* Por Lívio Oricchio
Como o estoque de adjetivos, nos mais distintos idiomas, para elogiar a 63.ª temporada da história da Fórmula 1 está se esgotando, talvez o melhor recurso para expor as fortes emoções do campeonato seja quase apenas retratar os fatos. Por si sós são capazes de mostrar o espetáculo grandioso. A ultrapassagem de Lewis Hamilton, da McLaren, sobre Fernando Alonso, da Ferrari, a sete voltas da bandeirada, ontem, no disputado GP do Canadá, por exemplo, permitiu ao combativo jovem inglês tornar-se o sétimo piloto diferente a vencer nas sete etapas realizadas.
“Aproveitei cada segundo da minha corrida. Meu ritmo quando compreendi que Alonso faria uma parada só foi no limite máximo do carro”, disse Hamilton, feliz como nunca este ano. A McLaren optou por duas paradas. “E é incrível como a disputa está competitiva. Somei 25 pontos e minha vantagem sobre Fernando é de apenas dois pontos”, completou. A conquista no circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, deu ao piloto mais combativo do ano até agora, ao lado de Alonso, a liderança do Mundial, com 88 pontos, diante de 86 do espanhol da Ferrari que, sem pneus nas sete últimas voltas, caiu do primeiro para o quinto lugar.
Ao contrário do ano passado, em que Hamilton não lembrou em nada o excepcional piloto que é, agora marcou pontos nas sete provas realizadas. “Ficará com o título quem for mais consistente”, afirmou, ontem, demostrando enorme maturidade o campeão do mundo de 2008. Enquanto em 2011 perdeu a concorrência para o companheiro de McLaren, Jenson Button, este ano Hamilton se impõe de forma inequívoca. Button ontem esteve irreconhecível ao terminar em 16.º e soma 45 pontos, oitavo apenas na classificação.
“O mais incrível é que só compreendi ser possível vencer depois de ver, nas primeiras voltas, que meu ritmo era o mesmo de Sebastian (Sebastian Vettel, da Red Bull, pole position) e Fernando. A partir desse momento pensei comigo que teria chance”, explicou Hamilton, segundo no grid. Vettel precisou fazer uma segunda parada para a troca dos pneus, a sete voltas do fim, e acabou em quarto. É o terceiro no Mundial, com 85 pontos. Com o sétimo lugar ontem, o vencedor da etapa anterior, Mark Webber, da Red Bull, chega a 79 pontos. A temporada apresenta quatro pilotos, de três equipes distintas, separados por 9 pontos, depois de sete provas. A próxima é nas ruas de Valência, na Espanha, dia 24.
Dois outros jovens completaram o pódio do GP do Canadá, ambos largando lá de trás do grid, para se ter a dimensão do andamento da disputa. O veloz francês Romain Grosjean, da Lotus, desta vez não se envolveu em acidentes na largada e, com sua garra, obteve brilhante segunda colocação. “Eu ainda preciso entender melhor o que aconteceu. Foi tudo muito rápido no fim. Sabia que o calor iria nos favorecer. E nossa estratégia de um pit stop apenas ajudou.” Já no GP de Bahrein havia sido terceiro. Seu parceiro, Kimi Raikkonen, terminou em oitavo.
Mais uma vez o suíço Peter Sauber se emocinou ao ver Sergio Perez no pódio, desta vez em terceiro. Na Malásia recebeu o troféu do segundo lugar. “Meus pneus não se degradavam, incrível”, falou, em festa, o mexicano. Com os pneus macios fez 41 voltas enquanto com os supermacios as demais 29. “Um pit stop apenas foi suficiente.” Com um ritmo forte avançou de 15.º do grid à excelente terceira colocação. “Estou contente porque finalmente pudemos desfrutar no nosso potencial. Tivemos muito azar nas provas de Barcelona e Mônaco.”
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