quarta-feira, 30 de abril de 2014
#SENNA20ANOS: O acidente e a morte de Senna em detalhes que você nunca viu*
* Por Lívio Oricchio
Não vi nada de diferente na rotina do hospital quando cheguei. Imaginava que haveria gente por todo o lado a fim de acompanhar uma eventual cirurgia em Senna. De imediato, compreendi que eu chegara bastante cedo ao hospital, a ponto de entrar no edifício e não ver um único jornalista. No fim de uma rampa que dá acesso a um saguão central, para onde todos se direcionam ao entrar no hospital, vi a primeira manifestação de que Senna estava lá.
Um policial, um Carabinieri, estava agitadíssimo. Alguém acabara de lhe dizer que o piloto se acidentara e há pouco havia chegado ao hospital, transportado de helicóptero. Ele tinha o chapéu na mão e dizia: "Meu Deus, o que é isso, não existe mais piloto como Senna, que corre com o coração".
Eu o ouvi enquanto entrava rapidamente no saguão principal, atrás de notícias. Estava mais tenso ainda. Mas ali não havia jeito. Se eu falhasse, provavelmente comprometeria o restante da minha carreira naquilo que tanto me dedicara para conseguir, ou seja, cobrir o Mundial de Fórmula 1 para a grande mídia brasileira. Cada vez que me lembrava disso ganhava força para deixar de lado minhas emoções.
Parei de pensar também nas reações que estavam ocorrendo no Brasil por conta do acidente de Senna, o que colaborou para eu me controlar.
Nesse momento, vi Roberto Cabrini, repórter da TV Globo, com quem sempre tive boa relação profissional, e, um pouco mais tarde, Celso Itiberê, o correspondente do jornal o Globo em Milão.
No Brasil, era domingo de manhã. Lembro-me de ter ligado para os jornais em que trabalhava, Estadão e Jornal da Tarde, além da Agência Estado, a fim de informar ao chefe de reportagem, Castilho de Andrade, que havia deixado o autódromo e me encontrava no hospital.
Eu pensei comigo: se Senna morresse, todas as atenções estariam lá na Itália, ao menos até o embarque do corpo para o Brasil. Eu estava sozinho, seria o responsável por levar aos leitores dos jornais da empresa um painel de informações de tudo. Era uma grande responsabilidade.
Isso fez eu me concentrar quase doentiamente no meu trabalho. Ao mesmo tempo, comecei a elaborar uma estratégia de cobertura. As notícias estariam no hospital, mas também no autódromo. Era imprescindível ouvir Frank Williams, dono da equipe de Senna, Patrick Head e Adrian Newey, os homens que assinaram o projeto do modelo FW16 pilotado por Senna.
Médicos realmente profissionais
Não encontrei no hospital um único cidadão que tivesse um mínimo de sensibilidade com o que estava se passando: um piloto de F1, ídolo em dezenas de países, mesmo na Itália, lutava para viver e os funcionários do hospital continuavam sendo mal-educados, grossos e desinteressados, mesmo com quem falasse em italiano com eles, como eu.
O que faltava de bom senso a essas pessoas sobrava nos médicos deslocados para o atendimento. Todos solícitos e não escondendo nenhuma informação. Fomos orientados a não subir ao 11° andar, mas era impossível atender o pedido do hospital. A notícia estava lá.
E eu não errei ao decidir pagar para ver. Logo que sai do elevador, encontrei um médico com roupas usadas no centro cirúrgico. "O senhor veio lá de dentro, viu o Senna, pode me dizer alguma coisa?", perguntei, meio afobado, primariamente, imaginando ouvir um desaforo.
Para a minha surpresa, nada disso ocorreu. Descobri tratar-se do doutor Servadei, um dos que atendeu Senna ainda na pista e o acompanhou, no helicóptero, até o hospital. Apesar de profissional, ele estava abalado. Com voz baixa, começou a descrever o que vivera naquela última hora.
Choque ao tirar o capacete
Ele é quem fala: "Antes mesmo de retirar o capacete, ficamos impressionados com a quantidade de sangue que o piloto perdia. Alguma artéria havia sido atingida com certeza e minha primeira preocupação era, uma vez exposta a cabeça de Senna, tentar conter a hemorragia. Quem orientou a complexa retirada do capacete foi o doutor Sid Watkins, o médico da FIA. Mas tão logo tivemos acesso a sua cabeça, sem o capacete e a balaclava, compreendi que Senna não sobreviveria", disse-me o doutor Servadei.
"Vimos que a base craniana estava aberta e ele perdia massa cefálica, cérebro, pelo corte de mais de um centímetro de largura que corria por trás das orelhas, de lado a lado da cabeça. Para mim, ele havia batido a cabeça no muro da curva Tamburello, em alta velocidade. Isso explicava aquele traumatismo generalizado da caixa craniana".
Depois de ouvir aquilo, estava claro para mim que não havia mais o que fazer. A morte de Senna era uma questão de tempo. Pouco tempo. Lembro-me de ter procurado um lugar para sentar e dizer a mim mesmo que aquilo era verdade. Eu estava em choque.
Nesse instante, passou um cidadão que, educadamente, me informou que os médicos do caso falariam no centro de conferências do hospital, no térreo. Profundamente abatido, sem saber o que pensar, fui para lá, sempre transportando o meu bloco de anotações e o velho computador laptop Toshiba 1000, uma peça de museu se comparada aos que uso hoje.
Atrás da mesa do centro de conferência ficaram, de pé, o doutor Domenico Cosco, a doutora Maria Tereza Fiandri, o doutor Andreolli, neurocirurgião, o doutor Servadei e o doutor Gordini, anestesista.
Não há nada que possamos fazer
O primeiro a falar foi Andreolli, que descreveu o quadro como o mais traumático possível. "Não existe uma área específica do crânio que podemos atuar para a reparação, tudo foi danificado no acidente. O traumatismo é generalizado, bem como os danos a todo o tecido nervoso", explicou.
Entre a minha conversa com o doutor Servadei, no 11° andar, e o início da conferência houve um intervalo de uma hora. Já haviam muitos repórteres no hospital para acompanhar o caso. Na sala de conferência, pude observar até mesmo doentes de pijama, internados, que sabiam da internação de Senna em estado de emergência. Desejavam mais notícias.
A consternação pelo anunciado pelo doutor Andreolli foi impressionante. As pessoas tomaram consciência de que Senna, ídolo de tanta gente, aquele que parecia imortal, morreria no máximo em questão de horas. Entrei em contato com o nosso chefe de reportagem para informar o que já apurara e o que viria pela frente.
