* Por Luis Fernando Ramos
Kimi Raikkonen voltou à Fórmula 1. Um ganho importante para a categoria. À sua maneira, o caladão finlandês vai enriquecer o paddock. Pouco se importando com o que pensam sobre ele, com a imprensa, com o companheiro de equipe. Uma espécie de Buster Keaton das pistas, sempre parecendo sério e enfadado, mas genial no que faz.
A grande dúvida que fica é essa: qual Kimi veremos em ação nesse retorno? O genial ou o genioso? Se for o endiabrado moleque que ameaçou o título de Michael Schumacher em 2003 na base de uma regularidade incrível, ótimo. Ou o aguerrido piloto que brigou pelo título de 2005 e só saiu da disputa com antecedência porque o carro quebrou em momentos decisivos. Ou o campeão de 2007, que operou uma ótima virada na tabela vencendo três das quatro corridas finais do Mundial.
Mas eu temo encontrar o Raikkonen de 2009. Completamente desmotivado com o carro pouco competitivo que tinha nas mãos. O enigmático e silencioso piloto parece crescer em cima de bons resultados na mesma medida em que se apaga na ausência deles. E, todo mundo sabe, a atual Renault (que será rebatizada de Lotus no ano que vem) vai permitir que ele brigue, no máximo, por sétimos lugares. Quantas corridas até o finlandês ficar de saco cheio das cobranças e da falta de um bom carro para passar a fazer figuração? Acho que não muitas.
Conversando com um colega finlandês que é quase um segundo pai do piloto,ficou claro que sua volta foi motivada especialmente pela questão financeira. Como um profissional valorizado na sua área, o finlandês vai ganhar na F-1 o dinheiro que estava gastando do próprio bolso para correr de rali. Está no seu direito. Mas parece que a volta em si não vai bastar para vermos os lampejos de um Kimi que brilhava e nos encantava como no passado. Espero que ele prove que estamos enganados.
De qualquer jeito, um "meio Kimi" já seria mais piloto que muitos dos que estão no grid atualmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário