Até a pé nós iremos à Interlagos ver o GP Brasil de Fórmula 1. Este título me lembra muito a situação que vivi no GP de 2003. No sábado foi só alegria, um sol para cada um e um Rubens Barrichello super inspirado, fez com que todos vibrassem com uma pole-position conquistada na marra.
Como é bom ver um piloto brasileiro na pole-positon do gp em que tanto sonhou em ganhar. A expectativa era de que, enfim, isso pudesse ocorrer.
Porém o domingo amanheceu dirente, um clima estranho tomava conta da cidade, um misto de frio, chuva e sol era a sua característica. Mas este clima estranho ficou ainda pior quando chegamos no local de saída dos ônibus especiais para Interlagos. Simplesmente não havia ônibus porque os motoristas resolveram protestar e fazer greve. Enquanto alguns fechavam pacotes astronômicos com os motoristas de taxi, conseguimos convencer o coordenador das compras a fechar uma única Kombi, só de ida, para Interlagos.
Chegando em Interlagos, os ventos começam a mudar de direção e o tempo nublado se transforma em uma chuva homérica, para quem estava na placa dos 50m, mal dava para enxergar a saída dos boxes, era chuva que não acabava mais. Capa de chuva, pouco adiantava...festa, brincadeiras na arquibancada...não...o silêncio tomava conta do autódromo a espera de boas notícias.
A primeira não foi nada boa, a curva do lago estava simplesmente alagada e pela rádio que também transmite o GP as informações eram de que não haveria corrida. O desespero tomou conta de todos, ninguém sabia ao certo o que fazer. Alguns foram embora, outros ficavam atônitos.
Uma pseudo tranquilidade só veio quando o Safety-car passou pela reta, era o indicativo de que poderíamos ter corrida, mas ao parar na curva do lago a cena mais desesperadora, o volume de água era tanta que a pequena poça batia na metade da porta da Mercedes.
No famoso jeitinho brasileiro, pás e picaretas foram levadas às pressas ao local e buracos para escoar a água foram abertos às pressas, o problema continuava pois a chuva não parava. Mas como um aviso, 1 hora antes da largada ela foi diminuindo e com isso a água foi escoando, escoando até ficar só o barro na pista.
Mais uma vez o pessoal de apoio teve que trabalhar as pressas para limpar a pista e quando estavam acabando, os primeiros roncos dos motores foram ouvidos. Não eram os roncos da Fórmula 1, mas daquela categoria que seria o embrião da SuperClassic, com um DKW puxando a fila com uma frase no mínimo curiosa: STOP BOMB IRAQ. A guerra do Iraque havia começado a poucos dias, e o intrépido piloto chamado Flávio Gomes deu o seu recado enquanto narrava as voltas pela pista. Atrás dele vários carros que fizeram história no automobilismo nacional, DKW's, Brasílias, Fuscas e até o Patinho Feio estavam presentes...o sorriso voltou a tomar conta de todos.
Assim, sem atrasos, mas sem largada a corrida foi iniciada, e o resto da história todos nós conhecemos...muita confusão, uma decepção pelo abandono do Rubinho, uma vitória inesperada e uma volta para casa que demorou 4 horas e meia, com chuva à espera dos ônibus certos rumo a tão sonhada cama.
3 comentários:
Poxa Roque, só dá pra falar aquela velha frase que tá ficando famosa por aqui: "dá até uma pontinha de inveja".
Quem dera eu tivesse descoberto as emoções de Interlagos antes, as quais só posso classificar como uma droga....vicia....e não tô afim de me tratar não!!!
Isso que é enfrentar desafios....
que não corra o fato de 2003 este ano!
put's: é muita sacanagem a greve no dia da corrida!
putz... a pé é longe hein!!!
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