terça-feira, 1 de abril de 2008
BARRICHELLO: "CHEGAREI A 300 GPS..."
Em uma longa e reveladora entrevista à revista semanal eletrônica "GP Week", Rubens Barrichello afirmou que não pretende deixar a F-1 antes de completar 300 GPs e confessou ter aprendido com Michael Schumacher, além de sofrido com a pressão recebida após a morte de Ayrton Senna.
O brasileiro, que quebrará o recorde de maior número de participações na F-1 na Turquia, quando atingirá a marca de 258 presenças, deixando para trás o italiano Riccardo Patrese. Atualmente, Rubens participou de 255 GPs e se diz surpreso em obter o feito, já que considera a F-1 um esporte difícil.
"É ótimo! Não iniciei minha carreira pensando em ser o mais longevo na F-1. Mas é bom, pois vi muitos pilotos ótimos virem e irem. A F-1 não é um negócio fácil", afirmou o paulista, relembrando um episódio do início de sua carreira, em 1993, quando estreou pela Jordan. "Tenho em mente uma situação: podia ter terminado no pódio minha terceira corrida, em Donington Park, e pensei: 'Ei, a F-1 é fácil'. Mas o tempo mostrou o contrário. A F-1 é difícil, e estou feliz em permanecer aqui e aproveitar ao máximo", continuou.
Mantendo o discurso dos últimos meses, Barrichello comentou que 2008 não será seu último ano na categoria. Muito pelo contrário. "Quero encerrar a carreira com mais de 300 GPs e correndo de pneus slicks. Só isso. Nunca penso em nada, estou apenas preparado para o presente. Não sabia que o futuro me preparava e isso é muito legal. Este não será meu último ano."
E, como não podia deixar de ser, o piloto de 35 anos contou sobre seu relacionamento com Ayrton Senna. Rubens, que seria o "sucessor" do tricampeão na F-1, confessou que sofreu com a morte do amigo, episódio que teria interrompido o "caminho natural" das coisas.
"Quando Emerson (Fittipaldi) estava lá e (Nelson) Piquet chegou, Emerson ainda estava indo bem. Aos poucos, foi perdendo o ritmo e o Nelson passou a chamar a atenção. A mesma coisa aconteceu entre Piquet e Senna. Infelizmente, perdemos Senna cedo, mas acho que teria acontecido o mesmo comigo. É como se o universo estivesse preparado para isso, mas ele foi embora cedo e herdei toda a pressão", confessou.
Rubens disse ter aprendido uma coisa com Senna: a ser determinado. "Ayrton era, mais do que tudo, um amigo. Era um herói, alguém que admirava muito ao volante. Ele não me aconselhava a entrar de determinada forma em uma curva. Acho que aprendi mais com a percepção de que ele era um cara determinado e, se quisesse ter sucesso na F-1, precisava ser igual. "
O brasileiro fez um link entre o começo da carreira e a decisão de deixar a Ferrari no fim da temporada de 2005, afirmando que odiava perder, mas precisava jogar se quisesse atingir seus objetivos.
"Era jovem, tinha apenas 22 anos e era difícil de aceitar que o carro não era rápido o suficiente e não rendia bem. Não podia perder nem em jogo de cartas! As pessoas pensam: 'Ok, como você perdeu para Michael todo esse tempo?'. Trabalhei demais nesse período. Você pode perguntar a Ross Brawn como eu era chato. Estava atrás de meu caminho e, por isso, deixei a Ferrari. Queria encontrar um espaço para mim e vencer para mim. E este motivo me orgulhou."
"É conquistando o que conquistei, de uma posição em que me recusei a jogar tudo fora, que continuei, tendo uma experiência saudável. Vejo que estou aqui, agora, apenas por causa daquele tempo", concluiu.
A partir de então, a entrevista segue para outra direção: a convivência com Michael Schumacher e a predileção da escuderia italiana pelo piloto alemão, que conquistou cinco de seus sete títulos mundiais vestindo as cores da Ferrari.
"Os tempos difíceis são bons na F-1, pois eles o ensinam como se comportar. Honestamente, a equipe foi construída para beneficiar os dois pilotos, mas foi um caso do tipo 'OK, ele chegou primeiro, então terá as melhores opções'. Tive o mesmo carro, câmbio e motor, mas a estratégia privilegiada era dele. Então, como vencer?"
"Apesar de eles (Ferrari) serem iguais e determinados em fazer os dois carros chegarem à frente, havia uma preferência sobre quem terminaria à frente", admitiu o atual piloto da Honda, que disse, inclusive, ter aprendido com Schumacher."Gosto do Michael como pessoa. Ele precisa da ternura de Todt e Ross e todos os outros, mas, procurando pelas minhas maneiras que aprendi como agir. Michael não era apenas fantástico, mas um perfeccionista, que tornava o carro perfeito a cada curva. Isso ele me ensinou a fazer".
Marcado por ter vencido sempre corridas confusas e atípicas na categoria, Rubens disse que precisou jogar em todas essas provas para terminar na frente. "Tenho muito orgulho de minhas vitórias, pois tive de jogar com elas. Você pensa: 'Ok, três, quatro paradas, apenas me dê algo que no fim do dia eu seja bom o suficiente e prove a você que posso vencer'. E todas minhas vitórias foram assim."
Apesar dos pesares, Barrichello não se diz arrependido em ter competido seis temporadas pelo time de Maranello. Ele até brincou com a situação. "Não posso dizer que tive uma época ruim na Ferrari. Foi, possivelmente, a melhor época de minha carreira... Antes de ser campeão mundial em 2008 e 2009".O veterano também destacou que o bom de ficar 16 anos na F-1 é poder ver o progresso e as tentativas sem sucesso de reduzir a velocidade dos carros. "Honestamente, são as mudanças normais da vida. O mundo segue desta forma e na F-1 é igual. Apenas acho que está bem mais seguiro. A estratégia era sempre diminuir a velocidade dos carros, mas os engenheiros sempre conseguem o contrário, então isso acaba sendo incrível."
Por fim, Rubens destacou como fundamental a entrada de Ross Brawn no time, motivo que o faz ainda sonhar com vitórias e títulos. "Ross mudou o time do dia para a noite. Tinhamos bons lados no time, mas o pior era a falta de um líder técnico. Ele se encaixa perfeitamente. Tem um bom espírito e desafia a todos. Ele está extraindo o melhor da equipe."
Fonte: Grande Premio
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2 comentários:
que falta faz o barrichello na ferrari hj!!!
que falta faz o barrichello na ferrari hj!!! [2]
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