* Por Victor Martins
O aumento abusivo dos preços das taxas cobradas pela SPTuris pode levar Interlagos a ter apenas e tão-somente o GP do Brasil de F1 em 2012, minando assim desde as 24 Horas de Interlagos até as etapas da Stock Car e da F-Truck.
A descoberta da elevação destes preços deu-se efetivamente na tarde de hoje por meio de Toninho de Souza, que é o promotor da corrida que duraria um dia na comemoração do aniversário de São Paulo. Toninho esteve no Anhembi para pegar o contrato e soube que a mudança nos valores ocorreu ainda no fim de 2011, promulgada no Diário Oficial da prefeitura no dia 28.
A São Paulo Turismo passou a tomar conta de Interlagos em uma manobra, legal, da prefeitura paulistana para evitar prejuízos e pressão do Ministério Público. Quando era administrado pela Secretaria de Esportes, o autódromo tinha um custo e trabalho elevados, sobretudo para realização de reformas, porque havia necessidade da abertura de licitações e uma consequente contrariedade do MP.
Em um primeiro momento, a SPTuris elevou os preços— etapas regionais cujo aluguel custava 300 dilmas passaram a algo entre 800 e 1.000 —, e anualmente os usuários e organizadores de provas debatiam com a empresa a manutenção destas taxas, que eram diferenciadas para cada tipo de campeonato — regional, estadual, nacional e internacional. Na calada do ano, a SPTuris modificou seu método de cobrança, dividindo Interlagos em setores e diárias — e horas em um caso.
A tabela ao lado, extraída do DO, indica as fragmentações detalhadamente e mostra que o simples uso do estacionamento do miolo do autódromo vai tungar 15 mil dinheiros por dia. Se for do kartódromo, o preço é 1/3 deste valor.
Colocando no papel o que por cima categorias como Stock Car e Truck gastariam se considerando apenas o período entre quinta e domingo, é possível depreender que quatro dias de uso do espaço levariam ao gasto mínimo de mais de 143 mil tutus, considerando 83.320,12 (autódromo em si) + 20 mil (portão 7) + 60 mil (estacionamento).
No caso das 24 Horas de Interlagos, as cifras são assombrosas: para uma prova que estava avaliada em 25 mil granas, o total passou a absurdos 416 mil — aumento de impressionantes e descabidos 1.666% —, conforme mostra o orçamento a seguir:
Como a F1 é isenta de todos estes preços e é bem provável que Vicar e Truck não concordem em pagar tais taxas, é plausível concluir que Interlagos pode ficar sem seus tradicionais eventos esportivos e que uma briga de cachorro grande comece. Senão, amizade, acabou o automobilismo acabou, diriam por aí. Faltando uma semana para o início das atividades das 24 Horas de Interlagos, promotores e advogados tentam buscar uma solução — que até pode sair porque esta corrida já estava previamente definida no ano passado, antes deste abuso. Mas fico aqui pensando também no Super Kart Brasil e na prova marcada para o fim de janeiro — estão a par disso, que terão de gastar pelo menos 20 mil nos dois dias de competição? Procurada, a SPTuris ainda está calada.
Mas não é fascinante tudo isso, hein?…
Adendo 1: Jacarepaguá começou a morrer porque Cesar Maia, símbolo do coronelismo disfarçado de democrata, iniciou uma especulação imobiliária na região, que acabou dando vida ao Pan de 2007. Aqui o prefeito é Gilberto Kassab, que dá nota 10 para implosões incompletas, símbolo do coronelismo disfarçado de democrata e travestido num novo partido sui generis. Ideias iguais?
2 comentários:
e temos mais um capítulo rumo à morte do automobilismo nesse país!!!
e temos mais um capítulo rumo à morte do automobilismo nesse país!!![2]
Detalhe no rodapé: água e energia não inclusos.
Mas não sei pq tanta reclamação,
R$ 0,40 o assento da arquibancada é barato bagarai!!
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