Sempre fui um apaixonado por corridas e, desde pequeno, a primeira coisa que eu lia quando meu pai trazia revistas de carros era sobre automobilismo. Assim fora nos tempos de Piquet e principalmente de Ayrton Senna, com as revistas 4 Rodas, Grid e Autoesporte. Foi a partir delas, lá entre 1989 e 1990, que comecei a ouvir o nome de Rubens Barrichello, que começava a sua carreira e já era Campeão da F-Opel na Inglaterra.
Em 1991, depois de ser campeão da F-3 Inglesa, pude vê-lo em ação durante a última prova do campeonato da F-3 Sulamericana, em Interlagos (sim, havia público e divulgação naquela época). Por conta dos compromissos, não houve tempo dele treinar, apenar correr, mesmo tendo que largar em último. Naquele domingo, vi um futuro promissor para Barrichello, numa prova que, quiçá, foi a melhor que ele fez na vida, ganhando a corrida ao ultrapassar Osvaldo Negri Jr. na reta dos boxes, na última volta.
Acostumado com Ayrton Senna, vi Barrichello estrear naquele GP da África do Sul de 1993 e barbarizar no GP da Europa no mesmo ano, tendo uma largada tão espetacular quanto à Senna e andando na frente das Williams "de outro planeta". E, daquela promessa que vi em 1991, a realidade se transformou em 1994, com o primeiro pódio, a primeira sambadinha, o acidente grave e a primeira pole.
Não tem como esquecer grandes momentos que vivencei, como a luta pelo segundo lugar no grid de largada para o GP Brasil de 1996, aquela corrida na chuva, pressionando, com um carro muito pior, a Ferrari de Schumacher e também o GP Brasil de 1999, quando vi todas as arquibancadas gritarem o seu nome a pleno pulmão, ou ainda, aqueles inesquecíveis GPs da Alemanha de 2000 e da Inglaterra em 2003, 2008 e a pole dele no GP Brasil de 2009.
Tivemos decepções sim, como o GP Brasil de 2001, Austria 2002 e aquele inexplicável GP Brasil de 2003. Mas, todo domingo cedo, acordava para ver as corridas e era em Barrichello que ficava de olho, era com ele que corria meus joguinhos de corrida pelo computador, era pelo Rubinho que torcia (depois da morte de Senna), era por ele que falava de tratamentos diferenciados dentro da F-1 (e quem ler o livro da biografia do Bernie Ecclestone, pode comprovar), quando comparado com Schumacher, já em 1996 e 1997.
Era por ele que cantava nas arquibancadas de Interlagos. Era por ele que toda a arquibancada cantava em Interlagos. Isso fará falta. E será estranho ver F-1 e, depois de 19 anos, não ler o nome de Barrichello nos créditos. Como disse um na blogosfera, retira-se (se isso mesmo for confirmado) o último piloto de verdade. Pra mim, ficarão as lembranças, como aquela conversa que tivemos no paddock em 1997 e aquele boné da Williams autografado, daquele que foi, depois de Emerson, Piquet e Senna, o melhor piloto brasileiro na história.
4 comentários:
é não tem jeito, amando ou odiando, o Rubinho faz parte da história de todos nós que acompanhamos o automobilismo de perto... e o desfecho desse ótimo texto do Roque (mais um, só para variar um pouco), é o que ficará para a história... ele é o melhor piloto brasileiro depois dos três campeões, não conseguiu o título mas sempre teve capacidade e paixão pelo que fazia!!!
Amigo,
concordo com suas palavras... e ele fez sua história nas pistas...
fará falta... mas tudo um dia chega ao fim...
valeu...
E se vai o último dos apaixonados de verdade pelas corridas de verdade.
"...amando ou odiando, o Rubinho faz parte da história de todos nós que acompanhamos o automobilismo de perto..."[2]
Bom meu camarada não sei vcs mais eu esse ano nem passarei perto da TV no horário da corrida, o que fizeram com o Barrichello, foi uma baita prova de que hoje nesse esporte o que vale é o patrocínio, a grana e qualquer outro tipo de dinheiro que possa vir em 2o. 3o. ou quarto, vem o talento do profissional, pena que o B. Senna correrá só esse ano, pois tudo está traçado para que em 2013, o pupilo do sócio de Frank assuma essa vaga na Willians e aí o B. Senna terá que fazer suas correris e usar seu sobrenome e seus patrocinadores pra comprar outra vaga na F1
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