* Por Fábio Seixas
Imagine que a empresa em que você trabalha está buscando uma meta de faturamento, disputando uma concorrência lucrativa, algo assim, e o presidente manda uma carta de motivação para os quase 500 funcionários. Diz que tudo está aberto, que não há um grande adversário à frente, que é preciso capitalizar o bom momento e que chegou a hora de todos darem o seu máximo. Enfim, aquelas balelas de sempre.
E, entre todos esses funcionários, ele cita dois nomes. O do sujeito que senta ao seu lado, elogiando sua grande habilidade. E o seu, pedindo que você cumpra as expectativas.
Desagradável, não?
Aconteceu com Massa, nesta semana de espera para o GP mais badalado e mais observado da temporada. A carta de Montezemolo completa declarações recentes de Domenicali pedindo mais foco ao brasileiro e insinuando que seu futuro na equipe e na F-1 está em jogo. Acrescenta peso ao alerta -afinal, é o presidente falando. E, misturando tudo, tem tom de ultimato.
Não faltam razões.
Alonso conquistou 97% dos pontos da Ferrari até o momento. É o vice-líder do campeonato, perdendo apenas para Vettel nos critérios de desempate.
Está pilotando brilhantemente e exibindo alto astral e confiança pelo paddock.
Massa tem só dois pontos, mais apenas do que os seis pilotos das equipes nanicas.
Vem fazendo corridas atrapalhadas e chegou a levar uma volta do companheiro na última etapa, na Espanha.
Pior do que tudo isso, talvez, seja o fato de não demonstrar gana para reagir. Aparece sempre acabrunhado, encolhido, aéreo, como que sem forças para lutar.
Não há nada menos Ferrari -não à toa, o maior mito da escuderia italiana é um canadense dos tempos de seca, mas brigador e ousado até a tampa.
Massa tem só mais este final de semana para brigar.
Ok, se não corresponder pode até conseguir uma sobrevida até o final do ano.
Mas todos por lá, inclusive o chefe, já o enxergarão como um ex-ferrarista.
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