domingo, 26 de julho de 2009

RAPIDINHAS DA ZOROPA - Entrevista com Barrichello

Olá!

Após o treino de ontem Barrichello deu uma entrevista à revista AutoSport. Confiram:

Perguntas e Repostas com Rubens Barrichello
By http://www.autosport.com/news/report.php/id/77281

P. Você pode nos dizer o que aconteceu com a sua suspensão traseira naquela sessão?

Rubens Barrichello: Eu perdi o amortecedor central inteiro do carro. O carro essa manhã estava cheio de combustível e estava bem. À tarde, senti (o carro) um pouco estranho, verticalmente o carro estava mexendo um pouco. E nós suspeitamos desde o começo da qualificação que começando a ir (quebra do amortecedor). O que aconteceu completamente naquela volta, porque eu tive uma volta com tráfego onde eu tive que abortar e naquela volta, tão logo eu freei na volta 1, estava muito, muito ruim. Eu ainda fiz um tempo bom no setor 1, mas quando eu entrei na volta 3 eu senti a traseira cair.
Eu não tinha controle sobre a suspensão traseira; era como se estivesse duro. Foi então que eu chamei a equipe no rádio e disse que eu estava indo para os boxes. Eu senti como se tivesse perdido um grande pedaço da altura de direção porque o carro estava tocando o Felipe. A coisa toda simplesmente fez um terrível barulho.

P. Mas a coisa quebrou ou simplesmente saiu inteira?

RB: Não, quebrou.

P. E quando você percebeu o que aconteceu você foi vê-lo?

RB: Você vê o impacto e eu olhei o impacto. Não era enorme, e eu pensei que ele estava bem. Mas então eu perguntei para alguém da Ferrari e eles me disseram que ele não estava falando direito; ele não estava falando com o time. Então eu comecei a ficar preocupado.
Foi somente mais tarde que alguém me disse que foi um pedaço do meu carro. Isso não tem nada a ver com o fato de eu ir até lá – eu fui até lá para vê-lo. Eu queria vê-lo com os meus olhos porque eu já estive em situações como essa. Nós somos brasileiros e algumas vezes nós temos a família (por perto), às vezes nós não temos, e quando nós acordamos tudo que queremos ver é alguém conhecido. Eu queria estar por lá no caso de não ter ninguém da família por perto.
Mas ele estava consciente, ele estava se mexendo e muito agitado com o fato de ter cortado sua cabeça. Por causa disso, eles (os médicos) o sedaram para acalmá-lo e o levarem para o hospital.

P. Você viu o corte dele?

RB: Eu não olhei porque eu não queria. Eu não sou muito bom com sangue!!!

P. Ele falou com você?

RB: Não.

P. Você viu o capacete dele?

RB: Não.

P. Uma semana após o incidente com Henry Surtees no Brands Hatch, nós tivemos outro piloto atingido na cabeça aqui. Isso é pura coincidência?

RB: Não. Eu, honestamente, não acredito em coincidências. As coisas acontecem por um motivo e eu penso que esta é uma segunda mensagem. Imola (1994) foi uma mensagem. Os carros foram melhorados. Infelizmente perdemos um dos nossos, o que foi muito triste. Não é uma coincidência que alguma coisa aconteceu justamente agora. Na GPDA (abreviação em inglês para Associação dos Pilotos de GPs) nós conversamos bastante sobre isso ontem – e alguma coisa precisa ser feita. Sim, absolutamente.

P. Mas o que? Fechar os cockpits?

RB: Eu não sei. Nós precisamos sentar e dar uma olhada. Eu penso que os carros são muito mais seguros hoje, realmente muito mais seguros. Mas não existe coincidência neste fato que alguma coisa precisa ser avaliada.

P. Você acha que sem o sistema HANS poderia ter sido pior?

RB: Veja, eu não posso ver o HANS prejudicando nenhuma situação. Eu penso que já foi provado várias vezes que o HANS só pode ajudar. Quando você tem um impacto na cabeça, o problema não é o cérebro ir para frente, é ir para trás. Eu penso que o HANS é muito bom nesse momento – eu não sei o que mais posso dizer. O HANS não tem nada a ver com proteção. Nós tivemos o incidente com o Wurz / Coultard no passado e poderia ter terminado muito mal, e é algo que nós já temos que pensar.

Visibilidade é algo que já está um pouco difícil e por causa do show, se eu usar o capacete que eu deveria usar, nem mesmo os mecânicos saberiam se sou eu ou o Jenson porque nós estamos muito baixos no carro. Mas do ponto de vista de proteção é muito bom.

P. Mas você pode ver a cabeça dele mexer?

RB: Eu acredito que ele tenha ficado inconsciente por um segundo, porque ele passou reto na curva.

P. Você pode nos dizer como você estava se sentindo antes do acidente?

RB: Eu estava muito confiante esta manhã. Eu não sei em que estado nós estávamos comparado com as RBs e tudo mais, mas eu estava muito mais contente com o carro que o Jenson esse final de semana. Eu estou completamente confiante que eu teria pelo menos sido capaz de separar as RBs no grid. O carro estava ótimo de manhã, mesmo pesado com bastante combustível.
A chuva em si não nos ajudou. Ela limpou a pista um pouco, mas penso que poderíamos dizer que nós chegamos mais perto deles, mas eles estão ainda um pouco a frente - especialmente na qualificação. Na corrida, temos de ver amanhã.

4 comentários:

Igor * @fizomeu disse...

ótimo cinthia!!!

pior que já tem brasileiro idiota querendo culpar o barrichello pela fataliadade que o massa sofreu... eu fico louco!!!

Cin disse...

Ahhhh sim... porque de fato o piloto escolhe quebrar a porcaria da mola e fazer com que ela voe na cabeça dos outros concorrentes... Afffeeehhhhh é cada coisa viu...

Marcos - Blog da GGOO disse...

É nossa GGOOcorrespondente européia, rápida no gatilho como sempre.
Valeu pelas notícias, prima!!

Prof. Augusto Roque disse...

Belissimo trabalho Cin, e a cada notícia dai, nos informe aqui...