sexta-feira, 18 de maio de 2012
Ferrari garante Massa na equipe e não o descarta para 2013*
* Por Lívio Oricchio
Stefano Domenicali, diretor da Ferrari, até para responder também aos torcedores da equipe, indignados com a diferença de resultados entre Felipe Massa e Fernando Alonso, disse, ainda em Barcelona, esperar mais do brasileiro. “Começando já do GP de Mônaco.” A prova do principado, sexta do calendário, será dia 27. Alonso lidera o campeonato com 61 pontos diante de apenas 2 de Massa, o 17.º. Mas e se Massa não corresponder à expectativa de marcar pontos com regularidade para ajudar a Ferrari crescer no Mundial de Construtores, a escuderia o manterá até o fim da temporada?
Em conversa exclusiva com o Estado, ontem, o chefe de comunicação da Ferrari, Luca Colajanni, não se esquivou de responder à questão: “Felipe tem toda a confiança da equipe, a começar pelo nosso presidente”. Comentou, ainda, não existir a mínima intenção de substituí-lo. E foi além: “Não decidimos, ainda, qual será a formação de pilotos para 2013 e Felipe não está descartado de nossos planos”.
Domenicali lembrou na Espanha que o primeiro a ajudar Massa tem de ser ele próprio. Em entrevista exclusiva ao Estado, em 2011, no Canadá, o dirigente deu o seu diagnóstico para as dificuldades do piloto: “Felipe perdeu parte da sua autoconfiança. E vai precisar dela não só para se manter na Ferrari como pensando no seu próprio futuro na Fórmula 1”. Essa perda está relacionada à capacidade de Alonso tirar muito mais velocidade de carros nem tão equilibrados. Massa vencia Kimi Raikkonen com frequência. Com Alonso, só perde. Isso o desestabilizou emocionalmente.
O chefe de imprensa da Ferrari sai em defesa de Massa. “No GP da China, Felipe, o 13.º, ficou a apenas 5 segundos de Fernando, 9.º, e em Bahrein, Felipe foi o 9.º, a 7 segundos de Fernando, 7.º. E Fernando, há um consenso, é o mais completo em atividade hoje.” A respeito das dificuldades de Massa no fim de semana no Circuito da Catalunha, Colajanni primeiro defendeu a Ferrari: “Não é correto responsabilizar a equipe por Felipe ter enfrentado tráfego na classificação, como vimos”.
Explicou: “Felipe perdeu tempo, sim, algo como 3/10 de segundo, porque vários pilotos abriram sua volta naquele momento. Como a diferença para Fernando foi de 6/10, Felipe ficaria, digamos, a 3/10 de Alonso, também aceitável.” Colajanni concluiu: “Ocorre que hoje na Fórmula 1, ficar a 6/10 dos primeiros, como foi o caso de Felipe no Q2, significou a diferença entre ser 5.º, como Fernando, e 16.º, a posição de Massa”.
O desempenho de Massa na corrida também foi visto com bons olhos pela equipe, apesar da cobrança maior daqui para a frente, pois evitar situações que possam comprometer seu melhor trabalho faz parte das responsabilidades dos pilotos, como lembrou Domenicali, na conversa com o Estado. “Felipe fez ótima largada, ultrapassou cinco adversários. Lutava com Mark Webber, Jenson Button. Mas a punição (drive through) certame o prejudicou”. Massa acabou apenas em 15.º. “Pelas nossas contas, poderia ter sido de 8.º a 10.º. Em ambas marcaria pontos.”
Para não deixar nenhuma dúvida no ar, o chefe de comunicação da Ferrari não se importa de comentar sobre os muitos rumores de que o acidente de Massa, em 2009, na Hungria, estaria por trás da perda importante de desempenho. “Não dispomos de nenhum elemento que nos faça pensar que Felipe perdeu velocidade por causa do acidente. Zero.” E antes de Massa voltar a competir, lembrou, passou por todo tipo de exames, pelos especialistas mais renomados.
O doutor Gary Hartstein, médico da Fórmula 1, em conversa com O Estado, no circuito de Sakhir, em Bahrein, reforçou a informação de que não há relação entre Massa receber no capacete o impacto de uma mola solta da Brawn GP de Rubens Barrichello, na classificação da prova em Budapeste, e seu desempenho inferior, desde então. “Uma experiência dessas te deixa diferente, mas não dá para dizer que foi por isso que Felipe deixou de vencer na Formula 1.”
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