domingo, 24 de janeiro de 2010

COLUNA DO ROQUE: UM GP CIDADE DE SÃO PAULO ESPECIAL

Aproveitando o encejo do GP Cidade de São Paulo, permito-me recordar uma etapa bem especial, também realizada no dia do aniversário de São Paulo, só que do ano de 2007, ano em que a GGOO foi criada.  Neste dia 25/01, houve o chamado Clássicos de Competição que consistia em uma prova da então Super Classic e um encontro temático, contando a história do automobilismo brasileiro, de 1930 a 1990.

Como era folga e antecipando as comemorações de aniversário, lá fomos nós ao nosso templo sagrado acompanhar mais esta corrida e apreciar os carros que estavam expostos, aproveitando as facilidades direcionadas ao público em geral, como acesso aos boxes, estacionamento e um preço justo de ingresso.

Ao chegar, começamos a visitar os boxes e logo chegamos ao 21. Lá estavam todos os carros, muitas raridades e carros que tinham histórias de sucesso, com detalhes contados pelos pilotos que incorporaram estes carros aos anais do autódromo. Porém, estranhamente, havia poucas pessoas observando tudo. O burburinho estava em outro box. O de número 13.

Caminhando e verificando entre um box e outro, vimos carros antigos, album de figurinhas, camisetas de carros antigos, como uma do Herbie que é uma das minhas favoritas, até chegar ao tal box. Nele, entendemos o porque de tanto burburinho. Era simplesmente o FD-01. O primeiro carro de F-1 da equipe Fittipaldi. Meus olhos brilharam, estava realizando o sonho de ver um destes carros de perto. O carro, prateado, brilhava parado, sob os cuidados e olhos atento de Wilson Fittipaldi Jr. Neste instante pensei, poxa, já que o carro está aí, porque não andar com ele?

Fiquei imaginando tudo isso durante toda prova da Super Classic, prova esta que contou com 40 carros no grid muita festa nas arquibancadas, muitas risadas com Flávio Gomes e até uma chance rara de sentar no agora mais que famoso DKW#96. Tinha música, rock'n'roll clássico da melhor qualidade, mas pouco ouvi o som. Minha cabeça estava toda voltada àquele carro prateado, reluzente. Como eu queria ver ele em ação, mesmo dando poucas voltas de exibição. Seria demais.

Derrepente, correria nos boxes, grades são colocadas em frente ao box 13, o público começa a ser afastado do local. Isso só poderia representar uma coisa, a lenda iria andar. Como não somos bestas, corremos para lá também e vimos Wilsinho se arrumar, vestindo seu macacão e deixando em cima do aerofólio traseiro, o belíssimo capacete verde, com gotas amarelas.

Sim, ele iria andar. E Interlagos veria mais uma vez a história ser contada. E nós, pobres mortais, estaríamos lá vendo tudo isso acontecer. E aconteceu.

No começo, uma dificuldade para ligar o motor Cosworth do carro. Derepente o som. O motor rugia firme e forte, como se estivesse sendo ligado pela primeira vez. Minhas pernas tremiam de nervoso e ansiedade por presenciar um momento tão nobre. Dificilmente teria outra oportunidade de ver tudo aquilo.

Nisso Wilsinho acelerou mais fundo e lentamente começou a sair dos boxes aplaudido fervorosamente por todos que estavam lá naquele momento.


Foram 3 voltas em ritmo lento. Três voltas inesquecíveis para todos que viram e presenciaram este momento. Quando recolheu para os boxes, mais palmas e a certeza que o carro e os pilotos que o pilotaram foram mais do que vencedores, foram, heróis.

Um comentário:

Marcos - Blog da GGOO disse...

Meu prezado e dileto amigo Roque, se eu, vendo o FD 04 e fotografando ao lado dele já tremi, imagino sua emoção vendo tudo isso, ao vivo.
Nessas horas, dá raiva morar no interiorrrrr!![2]