quinta-feira, 31 de maio de 2012
A Fórmula 1, o equilíbrio e os ranzinzas*
* Por Rafael Lopes
A temporada 2012 já ganhou um lugar de destaque na história da Fórmula 1. Em 63 anos de disputa, nunca um campeonato teve um equilíbrio tão grande quanto neste ano. Foram seis corridas com seis vencedores diferentes – Jenson Button, Fernando Alonso, Nico Rosberg, Sebastian Vettel, Pastor Maldonado e Mark Webber – de cinco equipes diferentes – McLaren, Ferrari, Mercedes, RBR e Williams. Após pouco mais de um quarto das 20 corridas programadas, ainda não dá para apontar um favorito. Sensacional, não é mesmo? Pois é, mas acreditem: tem alguns ranzinzas reclamando disso. Gente como Button e o tricampeão Niki Lauda. Com todo o respeito? Bom mesmo deve ser quando um piloto dispara logo no início do ano, não é mesmo?
Até entendo a reclamação de Button. O inglês venceu a primeira corrida de 2012, na Austrália, mas caiu de produção logo em seguida. Atualmente é apenas o sétimo no Mundial de Pilotos, 21 pontos atrás do líder Alonso – menos que uma vitória, que dá 25. Ou seja: o equilíbrio, de certa forma, ajudou ao piloto da McLaren a atenuar seu mau desempenho nas últimas corridas. Seria bom que Button começasse a se preocupar com seus resultados em vez de reclamar do equilíbrio do campeonato. Agora, confesso que não entendi o argumento de Niki Lauda, sinceramente. Eis a declaração do ex-piloto austríaco em entrevista à agência de notícias Reuters:
- Foi muito interessante no início, todos nós fomos surpreendidos. Mas se isto continuar, vamos perder espectadores, porque o público quer ver os campeões mundiais ganhando. Precisamos de duas corridas com vencedores conhecidos e, em seguida, algo louco pode voltar a acontecer – disse Lauda.
Pois é. Para Lauda, o surgimento de novos vencedores afastará o público. Confesso que não vi lógica neste raciocínio. A imprevisibilidade do campeonato deste ano está chamando a atenção de gente que não ligava para a Fórmula 1 ou até mesmo não assistia às corridas há algumas temporadas. tenho vários amigos que estão curiosos e vivem me perguntando o porquê da disputa acirrada e do recorde de vencedores diferentes. No ano passado, por causa do amplo domínio da RBR e de Sebastian Vettel, vi muita gente parar de se interessar pela categoria, justamente pela mesmice de resultados. E as corridas estavam bem disputadas e animadas, assim como em 2012. Variar um pouco – ou muito – sempre faz bem. É uma lufada de ar fresco.
É claro que as coisas tendem a se assentar no restante do campeonato. Não veremos essa situação se manter por muito tempo. Descobriremos os protagonistas da temporada e da disputa do título de 2012 em poucas corridas. A decisão, entretanto, só deverá acontecer nas últimas corridas, com grandes chances de o GP do Brasil, última corrida deste ano, ser mais uma vez a prova decisiva do Mundial de Pilotos. Ou seja: é hora de curtir o momento, aproveitar o equilíbrio, se divertir com os Grandes Prêmios. A F-1 vive um momento único.
E o campeão? Com as limitações das inovações técnicas impostas pelo regulamento, o fator decisivo será o uso dos pneus. O carro que conseguir lidar melhor com o desgaste e manter um bom desempenho terá vantagem no restante do campeonato. Nenhuma das cinco equipes que venceu até agora descobriu a fórmula mágica para o bom uso de todos os compostos desenvolvidos pela Pirelli. Talvez a que mais esteja próxima disso seja a RBR, que subiu ao alto do pódio duas vezes. Mas ainda é cedo para tirar este tipo de conclusão. O fato é que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) acertou a mão nas regras como há anos não víamos.