Como eu teria de escrever um volume respeitável de textos naquele dia, Castilho sugeriu que eu já enviasse o primeiro com o que tinha até então. Achei prudente. Sentei numa das cadeiras da sala de conferência e conectei meu laptop em uma tomada que descobrira ali, próximo da mesa dos médicos, que já haviam deixado o local.
Comportamento irracional
Nesta hora, apareceu um cidadão, daqueles imbecis que há pouco citei, dizendo que não poderia ficar lá. "Vou fechar esta sala", disse, com a maior agressividade pensável. Eu lhe pedi que me desse uns 50 minutos para redigir um texto. Isso em nada alteraria a rotina do hospital. Outros jornalistas também manifestaram a necessidade de trabalhar.
Quase sem olhar para nós o indivíduo foi até o painel de controle de luzes da sala e nos ameaçou, com a mão nas chaves elétricas: se não saíssemos de lá naquele instante desligaria a luz do ambiente. Fechei meu laptop e fui embora.
Fui procurar o doutor Servadei novamente, o do helicóptero, que tão gentil se mostrara. Por sorte, o encontrei numa sala do térreo. Ele me deu mais detalhes: "A hemorragia que Senna tinha ainda na pista era tão violenta que durante o voo nós lhe demos litros de sangue". Ele também falou da perda de líquor, líquido cefalorraquidiano existente entre as camadas nervosas, a fim de protegê-las.
"Em decorrência da desaceleração sofrida pelo cérebro, Senna perdia massa cinzenta e líquor, o que começou a deformar rapidamente suas feições".
Toda vez que essas camadas são rompidas, o líquor, mantido sob elevada pressão entre elas, se espalha pelas cavidades que encontra, causando o inchaço de todos os tecidos. Em outras palavras, a cabeça de Senna estava se deformando rapidamente, ganhando volume.
Vida vegetativa
O doutor Gordini, o anestesista, próximo ao doutor Servadei, contou-me também outra passagem durante o voo de helicóptero até o Hospital Maggiore: "Senna teve uma depressão respiratória importante. Nós administramos drogas que reverteram o quadro. Mesmo que ele não tivesse sofrido todos os estragos no cérebro, decorrentes do impacto no muro, só aquela depressão já lhe teria causado danos irreversíveis no tecido nervoso. Ele teria apenas vida vegetativa. Seu cérebro recebeu pouco oxigênio durante um tempo precioso. No CTI, Senna chegou a ter uma parada respiratória. De novo, nós o reanimamos".
Observe que em nenhum momento os médicos falaram em afundamento do frontal, causado por algum componente do carro que se projetou na direção da cabeça no momento do impacto. Hoje, acredita-se que a barra que conecta a manga de eixo da suspensão dianteira direita ao conjunto mola-amortecedor, denominada push-rod, se soltou no choque do Williams no muro e se deslocou na direção do capacete de Senna.
A seguir a barra perfurou a viseira e pressionou a cabeça do piloto contra a parte de trás do cockpit. Essa compressão é que teria causado a fratura da base do crânio, descrita pelo doutor Servadei. A barra atingiu antes a artéria temporal, gerando a forte hemorragia.
Recapitulando: pouco antes das 16 horas eu já estava no Hospital Maggiore e conversava com o doutor Servadei, na porta do CTI. Às 16h30 a doutora Fiandri anunciou, no centro de conferências do hospital, que o neurocirurgião, doutor Andreoli, falaria sobre o estado de Senna. Ficamos sabendo que não havia como intervir cirurgicamente e que a morte era uma questão de horas.
Depois, voltei a falar com os médicos presentes no autódromo e eles me deram mais informações do atendimento. A doutora Fiandri, que se tornou uma espécie de porta-voz do grupo médico, nos avisou que só se pronunciaria se tivesse "alguma novidade".
Às 17h55, ela surge novamente no saguão principal do hospital, na porta do pronto-socorro. A esta altura, o hospital não mais permitia o acesso ao 11° andar, onde estava Senna, no CTI.
Morte cerebral
A doutora Fiandri estava visivelmente emocionada. Uma multidão de repórteres se aproximou para ouvi-la. Não se manifestou até que o silêncio foi feito. Eu estava ao seu lado. Com a voz embargada, a médica afirmou: "Senhores, o eletroencefalograma de Senna não acusa mais atividade elétrica". Deu uma pausa. Parecia estar se recompondo. "Senna tem morte cerebral". Saiu em completo silêncio, devagar.
Os profissionais de imprensa que permaneceram no autódromo, a esta altura, com o fim da corrida, já estavam no hospital. Para a maioria, aquele foi o primeiro contato com os médicos que cuidavam de Senna. A notícia causou comoção em todos. Quem estava lá já sabia que o desfecho do caso seria aquele.
Uma disputa intensa pelos telefones públicos seguiu. A telefonia celular de longa distância estava apenas começando. Não me lembro de ver alguém com celular na época.
O comunicado da doutra Fiandre informava, no fundo, a morte de Senna. Seu coração continuava batendo, mas não por muito tempo. Vi pessoas chorando, entre eles jornalistas muito emocionados também. Eu ainda não chorara, talvez por conta daquele preparo a que me submeti, dizendo a mim mesmo que, ao menos enquanto estivesse ali, atrás de informações, mantivesse a situação sob controle. Mas estava abalado, sem dúvida.
Todos nós, jornalistas, precisávamos nos comunicar com nossas bases, para, de novo, informar o andamento das notícias. A doutora Fiandri, por exemplo, disse que só voltaria a falar com a imprensa às 21 horas ou se "tivesse alguma novidade". Isso depois de anunciar a morte cerebral do piloto, às 18h05.
A verdade crua e dura
Às 19h05, ela surgiu de novo, proveniente do pronto-socorro. Não era onde estava o piloto. Com os olhos marejados, claramente havia chorado, falou em voz pausada, carregada de emoção, enquanto não se ouvia um ruído sequer a sua volta, apesar da presença de centenas de jornalistas. Todos precisavam ouvir para acreditar.
"Senhores, por favor...(tempo para respirar fundo). Desde as 18h40, Senna não registra mais atividade cardíaca", afirmou. Nova pausa. Ninguém se manifesta, silêncio absoluto. A doutora Fiandri sugere ter algo mais a dizer e todos se mantêm ao seu redor. Com os olhos cheios de lágrimas, afirma delicadamente: "Senhores, Senna está morto".
Não vi nada de diferente na rotina do hospital quando cheguei. Imaginava que haveria gente por todo o lado a fim de acompanhar uma eventual cirurgia em Senna. De imediato, compreendi que eu chegara bastante cedo ao hospital, a ponto de entrar no edifício e não ver um único jornalista. No fim de uma rampa que dá acesso a um saguão central, para onde todos se direcionam ao entrar no hospital, vi a primeira manifestação de que Senna estava lá.
Um policial, um Carabinieri, estava agitadíssimo. Alguém acabara de lhe dizer que o piloto se acidentara e há pouco havia chegado ao hospital, transportado de helicóptero. Ele tinha o chapéu na mão e dizia: "Meu Deus, o que é isso, não existe mais piloto como Senna, que corre com o coração".
Eu o ouvi enquanto entrava rapidamente no saguão principal, atrás de notícias. Estava mais tenso ainda. Mas ali não havia jeito. Se eu falhasse, provavelmente comprometeria o restante da minha carreira naquilo que tanto me dedicara para conseguir, ou seja, cobrir o Mundial de Fórmula 1 para a grande mídia brasileira. Cada vez que me lembrava disso ganhava força para deixar de lado minhas emoções.
Parei de pensar também nas reações que estavam ocorrendo no Brasil por conta do acidente de Senna, o que colaborou para eu me controlar.
Nesse momento, vi Roberto Cabrini, repórter da TV Globo, com quem sempre tive boa relação profissional, e, um pouco mais tarde, Celso Itiberê, o correspondente do jornal o Globo em Milão.
No Brasil, era domingo de manhã. Lembro-me de ter ligado para os jornais em que trabalhava, Estadão e Jornal da Tarde, além da Agência Estado, a fim de informar ao chefe de reportagem, Castilho de Andrade, que havia deixado o autódromo e me encontrava no hospital.
Eu pensei comigo: se Senna morresse, todas as atenções estariam lá na Itália, ao menos até o embarque do corpo para o Brasil. Eu estava sozinho, seria o responsável por levar aos leitores dos jornais da empresa um painel de informações de tudo. Era uma grande responsabilidade.
Isso fez eu me concentrar quase doentiamente no meu trabalho. Ao mesmo tempo, comecei a elaborar uma estratégia de cobertura. As notícias estariam no hospital, mas também no autódromo. Era imprescindível ouvir Frank Williams, dono da equipe de Senna, Patrick Head e Adrian Newey, os homens que assinaram o projeto do modelo FW16 pilotado por Senna.
Médicos realmente profissionais
Não encontrei no hospital um único cidadão que tivesse um mínimo de sensibilidade com o que estava se passando: um piloto de F1, ídolo em dezenas de países, mesmo na Itália, lutava para viver e os funcionários do hospital continuavam sendo mal-educados, grossos e desinteressados, mesmo com quem falasse em italiano com eles, como eu.
O que faltava de bom senso a essas pessoas sobrava nos médicos deslocados para o atendimento. Todos solícitos e não escondendo nenhuma informação. Fomos orientados a não subir ao 11° andar, mas era impossível atender o pedido do hospital. A notícia estava lá.
E eu não errei ao decidir pagar para ver. Logo que sai do elevador, encontrei um médico com roupas usadas no centro cirúrgico. "O senhor veio lá de dentro, viu o Senna, pode me dizer alguma coisa?", perguntei, meio afobado, primariamente, imaginando ouvir um desaforo.
Para a minha surpresa, nada disso ocorreu. Descobri tratar-se do doutor Servadei, um dos que atendeu Senna ainda na pista e o acompanhou, no helicóptero, até o hospital. Apesar de profissional, ele estava abalado. Com voz baixa, começou a descrever o que vivera naquela última hora.
Choque ao tirar o capacete
Ele é quem fala: "Antes mesmo de retirar o capacete, ficamos impressionados com a quantidade de sangue que o piloto perdia. Alguma artéria havia sido atingida com certeza e minha primeira preocupação era, uma vez exposta a cabeça de Senna, tentar conter a hemorragia. Quem orientou a complexa retirada do capacete foi o doutor Sid Watkins, o médico da FIA. Mas tão logo tivemos acesso a sua cabeça, sem o capacete e a balaclava, compreendi que Senna não sobreviveria", disse-me o doutor Servadei.
"Vimos que a base craniana estava aberta e ele perdia massa cefálica, cérebro, pelo corte de mais de um centímetro de largura que corria por trás das orelhas, de lado a lado da cabeça. Para mim, ele havia batido a cabeça no muro da curva Tamburello, em alta velocidade. Isso explicava aquele traumatismo generalizado da caixa craniana".
Depois de ouvir aquilo, estava claro para mim que não havia mais o que fazer. A morte de Senna era uma questão de tempo. Pouco tempo. Lembro-me de ter procurado um lugar para sentar e dizer a mim mesmo que aquilo era verdade. Eu estava em choque.
Nesse instante, passou um cidadão que, educadamente, me informou que os médicos do caso falariam no centro de conferências do hospital, no térreo. Profundamente abatido, sem saber o que pensar, fui para lá, sempre transportando o meu bloco de anotações e o velho computador laptop Toshiba 1000, uma peça de museu se comparada aos que uso hoje.
Atrás da mesa do centro de conferência ficaram, de pé, o doutor Domenico Cosco, a doutora Maria Tereza Fiandri, o doutor Andreolli, neurocirurgião, o doutor Servadei e o doutor Gordini, anestesista.
Não há nada que possamos fazer
O primeiro a falar foi Andreolli, que descreveu o quadro como o mais traumático possível. "Não existe uma área específica do crânio que podemos atuar para a reparação, tudo foi danificado no acidente. O traumatismo é generalizado, bem como os danos a todo o tecido nervoso", explicou.
Entre a minha conversa com o doutor Servadei, no 11° andar, e o início da conferência houve um intervalo de uma hora. Já haviam muitos repórteres no hospital para acompanhar o caso. Na sala de conferência, pude observar até mesmo doentes de pijama, internados, que sabiam da internação de Senna em estado de emergência. Desejavam mais notícias.
A consternação pelo anunciado pelo doutor Andreolli foi impressionante. As pessoas tomaram consciência de que Senna, ídolo de tanta gente, aquele que parecia imortal, morreria no máximo em questão de horas. Entrei em contato com o nosso chefe de reportagem para informar o que já apurara e o que viria pela frente.
Como eu teria de escrever um volume respeitável de textos naquele dia, Castilho sugeriu que eu já enviasse o primeiro com o que tinha até então. Achei prudente. Sentei numa das cadeiras da sala de conferência e conectei meu laptop em uma tomada que descobrira ali, próximo da mesa dos médicos, que já haviam deixado o local.
Comportamento irracional
Nesta hora, apareceu um cidadão, daqueles imbecis que há pouco citei, dizendo que não poderia ficar lá. "Vou fechar esta sala", disse, com a maior agressividade pensável. Eu lhe pedi que me desse uns 50 minutos para redigir um texto. Isso em nada alteraria a rotina do hospital. Outros jornalistas também manifestaram a necessidade de trabalhar.
Quase sem olhar para nós o indivíduo foi até o painel de controle de luzes da sala e nos ameaçou, com a mão nas chaves elétricas: se não saíssemos de lá naquele instante desligaria a luz do ambiente. Fechei meu laptop e fui embora.
Fui procurar o doutor Servadei novamente, o do helicóptero, que tão gentil se mostrara. Por sorte, o encontrei numa sala do térreo. Ele me deu mais detalhes: "A hemorragia que Senna tinha ainda na pista era tão violenta que durante o voo nós lhe demos litros de sangue". Ele também falou da perda de líquor, líquido cefalorraquidiano existente entre as camadas nervosas, a fim de protegê-las.
"Em decorrência da desaceleração sofrida pelo cérebro, Senna perdia massa cinzenta e líquor, o que começou a deformar rapidamente suas feições".
Toda vez que essas camadas são rompidas, o líquor, mantido sob elevada pressão entre elas, se espalha pelas cavidades que encontra, causando o inchaço de todos os tecidos. Em outras palavras, a cabeça de Senna estava se deformando rapidamente, ganhando volume.
Vida vegetativa
O doutor Gordini, o anestesista, próximo ao doutor Servadei, contou-me também outra passagem durante o voo de helicóptero até o Hospital Maggiore: "Senna teve uma depressão respiratória importante. Nós administramos drogas que reverteram o quadro. Mesmo que ele não tivesse sofrido todos os estragos no cérebro, decorrentes do impacto no muro, só aquela depressão já lhe teria causado danos irreversíveis no tecido nervoso. Ele teria apenas vida vegetativa. Seu cérebro recebeu pouco oxigênio durante um tempo precioso. No CTI, Senna chegou a ter uma parada respiratória. De novo, nós o reanimamos".
Observe que em nenhum momento os médicos falaram em afundamento do frontal, causado por algum componente do carro que se projetou na direção da cabeça no momento do impacto. Hoje, acredita-se que a barra que conecta a manga de eixo da suspensão dianteira direita ao conjunto mola-amortecedor, denominada push-rod, se soltou no choque do Williams no muro e se deslocou na direção do capacete de Senna.
A seguir a barra perfurou a viseira e pressionou a cabeça do piloto contra a parte de trás do cockpit. Essa compressão é que teria causado a fratura da base do crânio, descrita pelo doutor Servadei. A barra atingiu antes a artéria temporal, gerando a forte hemorragia.
Recapitulando: pouco antes das 16 horas eu já estava no Hospital Maggiore e conversava com o doutor Servadei, na porta do CTI. Às 16h30 a doutora Fiandri anunciou, no centro de conferências do hospital, que o neurocirurgião, doutor Andreoli, falaria sobre o estado de Senna. Ficamos sabendo que não havia como intervir cirurgicamente e que a morte era uma questão de horas.
Depois, voltei a falar com os médicos presentes no autódromo e eles me deram mais informações do atendimento. A doutora Fiandri, que se tornou uma espécie de porta-voz do grupo médico, nos avisou que só se pronunciaria se tivesse "alguma novidade".
Às 17h55, ela surge novamente no saguão principal do hospital, na porta do pronto-socorro. A esta altura, o hospital não mais permitia o acesso ao 11° andar, onde estava Senna, no CTI.
Morte cerebral
A doutora Fiandri estava visivelmente emocionada. Uma multidão de repórteres se aproximou para ouvi-la. Não se manifestou até que o silêncio foi feito. Eu estava ao seu lado. Com a voz embargada, a médica afirmou: "Senhores, o eletroencefalograma de Senna não acusa mais atividade elétrica". Deu uma pausa. Parecia estar se recompondo. "Senna tem morte cerebral". Saiu em completo silêncio, devagar.
Os profissionais de imprensa que permaneceram no autódromo, a esta altura, com o fim da corrida, já estavam no hospital. Para a maioria, aquele foi o primeiro contato com os médicos que cuidavam de Senna. A notícia causou comoção em todos. Quem estava lá já sabia que o desfecho do caso seria aquele.
Uma disputa intensa pelos telefones públicos seguiu. A telefonia celular de longa distância estava apenas começando. Não me lembro de ver alguém com celular na época.
O comunicado da doutra Fiandre informava, no fundo, a morte de Senna. Seu coração continuava batendo, mas não por muito tempo. Vi pessoas chorando, entre eles jornalistas muito emocionados também. Eu ainda não chorara, talvez por conta daquele preparo a que me submeti, dizendo a mim mesmo que, ao menos enquanto estivesse ali, atrás de informações, mantivesse a situação sob controle. Mas estava abalado, sem dúvida.
Todos nós, jornalistas, precisávamos nos comunicar com nossas bases, para, de novo, informar o andamento das notícias. A doutora Fiandri, por exemplo, disse que só voltaria a falar com a imprensa às 21 horas ou se "tivesse alguma novidade". Isso depois de anunciar a morte cerebral do piloto, às 18h05.
A verdade crua e dura
Às 19h05, ela surgiu de novo, proveniente do pronto-socorro. Não era onde estava o piloto. Com os olhos marejados, claramente havia chorado, falou em voz pausada, carregada de emoção, enquanto não se ouvia um ruído sequer a sua volta, apesar da presença de centenas de jornalistas. Todos precisavam ouvir para acreditar.
"Senhores, por favor...(tempo para respirar fundo). Desde as 18h40, Senna não registra mais atividade cardíaca", afirmou. Nova pausa. Ninguém se manifesta, silêncio absoluto. A doutora Fiandri sugere ter algo mais a dizer e todos se mantêm ao seu redor. Com os olhos cheios de lágrimas, afirma delicadamente: "Senhores, Senna está morto".
