quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Barrichello na Globo, por que não?*
* Por Felipe Giacomelli
Não sei se foi algum tipo de teste ou apenas uma aparição surpresa, mas Rubens Barrichello foi o grande destaque da abertura da transmissão do GP do Brasil da TV Globo. O brasileiro foi convidado pela trupe de Galvão Bueno para participar da cobertura da corrida, onde participou do pit-walk e comentou de dentro da cabine.
Curiosamente, o que se viu foi um Rubens solto, cheio de confiança e dominando a situação. Tudo começou no pit-walk, quando Barrichello entrevistou Jenson Button, de quem havia sido companheiro de equipe por quatro temporadas, e até contou ao vivo o segredo de ver se a chuva se aproxima de Interlagos na direção do S do Senna.
Depois veio a melhor parte. Ao lado do repórter Carlos Gil, o brasileiro tentou falar com Lewis Hamilton, mas o piloto não estava no carro naquele momento. Aí não sei exatamente o que aconteceu. Alguém pode ter falado no ponto eletrônico para que entrevistassem o pai de Hamilton ou então Rubens tomou a frente da situação e ele mesmo resolveu falar com o empresário britânico.
Após uma entrevista talvez totalmente no improviso, Barrichello se tornou o dono da situação. Com o microfone na mão, o piloto resolveu que queria terminar a transmissão dando um abraço em Michael Schumacher. E lá foram os dois correndo rumo ao carro da Mercedes, enganando até mesmo um fiscal. Nessa hora, coitado do Carlos Gil, que ainda precisou disparar na frente para tentar pegar o heptacampeão fora do carro.
Mesmo com o esforço do repórter, não deu. Barrichello não conseguiu falar com o antigo parceiro da Ferrari, mas foi uma situação curiosa e bastante espontânea. Imagino que se fosse Mariana Becker ou o próprio Gil correndo atrás de um piloto sem conseguir chegar a tempo, os espectadores fariam chacota nas redes sociais. Com Rubens, porém, foi diferente. Embora todo mundo tenha feito a piada óbvia de ele ter chegado atrasado até nisso, a postura do brasileiro foi bastante elogiada.
Com o início da corrida, Rubens subiu à cabine da TV Globo para participar da transmissão. O grande desafio do piloto seria trabalhar junto com Luciano Burti, já que, em tese, os dois fariam a mesma função. Ou seja, assim corria-se o risco de um deles aparecer menos que o outro, pois disputavam o mesmo espaço.
No entanto, os dois até que trabalharam bem juntos. Enquanto Burti manteve o padrão das coberturas das demais etapas do ano, Barrichello teve mais espaço para falar sobre o que acontecia na pista. E ele surpreendeu. O ex-piloto de Ferrari, Brawn e Williams conseguiu dar informações relevantes – como comentar a percepção dos demais pilotos sobre a postura de Kobayashi nas brigas por posições ou analisar a emoção de Massa após a prova – sem tentar se autopromover.
Outro ponto positivo de Barrichello foi deixar o pachequismo de lado. Pode até ser que o piloto estivesse torcendo para que Felipe Massa vencesse a corrida, mas ele não entrou na onda pró-Brasil da transmissão global. Comentou o que acontecia e ponto, dando informações de alguém que sabe muito bem o que acontece dentro da categoria.
Ter aparecido com destaque na transmissão da TV Globo, por fim, pode pesar no futuro do piloto. Se Barrichello precisa convencer patrocinadores para uma nova temporada da Indy, uma opção que pode se abrir é ser comentarista das corridas da F1, enquanto participa da Stock Car, já que não há choque de datas entre as categorias.
Caso isso aconteça, se Rubens conseguir manter a postura confiante e imparcial dessa primeira prova, ele pode alcançar o patamar de nomes como Eddie Jordan e David Coulthard, que são bastante populares como comentaristas de emissoras internacionais.
Até porque a concorrência com Burti é desleal. Enquanto um passou dois anos na F1 – e outros poucos como piloto de testes – cerca de dez anos atrás, o outro competiu na categoria por 19 anos e conhece praticamente todos do grid como velhos amigos. Isso sem falar na carisma de cada um.
Assim, a Globo tem a faca e o queijo na mão nesse momento. Além de contar com uma cobertura mais precisa, a emissora carioca pode aproveitar da popularidade de Barrichello para dar alguma alavancada na audiência.
