quarta-feira, 28 de novembro de 2012
A SORTE ACOMPANHA QUEM TEM COMPETÊNCIA*
* Por Victor Martins
A sorte acompanha quem tem competência, bem dizem os mongóis, os nascidos na Mongólia, não os que parecem ser, quando estão lá a meditar por seis horas em seus retiros. Durante boa parte do ano, a gente passou dizendo que Alonso era detentor da maior cauda dos mamíferos nascidos na região ibérica diante do infortúnio dos demais. Mas não se pode dizer algo tão diferente de Vettel. E há sempre uma explicação.
Alonso só queria um pequeno caos, uma anarquia generalizada numa corrida de 71 voltas que pudesse colocá-lo em pé de igualdade com seu rival de título. O caos veio numa série de atos que muito lembrou o campeonato de 2008: a chuvinha que chacoalhou o começo da prova e, sobretudo, Senna. Deveras esperto, Fernando teve ter assinado um pacto com Dilma Rousseff, o Bolsa-Piloto Canarinho, vide o que Senna fez ali no Lago e o que Massa lhe fez nestas últimas corridas. O campeonato de Vettel acabaria ali nas primeiras curvas com tamanha pancada e a estrela de Alonso.
Mas a figa tedesca tem escudo em fibra de carbono. Nada destrói.
Enquanto Alonso tentava abrir caminho, às vezes escapando S do Senna adentro, Vettel ainda tinha contra si um Webber um tanto quanto surtado, que o atrapalhou em largada e relargada. Como em Abu Dhabi, o alemão se viu em último tendo simplesmente de passar o mundo todo, com uma avaria na parte traseira esquerda anterior à roda, mas num circuito de verdade e sobre uma pista traiçoeira por conta dos pingos constantes que a France Météo, coitada, não viu.
Vettel fez as tais 71 voltas sem ultrapassar os limites da pista e tendo de superar um erro meio tosco da Red Bull de chamá-lo para os pits justamente quando a chuva era a mais forte da tarde de ontem. Nas idas e vindas das posições, o sétimo lugar bastou-lhe para ser campeão. Por mais que Alonso seja este espetáculo de piloto, também um dos maiores de todos os tempos, nada aconteceria com o vencedor Button ali na frente para ajudar Alonso a ganhar a posição de que necessitava. Sorte não derruba outra sorte.
E essa aliança da sorte com a competência, que vale tanto para Alonso quanto para a Vettel, é apenas uma máscara que teima esconder dos olhos menos atentos a história acontecendo, já vestida por outros gigantes deste esporte. Estes dois são a representação atual da qualidade extrema dos pilotos que admiramos ou aprendemos admirar dos anos 50 para cá. E que certamente só vamos dar o devido valor, bestas que somos, quando fizermos o comum exercício de olhar para trás.
A sorte acompanha quem tem competência, bem dizem os mongóis, os nascidos na Mongólia, não os que parecem ser, quando estão lá a meditar por seis horas em seus retiros. Durante boa parte do ano, a gente passou dizendo que Alonso era detentor da maior cauda dos mamíferos nascidos na região ibérica diante do infortúnio dos demais. Mas não se pode dizer algo tão diferente de Vettel. E há sempre uma explicação.
Alonso só queria um pequeno caos, uma anarquia generalizada numa corrida de 71 voltas que pudesse colocá-lo em pé de igualdade com seu rival de título. O caos veio numa série de atos que muito lembrou o campeonato de 2008: a chuvinha que chacoalhou o começo da prova e, sobretudo, Senna. Deveras esperto, Fernando teve ter assinado um pacto com Dilma Rousseff, o Bolsa-Piloto Canarinho, vide o que Senna fez ali no Lago e o que Massa lhe fez nestas últimas corridas. O campeonato de Vettel acabaria ali nas primeiras curvas com tamanha pancada e a estrela de Alonso.
Mas a figa tedesca tem escudo em fibra de carbono. Nada destrói.
Enquanto Alonso tentava abrir caminho, às vezes escapando S do Senna adentro, Vettel ainda tinha contra si um Webber um tanto quanto surtado, que o atrapalhou em largada e relargada. Como em Abu Dhabi, o alemão se viu em último tendo simplesmente de passar o mundo todo, com uma avaria na parte traseira esquerda anterior à roda, mas num circuito de verdade e sobre uma pista traiçoeira por conta dos pingos constantes que a France Météo, coitada, não viu.
Vettel fez as tais 71 voltas sem ultrapassar os limites da pista e tendo de superar um erro meio tosco da Red Bull de chamá-lo para os pits justamente quando a chuva era a mais forte da tarde de ontem. Nas idas e vindas das posições, o sétimo lugar bastou-lhe para ser campeão. Por mais que Alonso seja este espetáculo de piloto, também um dos maiores de todos os tempos, nada aconteceria com o vencedor Button ali na frente para ajudar Alonso a ganhar a posição de que necessitava. Sorte não derruba outra sorte.
E essa aliança da sorte com a competência, que vale tanto para Alonso quanto para a Vettel, é apenas uma máscara que teima esconder dos olhos menos atentos a história acontecendo, já vestida por outros gigantes deste esporte. Estes dois são a representação atual da qualidade extrema dos pilotos que admiramos ou aprendemos admirar dos anos 50 para cá. E que certamente só vamos dar o devido valor, bestas que somos, quando fizermos o comum exercício de olhar para trás.
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