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#SENNA20ANOS,
1994,
Ayrton Senna,
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GP SAN MARINO,
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SENNA ESPECIAL
#SENNA20ANOS: SENNA: UMA PASSAGEM ENGRAÇADA ENVOLVENDO PROST*
* Por Betise Assumpção
Era segunda-feira 24 de maio de 1993 , um dia após a espetacular conquista do Ayrton em Monaco, registrando o recorde de 6 vitórias na mais glamorosa de todas as corridas do mundo ! E tinha sido uma vitória particularmente difícil pois, no treino livre quinta-feira , ele bateu forte e machucou feio o polegar esquerdo – era canhoto ). Depois de quase 48 horas sob os cuidados de seu fisioterapeuta pessoal , o austríaco Joseph Leberer – com um coquetel de cremes , gelo e massagens – . Ayrton estava pronto para pista. ( esta foi uma corrida extraordinária e eu vou escrever mais sobre ela em algum momento )
Voltemos para segunda-feira. Londres. Ayrton me ligou à tarde ; tínhamos combinado de nos falar mais para que eu poder escrever minhas colunas para o Japão e o Brasil .
Ayrton : “Oi Betise , tudo bom ? Preciso de um favor “
Betise : ” Ah, é mesmo? ! Pensei que nós iríamos falar mais sobre a corrida ” , eu respondi rindo
Ayrton : ” Bem, isso também. Vamos conversar num McDonalds ” ?
Betise : “O quê? ! Tá brincando , certo? Você quer ir ao McDonalds e me arrastar também? Mesmo voce sendo meu chefe acho que é pedir um pouco demais” , ainda rindo , mas nem tanto!
Ayrton : “Não, não é para mim ! Adriane quer comer um Big Mac , você acredita nisso? “
Betise : “É claro que acredito . O que não posso crer é que você esteja preparado para ir hahahah . Vou trazer minha câmera e fazer você autografar a foto para a posteridade “, ri mais alto ainda.
Senna : “Ok, muito engraçado. Onde é o McDonalds mais próximo? Estou no Berkeley. Podemos nos encontrar lá e falar sobre o fim de semana , enquanto Adriane come seu hambúrguer “
Meia hora depois , nos encontramos no McDonalds da Kings Rd, subimos as escadas e entramos na fila .Era por volta de 15:00 , não tinha muita gente, mas eu percebi que Ayrton estava com a cara de ” oh , não, as pessoas estão começando a me reconhecer , eles vão me rodear e o meu excelente humor vai desaparecer ” . Eu estava preparada para o pior. Mas … ninguém o reconheceu. ” Oh não , isso poderia ser o pior! ” , Pensei, rindo.
Chegou nossa vez. O cara atrás do balcão ficou olhando para Ayrton , depois para mim. Pro Ayrton e para mim.
” Não o reconheço de algum lugar?” , Disse ele para mim, mas apontando para Ayrton .
“Bem, eu não sei. Reconhece? ” , Eu respondi.
” Sim, sim , eu sei, ele é aquele piloto de corrida” , ai ele teve seu momento eureka . Ayrton e eu olhando para ele. “Eu sei, eu sei …. ( cavovaca o seu cérebro ) …….. Alain Prost ! “
Ainda consigo escutar o meu próprio riso ! ! Eu simplesmente explodi de rir . Nem mesmo a expressão nada feliz na cara do Ayrton me fez parar. Não durou muito, ainda bem. . A deliciosa sensação de vitória em Monte Carlo e a companhia da feliz Adriane prevaleceu. E ele se juntou a mim numa risada gostosa – eu ainda não tinha conseguido parar !
Ele viu o lado engraçado da história. Mas comentou assim mesmo. ” Caramba … eu ganhei ontem, pela 6 ª vez . Em Mônaco ! ” . Todos nós rimos ainda mais alto !
Eu ainda moro perto daquele McDonalds e passo por lá praticamente todos os dias. Pena que eu não tenha levado minha câmera. Bem, eu era valente- . Ainda sou. Mas não tão valente.
Era segunda-feira 24 de maio de 1993 , um dia após a espetacular conquista do Ayrton em Monaco, registrando o recorde de 6 vitórias na mais glamorosa de todas as corridas do mundo ! E tinha sido uma vitória particularmente difícil pois, no treino livre quinta-feira , ele bateu forte e machucou feio o polegar esquerdo – era canhoto ). Depois de quase 48 horas sob os cuidados de seu fisioterapeuta pessoal , o austríaco Joseph Leberer – com um coquetel de cremes , gelo e massagens – . Ayrton estava pronto para pista. ( esta foi uma corrida extraordinária e eu vou escrever mais sobre ela em algum momento )
Voltemos para segunda-feira. Londres. Ayrton me ligou à tarde ; tínhamos combinado de nos falar mais para que eu poder escrever minhas colunas para o Japão e o Brasil .
Ayrton : “Oi Betise , tudo bom ? Preciso de um favor “
Betise : ” Ah, é mesmo? ! Pensei que nós iríamos falar mais sobre a corrida ” , eu respondi rindo
Ayrton : ” Bem, isso também. Vamos conversar num McDonalds ” ?
Betise : “O quê? ! Tá brincando , certo? Você quer ir ao McDonalds e me arrastar também? Mesmo voce sendo meu chefe acho que é pedir um pouco demais” , ainda rindo , mas nem tanto!
Ayrton : “Não, não é para mim ! Adriane quer comer um Big Mac , você acredita nisso? “
Betise : “É claro que acredito . O que não posso crer é que você esteja preparado para ir hahahah . Vou trazer minha câmera e fazer você autografar a foto para a posteridade “, ri mais alto ainda.
Senna : “Ok, muito engraçado. Onde é o McDonalds mais próximo? Estou no Berkeley. Podemos nos encontrar lá e falar sobre o fim de semana , enquanto Adriane come seu hambúrguer “
Meia hora depois , nos encontramos no McDonalds da Kings Rd, subimos as escadas e entramos na fila .Era por volta de 15:00 , não tinha muita gente, mas eu percebi que Ayrton estava com a cara de ” oh , não, as pessoas estão começando a me reconhecer , eles vão me rodear e o meu excelente humor vai desaparecer ” . Eu estava preparada para o pior. Mas … ninguém o reconheceu. ” Oh não , isso poderia ser o pior! ” , Pensei, rindo.
Chegou nossa vez. O cara atrás do balcão ficou olhando para Ayrton , depois para mim. Pro Ayrton e para mim.