Não sei se foi algum tipo de teste ou apenas uma aparição surpresa, mas Rubens Barrichello foi o grande destaque da abertura da transmissão do GP do Brasil da TV Globo. O brasileiro foi convidado pela trupe de Galvão Bueno para participar da cobertura da corrida, onde participou do pit-walk e comentou de dentro da cabine.
Curiosamente, o que se viu foi um Rubens solto, cheio de confiança e dominando a situação. Tudo começou no pit-walk, quando Barrichello entrevistou Jenson Button, de quem havia sido companheiro de equipe por quatro temporadas, e até contou ao vivo o segredo de ver se a chuva se aproxima de Interlagos na direção do S do Senna.
Depois veio a melhor parte. Ao lado do repórter Carlos Gil, o brasileiro tentou falar com Lewis Hamilton, mas o piloto não estava no carro naquele momento. Aí não sei exatamente o que aconteceu. Alguém pode ter falado no ponto eletrônico para que entrevistassem o pai de Hamilton ou então Rubens tomou a frente da situação e ele mesmo resolveu falar com o empresário britânico.
Após uma entrevista talvez totalmente no improviso, Barrichello se tornou o dono da situação. Com o microfone na mão, o piloto resolveu que queria terminar a transmissão dando um abraço em Michael Schumacher. E lá foram os dois correndo rumo ao carro da Mercedes, enganando até mesmo um fiscal. Nessa hora, coitado do Carlos Gil, que ainda precisou disparar na frente para tentar pegar o heptacampeão fora do carro.
Mesmo com o esforço do repórter, não deu. Barrichello não conseguiu falar com o antigo parceiro da Ferrari, mas foi uma situação curiosa e bastante espontânea. Imagino que se fosse Mariana Becker ou o próprio Gil correndo atrás de um piloto sem conseguir chegar a tempo, os espectadores fariam chacota nas redes sociais. Com Rubens, porém, foi diferente. Embora todo mundo tenha feito a piada óbvia de ele ter chegado atrasado até nisso, a postura do brasileiro foi bastante elogiada.
Com o início da corrida, Rubens subiu à cabine da TV Globo para participar da transmissão. O grande desafio do piloto seria trabalhar junto com Luciano Burti, já que, em tese, os dois fariam a mesma função. Ou seja, assim corria-se o risco de um deles aparecer menos que o outro, pois disputavam o mesmo espaço.
No entanto, os dois até que trabalharam bem juntos. Enquanto Burti manteve o padrão das coberturas das demais etapas do ano, Barrichello teve mais espaço para falar sobre o que acontecia na pista. E ele surpreendeu. O ex-piloto de Ferrari, Brawn e Williams conseguiu dar informações relevantes – como comentar a percepção dos demais pilotos sobre a postura de Kobayashi nas brigas por posições ou analisar a emoção de Massa após a prova – sem tentar se autopromover.
Outro ponto positivo de Barrichello foi deixar o pachequismo de lado. Pode até ser que o piloto estivesse torcendo para que Felipe Massa vencesse a corrida, mas ele não entrou na onda pró-Brasil da transmissão global. Comentou o que acontecia e ponto, dando informações de alguém que sabe muito bem o que acontece dentro da categoria.
Ter aparecido com destaque na transmissão da TV Globo, por fim, pode pesar no futuro do piloto. Se Barrichello precisa convencer patrocinadores para uma nova temporada da Indy, uma opção que pode se abrir é ser comentarista das corridas da F1, enquanto participa da Stock Car, já que não há choque de datas entre as categorias.
Caso isso aconteça, se Rubens conseguir manter a postura confiante e imparcial dessa primeira prova, ele pode alcançar o patamar de nomes como Eddie Jordan e David Coulthard, que são bastante populares como comentaristas de emissoras internacionais.
Até porque a concorrência com Burti é desleal. Enquanto um passou dois anos na F1 – e outros poucos como piloto de testes – cerca de dez anos atrás, o outro competiu na categoria por 19 anos e conhece praticamente todos do grid como velhos amigos. Isso sem falar na carisma de cada um.
Assim, a Globo tem a faca e o queijo na mão nesse momento. Além de contar com uma cobertura mais precisa, a emissora carioca pode aproveitar da popularidade de Barrichello para dar alguma alavancada na audiência.
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