terça-feira, 1 de outubro de 2013
Felix da Costa, só falta o anúncio oficial da Toro Rosso*
* Por Lívio Oricchio
O Brasil pode até não ter um representante na Fórmula 1 em 2014. Mas muito provavelmente piloto de língua portuguesa haverá. Só falta o anúncio oficial, o que deverá ocorrer nos próximos dias. Antonio Felix da Costa, português de Cascais, 21 anos, salvo grande surpresa, será confirmado como o substituto do australiano Daniel Ricciardo na equipe Toro Rosso.
Na etapa de Paul Ricard da Fórmula Renault 3.5 World Series, neste fim de semana, categoria similar a GP2, a ante-sala da Fórmula 1, Costa, da equipe Arden, venceu a corrida do sábado e terminou em terceiro neste domingo. “Hoje era um dia importante para mim. Não poderia fazer besteira”, disse Costa ao Estado, no circuito francês.
Com 160 pontos, ocupa a terceira colocação do campeonato que terá ainda sua última etapa, em Barcelona, dias 19 e 20 de outubro. O vencedor neste domingo foi o dinamarquês Kevin Magnussen, da DAMS, líder da temporada, com 224 pontos, e provável campeão.
O filho de Jan Magnussen, ex-piloto da Fórmula 1, com 25 Gps entre 1995 e 1998, venceu a prova do sábado, mas foi desclassificado por irregularidade no flap móvel (DRS). Costa, então segundo, ficou com a vitória.
Com prestígio, de novo
“Recebi uma mensagem de Franz Tost (diretor da Toro Rosso) me cumprimentando pelo resultado”, disse o talentoso português, sábado, ao Estado. Costa sabe que Tost e, principalmente, Helmut Marko, ex-piloto de Fórmula 1 dos anos 70 e diretor do programa Júnior da Red Bull, acompanhavam de perto seu trabalho.
Sua equipe teve um começo de campeonato difícil, o que lançou alguma dúvida em Marko sobre o verdadeiro potencial de Costa. “Contratamos um novo engenheiro, muito capaz, mas introduziu sistemas muito complexos no time. Foi só quando passamos a usar o modelo de acerto anterior que voltamos a andar na frente de novo”, disse o piloto.
Tendo vencido quatro etapas no fim do ano passado, recém-chegado à veloz F-Renault 3.5, Costa impressionou Marko. Este ano, em Monza, no começo do mês, porém, o diretor do programa Júnior da Red Bull comentou esperar mais de seu piloto. Agora, com os dois pódios em Paul Ricard e a vitória na corrida do domingo, na Hungria, dia 15, Costa voltou a apresentar a regularidade entre os primeiros exigida por Marko.
“Acho que o doutor Marko vai ficar muito feliz por me conduzir à Fórmula 1. O contrato já foi assinado no ano passado, mas ele pode me colocar onde desejar”, explicou Costa. “Gosto muito dele. É um homem duro. Mas ele é o que você vê.” A forma como tem sido tratado por Tost e Marko são sinais evidentes de, nesse instante, Costa corresponde ao que esperam dele.
“Piloto inteligente”
Em entrevista ao Estado, em Monza, Marko comentou apreciar a visão global de Costa, essencial no automobilismo, hoje. “É um piloto inteligente.” Por essa razão, provavelmente, Costa tem sido chamado para participar do programa de simulador da Red Bull em Milton Keynes, Inglaterra, sua sede, nos fins de semana de GP de Fórmula 1. “Em Cingapura, lá estava eu, na Red Bull, fazendo a simulação para eles.”
Os técnicos da Red Bull enviam para a sua sede os dados captados pelas dezenas de sensores instalados nos carros de Sebastian Vettel e Mark Webber. Lá, outros profissionais alimentam os computadores do simulador com todo tipo de informação, do carro, asfalto, ambiente, dos pneus e Costa “disputa” a corrida.
A fidelidade às condições do circuito cresce a cada temporada. O resultado final indica ao time como seria sua participação na prova. E a partir daí ratificar o acerto já encontrado, tentar melhorá-lo nos detalhes ou mesmo partir para uma mudança radical se o resultado for desfavorável.
“Agora, nas próximas etapas, Coreia e Japão, lá estarei eu de novo na Red Bull, de madrugada, realizando as simulações”, disse Costa.
O piloto que deverá ser o companheiro de Jean-Eric Vergne na Toro Rosso em 2014 foi terceiro na GP3 no ano passado, 11.º na mesma categoria em 2011, melhor estreante na Fórmula 3 europeia, com três vitórias, em 2010, terceiro no Europeu de Fórmula Renault 2.0, em 2009, sendo que no seu Campeonato Norte Europeu foi campeão. Já testou o carro da Force India e Red Bull de Fórmula 1.
Costa reúne velocidade, senso tático de corrida e gosta muito de entender o carro e seus recursos, para poder explorar toda sua potencialidade. Exatamente o que mais será exigido pelo complexo regulamento da Fórmula 1 em 2014.
“Sei, no entanto, que os problemas que enfrentei este ano, no começo, ao não repetir o sucesso do fim da temporada passada na F-Renault 3.5, representam quase nada perto do que me aguarda na Fórmula 1. O desafio é muito maior. Mas sinto-me bem preparado.”
Ajuda psicológica
A exemplo de Felipe Massa, Costa foi buscar ajuda profissional para entender melhor como reagir ao difícil momento no começo do campeonato, quando sua carreira poderia terminar ali, por Marko perder a confiança no seu trabalho. “Achei que tudo iria acabar para mim. Desde então mantenho ajuda psicológica e devo confessar estar adorando.”
O sucesso no automobilismo, nos últimos anos, bem mais que no passado, depende do talento do piloto combinado com a forma como reage à enorme pressão de tudo que o cerca, daí a importância de estruturar-se melhor psicologicamente. Há cobrança de toda natureza associada à elevação exponencial da competitividade.
Essa é uma das principais dificuldades de muitos pilotos brasileiros que viajam à Europa a fim de disputar as categoria de formação. Muito jovens e inexperientes, enfrentam adversários que por vezes nem são tão talentosos, porém mais bem preparados para enfrentar a vasta gama de desafios do automobilismo moderno.
O Brasil pode até não ter um representante na Fórmula 1 em 2014. Mas muito provavelmente piloto de língua portuguesa haverá. Só falta o anúncio oficial, o que deverá ocorrer nos próximos dias. Antonio Felix da Costa, português de Cascais, 21 anos, salvo grande surpresa, será confirmado como o substituto do australiano Daniel Ricciardo na equipe Toro Rosso.
Na etapa de Paul Ricard da Fórmula Renault 3.5 World Series, neste fim de semana, categoria similar a GP2, a ante-sala da Fórmula 1, Costa, da equipe Arden, venceu a corrida do sábado e terminou em terceiro neste domingo. “Hoje era um dia importante para mim. Não poderia fazer besteira”, disse Costa ao Estado, no circuito francês.
Com 160 pontos, ocupa a terceira colocação do campeonato que terá ainda sua última etapa, em Barcelona, dias 19 e 20 de outubro. O vencedor neste domingo foi o dinamarquês Kevin Magnussen, da DAMS, líder da temporada, com 224 pontos, e provável campeão.
O filho de Jan Magnussen, ex-piloto da Fórmula 1, com 25 Gps entre 1995 e 1998, venceu a prova do sábado, mas foi desclassificado por irregularidade no flap móvel (DRS). Costa, então segundo, ficou com a vitória.
Com prestígio, de novo
“Recebi uma mensagem de Franz Tost (diretor da Toro Rosso) me cumprimentando pelo resultado”, disse o talentoso português, sábado, ao Estado. Costa sabe que Tost e, principalmente, Helmut Marko, ex-piloto de Fórmula 1 dos anos 70 e diretor do programa Júnior da Red Bull, acompanhavam de perto seu trabalho.
Sua equipe teve um começo de campeonato difícil, o que lançou alguma dúvida em Marko sobre o verdadeiro potencial de Costa. “Contratamos um novo engenheiro, muito capaz, mas introduziu sistemas muito complexos no time. Foi só quando passamos a usar o modelo de acerto anterior que voltamos a andar na frente de novo”, disse o piloto.
Tendo vencido quatro etapas no fim do ano passado, recém-chegado à veloz F-Renault 3.5, Costa impressionou Marko. Este ano, em Monza, no começo do mês, porém, o diretor do programa Júnior da Red Bull comentou esperar mais de seu piloto. Agora, com os dois pódios em Paul Ricard e a vitória na corrida do domingo, na Hungria, dia 15, Costa voltou a apresentar a regularidade entre os primeiros exigida por Marko.
“Acho que o doutor Marko vai ficar muito feliz por me conduzir à Fórmula 1. O contrato já foi assinado no ano passado, mas ele pode me colocar onde desejar”, explicou Costa. “Gosto muito dele. É um homem duro. Mas ele é o que você vê.” A forma como tem sido tratado por Tost e Marko são sinais evidentes de, nesse instante, Costa corresponde ao que esperam dele.
“Piloto inteligente”
Em entrevista ao Estado, em Monza, Marko comentou apreciar a visão global de Costa, essencial no automobilismo, hoje. “É um piloto inteligente.” Por essa razão, provavelmente, Costa tem sido chamado para participar do programa de simulador da Red Bull em Milton Keynes, Inglaterra, sua sede, nos fins de semana de GP de Fórmula 1. “Em Cingapura, lá estava eu, na Red Bull, fazendo a simulação para eles.”
Os técnicos da Red Bull enviam para a sua sede os dados captados pelas dezenas de sensores instalados nos carros de Sebastian Vettel e Mark Webber. Lá, outros profissionais alimentam os computadores do simulador com todo tipo de informação, do carro, asfalto, ambiente, dos pneus e Costa “disputa” a corrida.
A fidelidade às condições do circuito cresce a cada temporada. O resultado final indica ao time como seria sua participação na prova. E a partir daí ratificar o acerto já encontrado, tentar melhorá-lo nos detalhes ou mesmo partir para uma mudança radical se o resultado for desfavorável.
“Agora, nas próximas etapas, Coreia e Japão, lá estarei eu de novo na Red Bull, de madrugada, realizando as simulações”, disse Costa.
O piloto que deverá ser o companheiro de Jean-Eric Vergne na Toro Rosso em 2014 foi terceiro na GP3 no ano passado, 11.º na mesma categoria em 2011, melhor estreante na Fórmula 3 europeia, com três vitórias, em 2010, terceiro no Europeu de Fórmula Renault 2.0, em 2009, sendo que no seu Campeonato Norte Europeu foi campeão. Já testou o carro da Force India e Red Bull de Fórmula 1.
Costa reúne velocidade, senso tático de corrida e gosta muito de entender o carro e seus recursos, para poder explorar toda sua potencialidade. Exatamente o que mais será exigido pelo complexo regulamento da Fórmula 1 em 2014.
“Sei, no entanto, que os problemas que enfrentei este ano, no começo, ao não repetir o sucesso do fim da temporada passada na F-Renault 3.5, representam quase nada perto do que me aguarda na Fórmula 1. O desafio é muito maior. Mas sinto-me bem preparado.”
Ajuda psicológica
A exemplo de Felipe Massa, Costa foi buscar ajuda profissional para entender melhor como reagir ao difícil momento no começo do campeonato, quando sua carreira poderia terminar ali, por Marko perder a confiança no seu trabalho. “Achei que tudo iria acabar para mim. Desde então mantenho ajuda psicológica e devo confessar estar adorando.”
O sucesso no automobilismo, nos últimos anos, bem mais que no passado, depende do talento do piloto combinado com a forma como reage à enorme pressão de tudo que o cerca, daí a importância de estruturar-se melhor psicologicamente. Há cobrança de toda natureza associada à elevação exponencial da competitividade.
Essa é uma das principais dificuldades de muitos pilotos brasileiros que viajam à Europa a fim de disputar as categoria de formação. Muito jovens e inexperientes, enfrentam adversários que por vezes nem são tão talentosos, porém mais bem preparados para enfrentar a vasta gama de desafios do automobilismo moderno.
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