Em 1991, com então 11 anos, já conhecia um pouco melhor as coisas e torcia muito pelo título de Ayrton. Da expectativa para a corrida de Phoenix, as alegrias inesquecíveis do GP do Brasil às dificuldades que se sobrepuseram durante a temporada, o clima era de otimismo para aquela corrida. Da mesma forma que víamos as corridas de madrugada, separamos a pizza da janta na geladeira com o refrigerante e após um breve cochilo, lá estávamos nós para ver o GP do Japão.
A expectativa era grande. Na escola e nas conversas de família só se falava nisso. E, olhando pela janela, várias luzes acesas mostravam que a audiência estava alta, com muita gente vendo a corrida que poderia dar à Senna seu terceiro título.
Diferentemente das suas características, Senna fez uma prova prudente, controlando Berger desde a largada e segurando, com ímpeto, as investidas cada vez fortes do "leão" Niguel Mansell. Sabia que, apesar de não ter mais carro que o piloto inglês, tinha mais braço e inteligência. O que foi comprovado na 11º volta quando, na primeira curva, Mansell se aproxima demais do carro de Ayrton Senna, perde a frente e para na caixa de brita, dando ao brasileiro o tão sonhado título.
Na rua, fogos se ouviam, a gritaria tomou conta tal como se estivéssemos vendo uma final de Copa do Mundo onde a Seleção Brasileira de Futebol acabara de fazer o gol decisivo. Comemoração em casa. Todos se abraçando e lá fui eu, repetindo a cena de 1988, para acordar a mãe para contar como tinha sido.
No final as voltas foram passando e Senna se aproximando até ultrapassar Berger. Mais festa, mais gritaria. Neste momento, sobravam poucos pedaços de pizza e o refrigerante já estava pela metade. E, no seco, volta a volta foram acontecendo até o célebre final. Enquanto o Galvão já sabia que Senna trocaria de posição com Berger, nós já sabíamos que estávamos vendo a história ser contada diante dos nossos olhos.
E pensar que, apesar de todos os esforços de Barrichello e Massa, nunca mais teríamos tal alegria...ôoo saudades de se vibrar novamente nas madrugadas.
3 comentários:
inesquecível mesmo.. e é por isso que saudade é tão grande!!!
Mais que saudade é a decepção e a falta de esperança de vermos algo, pelo menos, parecido!
Meu herói e ídolo! O melhor!
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