* Por Luis Fernando Ramos
O ano de 2013 começou com algumas incertezas rondando a Fórmula 1. Uma menor, mas nem tanto, é a indefinição do calendário deste ano, com a data da corrida do dia 21 de julho ainda reservada para uma corrida na Europa que ninguém sabe se vai ocorrer. Mas o principal assunto para a categoria é em relação ao futuro de Bernie Ecclestone.
No último domingo, o inglês admitiu em uma entrevista ao “The Sunday Telegraph” que deixaria o comando da F-1 caso seja condenado por suborno no processo que está correndo na Alemanha, relativo à venda dos direitos comerciais da categoria para o grupo de investidores CVC, em 2006. Algo lógico, ele não poderia tocar o negócio de dentro da cadeia. Importante citar que ele alega inocência.
Preso ou não, Ecclestone está em idade avançada e muita gente já se mexe nos bastidores de olho neste negócio lucrativo - o fato é que a F-1 rende muito dinheiro tanto para o grupo CVC como para as equipes e também para a FIA. As brigas que ocorrem remetem justamente a algum lado insatisfeito com a distribuição atual desse bolo.
É por isso que Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, já deu algumas indiretas via imprensa ao dizer que a categoria precisa de “gente com uma visão mais moderna” e que “Bernie precisa entender que o show de um homem só acabou”.
Faz um tempo que o italiano pleiteia mais poder de decisão para os times. É algo que funciona bem na DTM. Mas fica a dúvida se isto seria o melhor para a F-1. Afinal, a Ferrari cansou de dar exemplos recentes de não se importar em jogar o espírito esportivo para o inferno quando pode ganhar uma vantagem para si. Imagine só como seria isto com os times no poder. Provavelmente uma enorme confusão.
A gestão de Ecclestone tem seus defeitos, especialmente em relação à política de organização das corridas quando a tradição não conta nada, apenas o tamanho do cheque do organizador. Mas será que um novo comando não continuaria apostando também no mercado e fugindo da Europa em crise?
Vai saber, quem sabe o resultado final seria pior sem Bernie no comando. Por mais que ele pense sempre nos negócios em primeiro lugar, pelo menos demonstrou ao longo de tantas décadas que jamais deixaria o show descambar para o ridículo. A ótima temporada de 2012 está aí para mostrar isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário