* Por Luiz Fernando Ramos
O Mundial de 2012 da Fórmula 1 começa no próximo dia 18 e não há ninguém capaz de afirmar com absoluta certeza se o campeonato terá as 20 provas programadas no calendário. Numa situação que vem se tornando comum, algumas corridas estão ameaçadas de cancelamento a poucos meses de sua realização. Os campeonatos de futebol de botão que eu fazia com os amigos na infância eram melhor organizados.
Uma delas é o GP do Bahrein, programada para o dia 22 de abril. Embora relatos dão conta de incidentes entre manifestantes e a polícia local, não há nenhuma recomendação oficial do governo inglês - país em que a maioria das equipes da Fórmula 1 estão baseadas - para evitar viagens para lá. Enquanto isso se mantiver, a prova deve acontecer normalmente. Mas as equipes estão monitorando à distância a situação e, caso sintam que não será possível o evento ocorrer com segurança, irão pressionar por seu cancelamento.
O GP da Europa, no dia 24 de junho em Valência, também está ameaçado por um motivo mais prático: os organizadores ainda não pagaram a taxa de realização da prova para Bernie Ecclestone. O dirigente pressiona nos bastidores, sinalizando que já haveria um acordo para um revezamento entre as duas corridas na Espanha a partir de 2013, o que não é o caso - ainda. Se não receber o dinheiro dos valencianos, Ecclestone cancelará o evento.
O último ponto de interrogação paira sobre o GP dos Estados Unidos, marcado para 18 de novembro. Depois de vários problemas burocráticos e organizacionais, as obras na pista de Austin estão longe de terminar. Mas os responsáveis asseguraram na última semana que tudo ficará pronto a tempo. Após corridas inaugurais recentes em autódromos sem acabamento, como na Coreia do Sul e na Índia, é pouco provável que os norte-americanos não terminem a obra, ainda que num nível apenas aceitável para a realização de uma corrida.
No fundo, é um tanto ridículo perdermos tempo debatendo essas questões a menos de dez dias do início do Mundial. Já afirmei isso aqui antes, esse modelo de organização atual está superado e só faz mal à Fórmula 1. O pior é que não há sinais de que ele mudará tão cedo.
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