” Não o reconheço de algum lugar?” , Disse ele para mim, mas apontando para Ayrton .
“Bem, eu não sei. Reconhece? ” , Eu respondi.
” Sim, sim , eu sei, ele é aquele piloto de corrida” , ai ele teve seu momento eureka . Ayrton e eu olhando para ele. “Eu sei, eu sei …. ( cavovaca o seu cérebro ) …….. Alain Prost ! “
Ainda consigo escutar o meu próprio riso ! ! Eu simplesmente explodi de rir . Nem mesmo a expressão nada feliz na cara do Ayrton me fez parar. Não durou muito, ainda bem. . A deliciosa sensação de vitória em Monte Carlo e a companhia da feliz Adriane prevaleceu. E ele se juntou a mim numa risada gostosa – eu ainda não tinha conseguido parar !
Ele viu o lado engraçado da história. Mas comentou assim mesmo. ” Caramba … eu ganhei ontem, pela 6 ª vez . Em Mônaco ! ” . Todos nós rimos ainda mais alto !
Eu ainda moro perto daquele McDonalds e passo por lá praticamente todos os dias. Pena que eu não tenha levado minha câmera. Bem, eu era valente- . Ainda sou. Mas não tão valente.
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SENNA ESPECIAL
terça-feira, 29 de abril de 2014
SENNA ESPECIAL: "20 anos sem Senna" (Revista GGOO News, edição 8)
Para ler, clique na imagem acima |
Escrever um texto sobre Ayrton Senna não é uma tarefa fácil, não pelo sentido de falta de conteúdo ou algo similar, mas sim pelo fato de que temos que encontrar um meio-termo entre o fanatismo e o profissionalismo. Imagine então dedicar uma edição inteira a fatos relacionados ao tricampeão?
No ano em que se completam os 20 anos de sua morte, a GGOO News relembra essa data com uma edição especial, onde relembramos o fatídico final de semana. Nas colunas, nossos colaboradores expressam suas opiniões em relação ao brasileiro e o futuro do automobilismo nacional com base na herança deixada por ele.
Essa é mais do que uma simples edição, é a que mais dedicamos amor, a que mais ficamos emocionados.
Uma boa leitura e um bom divertimento a todos!
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#SENNA20ANOS: Lembrando o Ayrton*
* Por Betise Assumpção
Eu tive o privilégio e o prazer de trabalhar com Ayrton por mais de 4 anos e de tê-lo conhecido por outros 7 anos. Muito tem sido dito e publicado sobre ele; é impossível ser original e muito difícil de ser criativo. Então eu gostaria de marcar o seu aniversário com a publicação de alguns de suas melhores frases ao público e algumas coisas que ele disse para mim em particular.
Hoje (21/03) ele faria 54 anos. Às vezes eu ainda acho que vou encontrá-lo em algum lugar: no Berkeley Hotel, onde ele costumava ficar quando em Londres; em Wimbledon, onde nós esbarramos em 1987; na Kings Road, quando ele trouxe sua última namorada Adriane Galisteu pra passear. Para celebrar sua vida eu vou postar algumas histórias aqui a partir de hoje até 01 de maio.
Aqui estão as minhas citações escolhidas. Claro, eu não tenho nenhuma pretensão de definir o Ayrton com estas frases. Mas eu espero que elas o ajudem a conhece-lo melhor através de mim: Uma brasileira, amante de esportes e que nunca foi particularmente apaixonada por corridas de carros .
A coisa mais inesquecível que ele me disse : “Não dá pra piorar , Betise ” , ao sair do circuito de Aida , no Japão depois de eu dizer a ele que esperava que a temporada européia fosse realmente melhorar tudo . Ele havia sido tirado da corrida por Mika Hakkinen e, consequentemente, permanecia com 0 pontos contra 20 de Michael Schumacher
O que eu mais concordo: “Eu não tenho ídolos. Admiro o trabalho , dedicação e competência. ” . Puro Ayrton .
Sobre corridas, a que eu mais admiro : ” Corro para vencer. Você faz algo muito bem ou não faz . ” . Simples e perfeito.
Sobre corridas, a que eu mais entendo : “Vencer é a única razão justificável para voce arriscar sua vida em tais circunstâncias absurdas ” .
O bom senso : ” Eu resisto a momentos ruins , assim como eu posso. Os bons eu só relaxo e desfruto . ” Parece simples, mas você deveria ter visto seu rosto e tom de voz dizendo isso. Ayrton não dizia nada da boca pra fora.
Sobre sua vida privada: ” A maneira de preservar a sua imagem é não deixar as pessoas invadirem sua casa É uma maneira que eu encontrei para manter meus valores pessoais. ” . ( apenas seus amigos muito próximos e familiares conviviam com ele em suas diversas casas.
Sobre a morte : Eu não temo a morte. Um dia ela virá. É a única certeza na vida. “
Um dos mais brilhantes, sobre Mansell : ” Nigel é o único piloto que você consegue ver em ambos os espelhos retrovisores.” Alguém esqueceu Monaco,1992 ?
. . Sua volta perfeita : “Ainda está por vir. É como amarrar as duas extremidades da sua gravata de modo que elas sejam exatamente do mesmo comprimento. A experiência lhe diz que você pode fazê-lo , a prática diz que você pode fazê-lo , mas você. simplesmente não consegue. “
Melhor citação sobre Ayrton : “Às vezes eu acho que o próprio Deus dirige através do Ayrton , assim como eu acho que Deus escrevia música através de Mozart ” , Peter Dick em um artigo entitulado “Por que não gostamos de Senna “
Sua motivação : “Às vezes, eu tento melhorar as realizações de outras pessoas, mas, na maioria das vezes, prefiro tentar melhorar as minhas próprias realizações “
A mulher perfeita, uma vez ele me disse: "Ela tem que ser sensual, fascinante, inteligente , bonita , alegre e segura de si mesma ” . Eu ri e respondi. "Conhecendo voce , eu quase acredito que vai encontrá-la."
Eu tive o privilégio e o prazer de trabalhar com Ayrton por mais de 4 anos e de tê-lo conhecido por outros 7 anos. Muito tem sido dito e publicado sobre ele; é impossível ser original e muito difícil de ser criativo. Então eu gostaria de marcar o seu aniversário com a publicação de alguns de suas melhores frases ao público e algumas coisas que ele disse para mim em particular.
