* Por Rodrigo Mattar
O circuito de Yas Marina, odiado por muitos, já tinha sido palco de uma emocionante decisão de campeonato, quando Sebastian Vettel levou seu primeiro título em 2010. Dois anos depois daquela corrida, o GP de Abu Dhabi volta a fazer parte da história da Fórmula 1. Uma corrida atípica, emocionante, com momentos sensacionais e outros de grandes patacoadas. E que culminou com a vitória mais esperada neste ano: três anos depois de sua “aposentadoria”, Kimi-Matias Räikkönen, aos 33 anos, mostrou que continua muito competitivo. Com uma participação excelente em seu regresso à categoria, o finlandês já tinha subido seis vezes ao pódio. Faltava o máximo, a vitória.
Não falta mais. Com a quebra de Lewis Hamilton, favorito destacado, pole position e líder, Kimi embolsou a primeira posição na 19ª volta e por lá ficou até receber a quadriculada branca e preta. Fernando Alonso, que fez uma corrida sensacional (de novo), bem que tentou estragar a festa do Iceman: tirou a vantagem do piloto da Lotus e cruzou a oito décimos do vencedor, com a segunda posição, descontando três pontos para Sebastian Vettel.
“Mas, como, só três pontos?”, indagará o leitor que por ventura não assistiu a corrida. Ora… foi isso mesmo que aconteceu. Vettel saiu da última posição, fez várias ultrapassagens e o Safety Car também deu sua cota de colaboração. Bernd Maylaender entrou duas vezes com a “Merça” em Yas Marina: a primeira no acidente entre Nico Rosberg e Narain Karthikeyan na 9ª volta e posteriomente na 38ª, quando houve o salseiro que tirou Romain Grosjean e Mark Webber da disputa, provocado pelo mexicano Sergio Perez – aliás, como este rapaz ficou ‘perdidinho’ depois que assinou com a McLaren para 2013, não é não?
Assim, mesmo com dois pit stops, enquanto os seus rivais fizeram apenas um, Vettel salvou um milagroso pódio e faltando apenas o GP dos EUA e do Brasil, o piloto da Red Bull está com 10 pontos de vantagem para Fernando Alonso, que certamente não contava com este resultado tão favorável ao alemão.
Jenson Button fez uma corrida discreta, com alguns bons momentos, é verdade. Chegou em 4º a pouco mais de três segundos de Vettel. Pastor Maldonado, excelente no início da disputa, não conseguiu manter o rendimento na segunda metade do GP de Abu Dhabi e conquistou um bom quinto lugar. Kamui Kobayashi foi um dos que se beneficiaram do Safety Car e dos inúmeros abandonos, terminando justamente à frente dos dois brasileiros, ambos com corridas bem atribuladas.
Felipe Massa rodou numa disputa de posição com Mark Webber, pouco antes do seu único pit stop. Aproveitou para trocar os pneus detonados, ganhou posições depois da parada e chegou em sétimo. Bruno Senna foi prejudicado por um totó de Nico Hülkenberg após a largada, caiu para 19º com sua Williams e com um bom ritmo de corrida ainda foi oitavo, somando mais quatro pontos no Mundial deste ano. Paul Di Resta ainda salvou dois pontinhos e Daniel Ricciardo, um.
Para a Fórmula 1, é muito bom ver um piloto do naipe de Räikkönen vencendo em seu regresso, o que faz surgir a comparação inevitável entre o finlandês e Michael Schumacher, que teve um retorno abaixo do esperado e um fim de temporada melancólico. Vale observar que o Iceman fez pontos em 17 das 18 corridas disputadas. Não fosse a falta de competitividade da Lotus em algumas pistas e os vários erros de estratégia ao longo do ano, talvez o panorama fosse diferente do que estamos vendo agora. Eu disse talvez…
Mas o certo é que Vettel, com os dez pontinhos de frente para Alonso, continua favorito. Vencendo em Austin no próximo dia 18 de novembro, o alemão pode ser o tricampeão mundial mais jovem da história se o piloto da Ferrari chegar de quinto para baixo. Qualquer outra situação traz a decisão para o Brasil – o que, na verdade, é o que muitos torcem para que aconteça.
E que seja o que os Deuses da Velocidade quiserem…
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