Então, curtam, aproveitem, divirtam-se. Esqueçam os ranzinzas. O campeonato deste ano está sensacional.
A temporada 2012 já ganhou um lugar de destaque na história da Fórmula 1. Em 63 anos de disputa, nunca um campeonato teve um equilíbrio tão grande quanto neste ano. Foram seis corridas com seis vencedores diferentes – Jenson Button, Fernando Alonso, Nico Rosberg, Sebastian Vettel, Pastor Maldonado e Mark Webber – de cinco equipes diferentes – McLaren, Ferrari, Mercedes, RBR e Williams. Após pouco mais de um quarto das 20 corridas programadas, ainda não dá para apontar um favorito. Sensacional, não é mesmo? Pois é, mas acreditem: tem alguns ranzinzas reclamando disso. Gente como Button e o tricampeão Niki Lauda. Com todo o respeito? Bom mesmo deve ser quando um piloto dispara logo no início do ano, não é mesmo?
Até entendo a reclamação de Button. O inglês venceu a primeira corrida de 2012, na Austrália, mas caiu de produção logo em seguida. Atualmente é apenas o sétimo no Mundial de Pilotos, 21 pontos atrás do líder Alonso – menos que uma vitória, que dá 25. Ou seja: o equilíbrio, de certa forma, ajudou ao piloto da McLaren a atenuar seu mau desempenho nas últimas corridas. Seria bom que Button começasse a se preocupar com seus resultados em vez de reclamar do equilíbrio do campeonato. Agora, confesso que não entendi o argumento de Niki Lauda, sinceramente. Eis a declaração do ex-piloto austríaco em entrevista à agência de notícias Reuters:
- Foi muito interessante no início, todos nós fomos surpreendidos. Mas se isto continuar, vamos perder espectadores, porque o público quer ver os campeões mundiais ganhando. Precisamos de duas corridas com vencedores conhecidos e, em seguida, algo louco pode voltar a acontecer – disse Lauda.
Pois é. Para Lauda, o surgimento de novos vencedores afastará o público. Confesso que não vi lógica neste raciocínio. A imprevisibilidade do campeonato deste ano está chamando a atenção de gente que não ligava para a Fórmula 1 ou até mesmo não assistia às corridas há algumas temporadas. tenho vários amigos que estão curiosos e vivem me perguntando o porquê da disputa acirrada e do recorde de vencedores diferentes. No ano passado, por causa do amplo domínio da RBR e de Sebastian Vettel, vi muita gente parar de se interessar pela categoria, justamente pela mesmice de resultados. E as corridas estavam bem disputadas e animadas, assim como em 2012. Variar um pouco – ou muito – sempre faz bem. É uma lufada de ar fresco.
É claro que as coisas tendem a se assentar no restante do campeonato. Não veremos essa situação se manter por muito tempo. Descobriremos os protagonistas da temporada e da disputa do título de 2012 em poucas corridas. A decisão, entretanto, só deverá acontecer nas últimas corridas, com grandes chances de o GP do Brasil, última corrida deste ano, ser mais uma vez a prova decisiva do Mundial de Pilotos. Ou seja: é hora de curtir o momento, aproveitar o equilíbrio, se divertir com os Grandes Prêmios. A F-1 vive um momento único.
E o campeão? Com as limitações das inovações técnicas impostas pelo regulamento, o fator decisivo será o uso dos pneus. O carro que conseguir lidar melhor com o desgaste e manter um bom desempenho terá vantagem no restante do campeonato. Nenhuma das cinco equipes que venceu até agora descobriu a fórmula mágica para o bom uso de todos os compostos desenvolvidos pela Pirelli. Talvez a que mais esteja próxima disso seja a RBR, que subiu ao alto do pódio duas vezes. Mas ainda é cedo para tirar este tipo de conclusão. O fato é que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) acertou a mão nas regras como há anos não víamos.
Então, curtam, aproveitem, divirtam-se. Esqueçam os ranzinzas. O campeonato deste ano está sensacional.
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