Hoje (21/03) ele faria 54 anos. Às vezes eu ainda acho que vou encontrá-lo em algum lugar: no Berkeley Hotel, onde ele costumava ficar quando em Londres; em Wimbledon, onde nós esbarramos em 1987; na Kings Road, quando ele trouxe sua última namorada Adriane Galisteu pra passear. Para celebrar sua vida eu vou postar algumas histórias aqui a partir de hoje até 01 de maio.
Aqui estão as minhas citações escolhidas. Claro, eu não tenho nenhuma pretensão de definir o Ayrton com estas frases. Mas eu espero que elas o ajudem a conhece-lo melhor através de mim: Uma brasileira, amante de esportes e que nunca foi particularmente apaixonada por corridas de carros .
A coisa mais inesquecível que ele me disse : “Não dá pra piorar , Betise ” , ao sair do circuito de Aida , no Japão depois de eu dizer a ele que esperava que a temporada européia fosse realmente melhorar tudo . Ele havia sido tirado da corrida por Mika Hakkinen e, consequentemente, permanecia com 0 pontos contra 20 de Michael Schumacher
O que eu mais concordo: “Eu não tenho ídolos. Admiro o trabalho , dedicação e competência. ” . Puro Ayrton .
Sobre corridas, a que eu mais admiro : ” Corro para vencer. Você faz algo muito bem ou não faz . ” . Simples e perfeito.
Sobre corridas, a que eu mais entendo : “Vencer é a única razão justificável para voce arriscar sua vida em tais circunstâncias absurdas ” .
O bom senso : ” Eu resisto a momentos ruins , assim como eu posso. Os bons eu só relaxo e desfruto . ” Parece simples, mas você deveria ter visto seu rosto e tom de voz dizendo isso. Ayrton não dizia nada da boca pra fora.
Sobre sua vida privada: ” A maneira de preservar a sua imagem é não deixar as pessoas invadirem sua casa É uma maneira que eu encontrei para manter meus valores pessoais. ” . ( apenas seus amigos muito próximos e familiares conviviam com ele em suas diversas casas.
Sobre a morte : Eu não temo a morte. Um dia ela virá. É a única certeza na vida. “
Um dos mais brilhantes, sobre Mansell : ” Nigel é o único piloto que você consegue ver em ambos os espelhos retrovisores.” Alguém esqueceu Monaco,1992 ?
. . Sua volta perfeita : “Ainda está por vir. É como amarrar as duas extremidades da sua gravata de modo que elas sejam exatamente do mesmo comprimento. A experiência lhe diz que você pode fazê-lo , a prática diz que você pode fazê-lo , mas você. simplesmente não consegue. “
Melhor citação sobre Ayrton : “Às vezes eu acho que o próprio Deus dirige através do Ayrton , assim como eu acho que Deus escrevia música através de Mozart ” , Peter Dick em um artigo entitulado “Por que não gostamos de Senna “
Sua motivação : “Às vezes, eu tento melhorar as realizações de outras pessoas, mas, na maioria das vezes, prefiro tentar melhorar as minhas próprias realizações “
A mulher perfeita, uma vez ele me disse: "Ela tem que ser sensual, fascinante, inteligente , bonita , alegre e segura de si mesma ” . Eu ri e respondi. "Conhecendo voce , eu quase acredito que vai encontrá-la."
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REPLAY: F-INDY - BARBER, ALABAMA, 2014
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#SENNA20ANOS: 20 anos sem o maior de todos*
* Por Teo José
Começo nossa conversa dizendo que não sou muito chegado em datas comemorativas de pessoas que se foram e é bastante complicado comparar presente com futuro. Como no próximo dia 1ª de maio teremos a marca no calendário para se lembrar de 20 anos sem Ayrton Senna e já vejo reportagens e artigos sobre este momento, resolvi abrir mão de alguns critérios e também escrever. Faço isto na segunda-feira, na abertura da semana, para depois apenas observar.
O automobilismo entrou em minha vida pelas preferências televisivas de meu pai, que gostava de Fórmula 1 e na chácara da família, pertinho de Goiânia, em Senador Canêdo, sempre via as provas no domingo pela manhã. Eu quase nunca era companhia, mas passava por aquela TV de tubo e via uns dez minutos, saia, brincava e voltava. Nesta época, o preferido era Emerson Fittipaldi. Um piloto que abriu para mim, mais claramente as portas da TV esportiva, mais tarde, com a Fórmula Indy.
Depois tivemos a fase do Nelson Piquet e no meio dos anos 80 apareceu o Ayrton Senna. Nesta época já trabalhava em rádio, muito na àrea de programador e locutor da parte musical. Pouca coisa com esporte. Senna foi quem me fez interessar mais pela Fórmula 1 e procurar me especializar no jornalismo esportivo, voltado para o automobilismo. Comecei a mergulhar pra valer na carreira, um investimento próprio em todos os sentidos. Sempre me virava para cobrir corridas fora de Goiânia e, com muitas dificuldades, até mesmo de credenciamento no GP do Brasil.
Vivenciei, como em todas as situações, atitudes bacanas dele e outras nem tanto. Só que a admiração ao piloto, nunca foi arranhada. Sempre gostei de gente com espirito total de vencedor. Em uma época que as assessorias de imprensa e os contratos eram mais soltos, Senna também se comportava como líder. Me passava a ideia de que o prazer e a vontade de ganhar eram o combustível para sua carreira. Não havia a palavra desistir, por pior que estivesse o carro naquele momento ou naquela pista.
Gente que nasceu para ganhar. Gente que construiu o caminho para vencer. Sim, teve época que pilotava o melhor carro e poderia até ter algumas vantagens internas. Só que não foi isto que marcou sua carreira mas, sim, a determinação, a busca do objetivo que era sempre um só.
Pelo talento, pela busca diária em ser o melhor e postura o considero o maior de todos. Se iria ser campeão de novo e hoje ter números melhores do que este ou aquele, não sei, e no fundo não me importa. O que vale é o que vi e senti. Como disse no começo: é muito difícil comparar presente com passado. É questão de opinião.
Começo nossa conversa dizendo que não sou muito chegado em datas comemorativas de pessoas que se foram e é bastante complicado comparar presente com futuro. Como no próximo dia 1ª de maio teremos a marca no calendário para se lembrar de 20 anos sem Ayrton Senna e já vejo reportagens e artigos sobre este momento, resolvi abrir mão de alguns critérios e também escrever. Faço isto na segunda-feira, na abertura da semana, para depois apenas observar.
