* Por Felipe Motta
O anúncio de Romain Grosjean foi péssimo para Bruno Senna. O brasileiro tinha algumas chances na Lotus, mas existia uma pressão grande para que o francês ganhasse uma oportunidade. Fica agora a dúvida se Bruno será terceiro piloto do time ou se tentará uma vaga nas poucas que restam.
Acho que Bruno fez um bom trabalho nas corridas que teve para mostrar seu talento. Foi surpreendentemente rápido e constante em Spa (sem se esquecer do erro na largada) e Monza. Na parte asiática, teve uma queda de rendimento, igualmente proporcional a de seu carro.
Em Interlagos, novamente, contou com um bom lampejo no treino de classificação. Fazia uma boa corrida até bater com Michael Schumacher, acidente que, ao menos para mim, não teve culpado. Foi o que se chama de incidente de corrida. No entanto, os comissários decidiram punir Bruno.
Se pensarmos na trajetória pouco comum de Bruno Senna no automobilismo, é inegável a determinação do jovem. O brasileiro ficou anos distante das pistas e perdeu muito tempo do que seria sua formação.
Ainda assim, teve boas performances em F-3, GP2 e F-1, resultados que crescem ainda mais se considerarmos o tempo em que ficou parado.
Para mim, o que Bruno fez nas pistas é fenomenal. Com isso não estou afirmando que ele é um fenômeno. Mas esquecer de sua pausa nas pistas, que não foi pequena, seria um enorme equívoco. É como se Bruno fosse um ótimo universitário, após parar de estudar na 5ª série e, depois de alguns bons anos, voltasse de repente direto no 3º grau.
Sinceramente, se Bruno tivesse uma oportunidade como as de Sebastien Buemi e Jaime Alguersuari, pilotos abraçados pela Red Bull, que começaram mal e evoluíram (ainda que não sejam gênios), não tenho dúvidas que se estabeleceria na competição, se não com um dos Top do grid, como um piloto sólido e respeitado.
Para Bruno, infelizmente, falta o tempo que ficou preso no passado, e que ninguém parece estar disposto a devolver a ele. Um tempo que não volta mais.
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