* Por Lívio Oricchio
Se existe um piloto que depois de seis corridas está surpreendendo a Fórmula 1 é Fernando Alonso. Sua velocidade continua intocável. Mas sua vontade de voltar a ser campeão do mundo, três anos depois do último título, a compulsão por corresponder ao que Ferrari espera dele e o melhor preparo da Red Bull o estão levando a fazer algo que não se conhecia: cometer erros seguidos. E decisivos.
Com exceção das provas em Bahrein, abertura da temporada, e na Espanha, quinta do calendário, nas demais quatro Alonso teve responsabilidade direta nos resultados abaixo do esperado e do potencial do modelo F10 da Ferrari. Senão vejamos: na Austrália, envolveu-se num acidente na largada com dois outros campeões do mundo, Michael Schumacher e Jenson Button; na Malásia, como Massa interpretou mal as condições do tempo e não passou do Q1 na classificação; na China, queimou a largada; em Mônaco, andou além do limite do treino livre do sábado, bateu forte e sequer pôde disputar a classificação.
Sua capacidade, porém, é tanta, que mesmo diante de comprometer sua classificação no grid, como ocorreu na Malásia e em Mônaco, ao longo da corrida consegue se recuperar em parte.
É por esse motivo que, apesar dos seus erros e das falhas da própria Ferrari, Alonso é o terceiro colocado no campeonato, com 75 pontos, diante de 78 dos líderes, Mark Webber e Sebastian Vettel, da Red Bull. “Errei algumas vezes, tive dois motores e um câmbio quebrados e, mesmo assim, estou perto dos primeiros. Não dá para ficar triste”, disse o asturiano de 28 anos, em Mônaco, domingo, depois de largar dos boxes, e terminado em sexto.
Quem acompanha Alonso nos fins de semana de corrida percebe sem dificuldade diferenças no comportamento. A Ferrari lhe paga o mesmo salário de Kimi Raikkonen, € 25 milhões, fora da realidade da economia do mundo atual, e Alonso sabe que a equipe destinou o mesmo valor ao finlandês para lhe dar a vaga. Tudo porque os italianos concluíram que Alonso é o piloto com as características ideais para liderar o time a novas conquistas.
Nos testes que antecederam a abertura do Mundial, Alonso tinha certeza de que poderia ser campeão de novo. O modelo F10, com os pneus supermacios e médios, voava nas pistas. Mas as primeiras etapas mostraram que a Red Bull está muito à frente, surpreendentemente. “Hoje eles são imbatíveis”, afirmou Alonso em Mônaco, abatido com a constatação.
Vale tudo para Alonso atingir seus objetivos. Exigir do carro além do seu limite, como fez em Mônaco, e até simplesmente não se importar com o companheiro de Ferrari, Felipe Massa, ao colocá-lo para fora da pista na entrada dos boxes, na China. Essa ansiedade toda, razão maior de seus problemas, pôde ser observada em Mônaco também, quando lutava com Lucas Di Grassi pelo 16.º lugar, no começo da prova. Agitava as mãos como se o brasileiro da Virgin tivesse de lhe dar passagem.
Até agora, Alonso errou mas não se distanciou dos líderes por causa dos problemas de confiabilidade do modelo RB6 da Red Bull. Mas as dificuldades de Webber e Vettel parecem solucionadas, diante das vitórias seguidas do australiano em Barcelona e nas ruas de Mônaco. Isso quer dizer que para disputar o título, já quase uma obsessão, Alonso terá de manter seus dotes de piloto excepcional, sem, porém, continuar errando.
5 comentários:
Se o Massa não tivesse tirado o carro naquela entrada de boxes, seria mais um pra conta.
E tonto do Massa que tirou, eu não tirava, só pra ouvir o barulho...
Por mim, pode continuar errando!
Por mim também: ele pode continuar errando.. e ainda assim continuar sendo o melhor piloto do grid.:D
Essa é diferença do cara pros outros. Acho que daqui pra frente tudo vai ser diferente. Cheiro de tri no ar.. rsrsrs.
Roque, Roque... :P
a ferrari erra mais que ele... ainda acho que o alonso é o favorito ao título... se a equipe conseguir evoluir o carro, deixando-o um pouco mais próximo do desempenho da red bull!!!
O Alonso e a Ferrari, vão ser campeão e campeã sim, mas não esse ano...
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