quinta-feira, 3 de maio de 2012

JUNTOS, POR ACASO*


* Por Reginaldo Leme

Não é bem o equilíbrio que a gente gostaria de ver entre quatro ou cinco equipes lutando por vitórias de igual para igual sem depender de circunstâncias extraordinárias. Mas, de qualquer forma, está aí a Fórmula-1 iniciando a temporada com quatro pilotos vencedores em quatro carros diferentes. A última vez que isso aconteceu foi em 1983 com Nelson Piquet (Brabham) vencendo no Brasil, John Watson (McLaren) em Long Beach, Alain Prost (Renault) na França e Patrick Tambay (Ferrari) em San Marino.

Vamos combinar que esta situação só se repete agora em 2012 graças a uma enorme zebra, que foi a vitória da Ferrari na Malásia, proporcionada pelas diferentes condições da pista e os inesperados erros do bicampeão Sebastian Vettel e o quase sempre bem centrado Jenson Button, ambos perdendo pedaços do bico ao tocarem no carro mais lento da pista, o HRT de Narain Karthikeyan. Mas zebra também conta e, na frieza dos números, o campeonato atual, com vitórias de Jenson Button (McLaren), Fernando Alonso (Ferrari), Nico Rosberg (Mercedes) e Sebastian Vettel (Red Bull), remete àquela situação de equilíbrio de 29 anos atrás. E pode ir além. Se o vencedor da próxima etapa na Espanha for Kimi Raikkonen ou Romain Grosjean, com o veloz carro da Lotus, a semelhança com o campeonato de 1983 será maior ainda. Naquele ano a quinta etapa teve um quinto vencedor diferente, que foi Keke Rosberg, com o carro da Williams.

Está aí uma boa razão para se torcer por Kimi Raikkonen. Quebrar ou igualar recordes é sempre bom de se ver. E o Kimi é um piloto que não tem rejeição. Quem não gostaria de vê-lo conquistando uma vitória logo no primeiro ano de sua volta à F-1 ? E ainda levando-se em conta que este é um feito que Schumacher até agora não conseguiu em 41 corridas disputadas em pouco mais de dois anos ? O bom carro da Lotus vencer uma corrida não seria nada fora da lógica, principalmente na pista de Barcelona, onde, já na pré-temporada, deu os primeiros sinais de que poderia ser um carro para chamar atenção.

Na próxima terça-feira a Fórmula-1 volta à pista, mas para treinar. É o período extra de treino coletivo que as equipes ganharam este ano antes da primeira corrida europeia. A pista escolhida foi a de Mugello, na Itália, uma que não é usada na F-1. De 1º a 3 de maio as equipes vão poder testar tudo o que projetaram e produziram para corrigir problemas apresentados pelos seus carros nas primeiras etapas do Mundial. Muitas dessas modificações já foram aplicadas nos GPs de China e Bahrein, o que explica, por exemplo, a reação da Red Bull. Nos casos mais radicais, como o da Ferrari, corrigir o que nasceu errado vai exigir um carro praticamente novo.

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