fabricante nipônico conquistou uma vitória absolutamente incontestável nas 6 Horas de São Paulo – que levou o chefão do time, Monsieur Pascal Vasselon, a lágrimas emocionadas que podem fazer a montadora rever a decisão de disputar o Mundial de Endurance apenas neste ano, abandonando a competição em 2013.
O domínio da dupla que conduziu o TS030 Hybrid, formada por Alex Wurz e Nicolas Lapierre foi tremendo e evidenciado ao longo das 247 voltas da disputa. Com turnos de 32 voltas de combustível, contra 37 do e-tron quattro da Audi e 38 do R18 Ultra, só restava aos dois uma única saída. Acelerar. Dar o máximo. E foi o que eles fizeram. Tanto que só não lideraram no primeiro turno de pit stops. Daí até o fim, foi correr pro abraço. E como compensação pelo que aconteceu em Silverstone, a única entrada do Safety Car ao longo da disputa beneficiou os japoneses em detrimento da Audi.
Pelos lados de Ingolstadt, a derrota não parece ter sido bem digerida. Muitas caras e bocas nas garagens #19 e #20 e os alemães ainda viram o Toyota andar uma volta inteira na frente dos protótipos Audi, tidos como invencíveis, imbatíveis. Pois é… mitos caem. E ficam a 1’00″778 de diferença na quadriculada.
Por falar em mito, Tom Kristensen esteve entre nós e embora “sentasse a bota” no R18 Ultra #2, ele teve um entrevero com a Ferrari de Giancarlo Fisichella que, com certeza absoluta, custou a ele e a seus parceiros Lucas Di Grassi e Allan McNish o 2º lugar. Di Grassi, aliás, fez mais do que o esperado. Foi muito rápido com o carro em todos os treinos e só não andou no primeiro stint da prova por uma questão de hierarquia. Mas quando teve o carro nas mãos, não desapontou. Sua estreia pode ser considerada positiva.
Entre os privados, com o HPD da JRM Racing indo a nocaute por uma pane elétrica que o atrasou no resultado final, não houve muita briga pela simbólica vitória entre os LMP1 100% a gasolina. Deu Rebellion Racing na cabeça, com Neel Jani/Nicolas Prost cruzando duas voltas à frente do trio da Strakka Racing.
Outro triunfo que pode ser qualificado como enfático é o da Starworks Motorsports. A equipe de Peter Baron continua a nos impressionar em sua estreia no Mundial de Endurance e pode dizer, com grande orgulho, que conquistou vitórias na classe LMP2 em circuitos míticos como Sebring, Le Mans e, agora, Interlagos.
Com o 7º lugar na geral, Stéphane Sarrazin/Ryan Dalziel/Enzo Potolicchio terminaram três giros à frente do Oreca da Pecom, que fez uma excepcional corrida de recuperação após uma rodada de Pierre Kaffer logo na primeira volta. Rodada esta que quase causou um grande acidente envolvendo a Ferrari do trio brasileiro da AF Corse e que tirou de combate a Krohn Racing, que tinha esperanças de vir bem na corrida por causa do bom desempenho na prova de classificação.
A 3ª posição de pódio na LMP2 ficou com a OAK Racing, graças ao bom trabalho dos franceses Jacques Nicolet/Matthieu Lahaye/Olivier Pla. O Zytek de Christian Zügel/Elton Julian/Roberto Gonzalez fechou a disputa em quarto e em 11º na geral.
A luta entre Aston Martin, Porsche e Ferrari foi encarniçada o tempo todo na LMGTE-Pro, mas como já havia acontecido noutras corridas do ano, a autonomia de combustível foi decisiva para mais um triunfo da equipe AF Corse, com Giancarlo Fisichella/Gianmaria Bruni, terminando uma volta à frente de Darren Turner/Stefan Mücke e do Porsche de Marc Lieb/Richard Lietz.
E se não houve a tão aguardada vitória brasileira na LMP1, pelo menos um piloto do país triunfaria na LMGTE-Am. Com um primeiro stint impecável, sem erros, Fernando Rees deixou o Corvette C6-R #50 da Larbre Competition em condições de conquistar uma vitória igualmente merecida, tanto quanto a dos ganhadores nas outras categorias. E foi um triunfo tranquilo, com três voltas de frente para o Porsche #88 de Paolo Ruberti/Gianluca Roda/Christian Ried e cinco para o outro “Vette” conduzido por Christophe Bourret/Pascal Gibon/Jean-Philippe Belloc.
Só que, após a vistoria técnica obrigatória efetuada ao fim da disputa, assim como em Silverstone o carro do time de Jack Lecomte foi excluído do resultado final em decorrência de uma irregularidade técnica. Extra-oficialmente, o Team Felbermayr-Proton herda a vitória, mas a Larbre vai recorrer da decisão.
O acidente da primeira volta até que não afetou o carro de Enrique Bernoldi, que chegou a andar em 2º. Mas uma série de incidentes, que incluíram um furo de pneu e um time penalty mandaram as chances dele e dos parceiros Xandy Negrão e Chico Longo pro espaço. Acabaram em 4º na categoria (terceiro com a desclassificação do carro #50, anunciada há pouco), à frente do Porsche “devagar e sempre” da JWA-Avila.
De realçar o excelente índice técnico das 6 Horas de São Paulo, onde de 28 carros que largaram, somente três não viram a quadriculada. E enquanto já esperamos pela próxima etapa, daqui a duas semanas no Bahrein, vamos anotando na agenda: 31 de agosto de 2013, o dia em que novamente as máquinas maravilhosas do Mundial de Endurance estarão por aqui.
Confesso que já estou com saudades.
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