* Por Luis Fernando Ramos
O inglês Jackie Oliver não tem boas lembranças da sua estreia na Fórmula 1. Era o GP de Mônaco de 1968 e ele entrava na equipe Lotus para substituir ninguém menos que Jim Clark, morto num acidente no mês anterior. Além da pressão natural, ele não recebeu muito apoio do chefe do time Colin Chapman. A única orientação de todo o final de semana veio quando ele já estava alinhado no grid para a largada.
- Olha aqui garoto, na história dessa corrida nunca terminam mais do que seis carros, então leve o seu até o final que você terá marcado seu primeiro ponto - orientou o chefe. Em vão, uma vez que Oliver bateu ainda na primeira volta.
O conselho de Chapman pode ser replicado por qualquer chefe de equipe neste ano, no grid de largada de Melbourne. Quase três semanas após os testes em Jerez, o primeiro dia de atividades no Bahrein mostrou que as equipes continuando sofrendo bastante para colocar o carro na pista. Red Bull, Lotus, Williams, Toro Rosso e Marussia passaram a maior parte do dia com o carro nos boxes. Felipe Massa nem conseguiu registrar uma volta cronometrada.
Isso explica porque os pilotos estão andando em ritmo mais lento até aqui. Em que pese a perda de performance decorrente de um carro com menor aderência e um motor menos potente, a ordem nas equipes é a de garantir que todos os sistemas funcionem plenamente, o que não está sendo fácil.
Todos os indícios apontam para a volta da imprevisibilidade na Fórmula 1. As primeiras corridas do ano devem trazer uma série de quebras, como era comum na categoria até meados dos anos 90. O quadro que estamos vendo na pré-temporada ilustra o tamanho do desafio que os engenheiros estão enfrentando. Depois de anos projetando carros velozes, eles voltam a ter de se preocupar em fazer carros resistentes.
É como reza a famosa frase de Ron Dennis, chefão da McLaren: “para terminar em primeiro, primeiro é preciso terminar”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário