* Por Lívio Oricchio
O diretor da Ferrari, Stefano Domenicali, falou tanto, no ano passado, que o carro da Ferrari deste ano seria revolucionário, seus pilotos, Fernando Alonso e Felipe Massa bateram tanto, também, na mesma tecla que a expectativa geral ao redor do seu desempenho ganhou conotação quase mística. Pois algumas respostas a esse respeito já existem: antes ainda de o campeonato começar a equipe italiana está reprojetando o modelo F2012. É o que publicou ontem o diário esportivo Gazzetta dello Sport, do mesmo grupo empresarial da Ferrari. De bom, até agora, apenas a sua resistência, conforme os 4.993,7 quilômetros percorridos na pré-temporada sugerem. A que mais treinou (veja a tabela no fim do texto).
Enquanto no Salão do Automóvel de Genebra, Luca di Montezemolo, presidente da empresa, levantava a voz contra as projeções negativas para o seu time, em Maranello, sede da escudeira, o grupo de engenheiros coordenado pelo inglês Pat Fry trabalhava duramente para refazer as laterais do novo carro. O objetivo é repensar o projeto aerodinâmico, reposicionar os terminais de escape dentro das rigorosas limitações de espaço impostas pelo regulamento. Ganhar velocidade utilizando os gases do escapamento, apesar das regras este ano terem mudado, visando proibir o recurso, será a chave para o sucesso na temporada.
E não apenas a Ferrari mantém seus técnicos em regime integral de estudos. As demais de maior orçamento também, como Red Bull, Mercedes e McLaren, agora que os 12 dias de testes ofereceram importantes elementos para orientar as modificações nos modelos de 2012. No caso da Ferrari, e especula-se que não seja a única, a mudança nas laterais do chassi farão com que tenha de passar por novo teste de resistência a impacto (crash test), controlado pela FIA. Vale lembrar que já sábado os equipamentos seguem em voo fretado para Melbourne, na Austrália, onde dia 16 começam os primeiros treinos livres da etapa de abertura do Mundial.
O discurso de Montezemolo em Genebra deu o tom do que vem por aí no caso de novo fracasso da Ferrari: “Espero que essas previsões a nosso respeito não sejam verdadeiras. E admitindo que são, vou desejar entender o porquê e quantos segundos precisaremos?”. Depois do último teste, em Barcelona, Fry declarou que Alonso e Massa não deverão lutar pelo pódio no início do campeonato. Montezemolo promoverá uma grande reestruturação na Ferrari. Mas há quem diga, na própria F-1, que as deficiências do F2012 são menores das propagadas.
A Red Bull, com toda sua vantagem técnica, vive de certa forma um instante de apreensão, guardadas as proporções. A equipe campeã estreou sábado, no Circuito da Catalunha, em Barcelona, um dia antes do encerramento dos testes, uma nova versão do seu RB8-Renault. Por causa de um acidente e a quebra do câmbio, domingo, não foi possível a Sebastian Vettel, bicampeão do mundo, simular uma corrida.
Nos ensaios de Jerez de la Frontera e Barcelona, Vettel e Webber completaram4.327,9 quilômetros, melhor apenas dos pilotos da Mercedes, 4.236,8, com uma série de teste a menos, por retardar o lançamento do F1 W03, e Lotus, 3.786,2, também sem participar da primeira série no Circuito da Catalunha, em razão da pane estrutural da suspensão dianteira. A confiabilidade não parece ser o ponto forte da Red Bull este ano, ao contrário de 2011.
Ontem, o diretor da Red Bull, Christian Horner, afirmou à imprensa inglesa que levará essa versão nova para a Austrália, mesmo sem conhecer melhor suas reações, pela falta de treinos. O carro também sofreu modificações substanciais. Tudo isso lança sobre a prova no circuito Albert Park ainda mais incertezas das já existentes para uma etapa de abertura de campeonato.
Quilometragem percorrida pelos pilotos na pré-temporada. 10 das 12 equipes que vão disputar o Mundial treinaram em Jerez de la Frontera, de 7 a 10 de fevereiro, e depois no Circuito da Catalunha, em Barcelona, de 21 a 24 e de 1.º a 4.
1.º Lewis Hamilton (McLaren) – 2.662,1
2.º Felipe Massa (Ferrari) – 2.653,1
3.º Kamui Kobayashi (Sauber) – 2.581,1
4.º Paul Di Resta (Force India) – 2.568,1
5.º Bruno Senna (Williams) – 2.545,3
6.º Nico Rosberg (Mercedes) – 2.400,1
7.º Daniel Ricciardo (Toro Rosso) - 2.347,6
8.º Fernando Alonso (Ferrari) – 2.340,6
9.º Mark Webber (Red Bull) – 2.318,0
10.º Sergio Perez (Sauber) - 2.296,4
11.º Jenson Button (McLaren) – 2.210,6
12.º Romain Grosjean (Lotus) – 2.181,5
13.º Jean-Eric Verge (Toro Rosso) – 2.165,6
14.º Sebastian Vettel (Red Bull) – 2.000,9
15.º Heikki Kovalainen (Caterham) – 1.191,5
16.º Niko Hulkenberg (Force India) – 1.855,4
17.º Michael Schumacher (Mercedes) – 1.836,7
18.º Pastor Maldonado (Williams) – 1.703,7
19.º Vitaly Petrov (Caterham) – 1.689,7
20.º Kimi Raikkonen (Lotus) – 1.604,7
Quilômetros acumulados pelas equipes com modelos de 2012
1.º Ferrari – 4.993,7
2.º Sauber – 4.877,5
3.º McLaren – 4.872,7
4.º Williams – 4.793,6
5.º Force India – 4.627,1
6.º Caterham – 4.526,8
7.º Toro Rosso – 4.513,2
8.º Red Bull – 4.327,9
9.º Mercedes – 4.236,8
10.º Lotus – 3.786,2
Critério: Muito simples, amigos, multiplica-se o número de voltas de cada piloto pela extensão do circuito. No caso da Mercedes, houve ainda um dia extra em Barcelona e, segundo divulgou, foram 350 quilômetros entre Michael Schumacher e Nico Rosberg, que dividi 175 quilômetros cada. Mais: Quatro outros pilotos, Bottas, Trulli, Van der Garde e Bianchi, testaram também e suas quilometragens foram somadas à equipes.
3 comentários:
Tô cagando e andando pra Ferrari!
GGOO, Mclaren!
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GGOO, Mclaren! (2)
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