* Por Luis Fernando Ramos
Kimi Raikkonen não tem nenhum contrato assinado com a Williams para o ano que vem. Ao contrário do que publicou o jornal finlandês Ilta Sanomat. Ao contrário do que os sites copy/paste brasileiros publicaram ontem. Tive uma longa conversa com uma pessoa muito próxima ao piloto que esteve com ele no último final de semana no Rali da Espanha. As negociações continuam, mas um eventual acerto ainda está longe. Para preocupação dessa própria pessoa, que torce e muito para que o campeão mundial de 2007 volte à Fórmula 1. Uma outra fonte ligada à Williams me confirmou o mesmo quadro.
Por ter voado de Finnair para a Índia, tive até a chance de pegar nas mãos a edição do Ilta Sanomat com a notícia. A “volta do homem de gelo” não teve destaque nem na capa do jornal, na capa do caderno de esportes e nem foi abre de página. É apenas uma nota pequena, abrindo uma sessão de “curtinhas”, com um texto altamente especulativo em cima de um tweet especulativo do japonês Taki Inoue, cujo maior feito na vida, coitado, foi ter sido atropelado por um carro de serviço no GP da Hungria de 1995.
É inacreditável como uma papagaiada dessas se alastra como praga na Internet, especialmente na brasileira. Fazer um site de F-1 assim é fácil, basta acordar de manhã e entrar num desses sites ingleses que compila todas as linhas sobre a categoria que saem na Internet e começar o trabalho de tradução.
Jornalismo que se preza, com checagem de fatos e análise do que não é verdadeiro, não existe. Por não conhecerem como a F-1 funciona por dentro - um ambiente fechado e repleto de interesses -, não sabem quais as fontes confiáveis e reproduzem qualquer coisa sem discernimento. O resultado disso é que confundem seus leitores. Pior: enganam aqueles que acreditam estar lendo notícias de uma fonte confiável. É triste.
Aprendi algumas coisas diferentes na faculdade: que jornalismo é uma atividade de responsabilidade e o trato dado à informação é o mesmo que o médico dá ao paciente; que uma informação relevante precisa ser checada e rechecada antes de ser reproduzida; que eventuais erros precisam ser admitidos e sua origem entendida para que não sejam repetidos. Fico feliz de sempre colocar estas lições em prática. Vale a pena ficar atento a quem faz isso e a quem vai continuar apenas confundindo e enganando.
2 comentários:
A ética no jornalismo está morrendo.
Anda passando mal, está internada, tomando soro e respirando por aparelhos.
Se o Luis pratica tudo isso que escreveu, parabéns!
será??? [4]
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