O automobilismo entrou em minha vida pelas preferências televisivas de meu pai, que gostava de Fórmula 1 e na chácara da família, pertinho de Goiânia, em Senador Canêdo, sempre via as provas no domingo pela manhã. Eu quase nunca era companhia, mas passava por aquela TV de tubo e via uns dez minutos, saia, brincava e voltava. Nesta época, o preferido era Emerson Fittipaldi. Um piloto que abriu para mim, mais claramente as portas da TV esportiva, mais tarde, com a Fórmula Indy.
Depois tivemos a fase do Nelson Piquet e no meio dos anos 80 apareceu o Ayrton Senna. Nesta época já trabalhava em rádio, muito na àrea de programador e locutor da parte musical. Pouca coisa com esporte. Senna foi quem me fez interessar mais pela Fórmula 1 e procurar me especializar no jornalismo esportivo, voltado para o automobilismo. Comecei a mergulhar pra valer na carreira, um investimento próprio em todos os sentidos. Sempre me virava para cobrir corridas fora de Goiânia e, com muitas dificuldades, até mesmo de credenciamento no GP do Brasil.
Vivenciei, como em todas as situações, atitudes bacanas dele e outras nem tanto. Só que a admiração ao piloto, nunca foi arranhada. Sempre gostei de gente com espirito total de vencedor. Em uma época que as assessorias de imprensa e os contratos eram mais soltos, Senna também se comportava como líder. Me passava a ideia de que o prazer e a vontade de ganhar eram o combustível para sua carreira. Não havia a palavra desistir, por pior que estivesse o carro naquele momento ou naquela pista.
Gente que nasceu para ganhar. Gente que construiu o caminho para vencer. Sim, teve época que pilotava o melhor carro e poderia até ter algumas vantagens internas. Só que não foi isto que marcou sua carreira mas, sim, a determinação, a busca do objetivo que era sempre um só.
Pelo talento, pela busca diária em ser o melhor e postura o considero o maior de todos. Se iria ser campeão de novo e hoje ter números melhores do que este ou aquele, não sei, e no fundo não me importa. O que vale é o que vi e senti. Como disse no começo: é muito difícil comparar presente com passado. É questão de opinião.
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segunda-feira, 28 de abril de 2014
SENNA ESPECIAL: Série "Ayrton Senna do Brasil", episódio 3 (TV Globo, 2014)
Assista ao 1° episódio, clique aqui
Assista ao 2° episódio, clique aqui
Assista ao 4° episódio, clique aqui
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Julgamento divino*
* Por Bruno Vicaria
Fontes divinas informam: Michael Schumacher está em uma conferência com a cúpula da velocidade no céu. A mesa diretora está julgando se o alemão deve ou não voltar, mas a teimosia de querer correr de qualquer coisa preocupa o staff. Um grupo de notáveis segue questionando o heptacampeão e este blog teve acesso a uma parte da conversa.
Fangio: Como presidente da mesa, convoco todos para esta reunião extraordinária a respeito do juízo de um dos nossos.
Schumacher: Tão falando de mim?
Senna: Não, do Piquet... Claro que é de você!
Earnhardt: O que você tem na cabeça, Mr. German?
Schumacher: Um capacete.
Senna: O errado, inclusive.
Earnhardt: Tá parecendo eu, man!
Alboreto: Se estivesse com o capacete fechado, teria quebrado apenas o nariz.
McRae: Aliás, você ficou feio, hein?
Schumacher: Ah, mas isso daí eu arrumo.
Watkins: Pena que não estou mais lá pra arrumar.
Simoncelli: Até eu estou mais bonito que você.
Villeneuve: Quando você voltar, promete pra gente que vai se vestir melhor?
Senna: Até eu me vestia melhor. Eu previ a moda dos bonés aba reta.
Simoncelli: Era "fei"...
Wheldon: Pelamor, eu prefiro o Helinho no Dança dos Famosos que a moda de vocês.
Fangio: Ordem, por favor!
Watkins: Hermano, se você acha que eles são difíceis, imagina quando o Berger chegar.
Fangio: Diós... Tenha piedade de nosotros.
Senna: Eu adoraria ter o Berger aqui, mas não vou torcer por isso senão vocês me chamarão de sádico.
Schumacher: Vamos logo, pessoal, tem gente me esperando lá embaixo.
Fangio: Só vamos deixar você voltar se tomar juízo.
Senna: Você é o representante dos deuses da velocidade, precisa ficar vivo.
Villeneuve: Meu filho tá na fila pra ser representante, inclusive.
McRae: Seu filho como Deus da Velocidade é um ótimo cantor.
Simoncelli: Cantor? Prefiro ele correndo, mesmo.
Wheldon: Ele corre, ainda?
Villeneuve: Prefiro não comentar.
Schumacher: Bem, o que vocês querem que eu faça?
Fangio: Tome jeito.
Watkins: Queremos te ajudar a encontrar uma alternativa para que você não se mate. Você podia pescar. O Senna e eu fazemos isso.
Schumacher: Aqui né.
Wheldon: Já pensou no automobilismo virtual, German?
Senna: Hahaha! Vai tomar um pau meu quando vier pra cá.
Alboreto: Até aqui ele ganha... Puta cara chato.
Schumacher: Mas aqui posso escolher equipe e companheiro?
Villeneuve: Já tá pensando nisso?
McRae: Opa, peraí... Tô recebendo aqui um chamado de Robert Kubica.
Fangio: Ele não! Esse é xarope!
Watkins: Nem atende, deixa ele lá embaixo.
Senna: Eu gosto dele.
Villeneuve: Eu também.
Simoncelli: Ele é meio bração, não acham?
Schumacher: É fininho. O que sobrou do braço dele, pelo menos.
Fangio: Esse não para no chão.
Simoncelli: Voar é com o Dan.
Wheldon: Não voei, fui "voado". O Villeneuve que curte voo livre.
Watkins: Ordem, pessoal. Vamos voltar ao assunto. O que podemos fazer para manter o alemão vivo?
Senna: Como eu gosto de correr, eu me divertiria correndo a pé.
Watkins: Ainda apoio a ideia de pescar. Só teria perigo se ele enroscasse o anzol no lugar errado.
Fangio: Adoraria voltar somente por algumas horinhas para ir em uma parrillaria...
Senna: Eu voltaria para passar um fim de semana em Angra.
Earnhardt: Eu queria um Big Mac e uma Bud.
Alboreto: Sabem de nada, inocentes. Nada como uma pizza feita pela mamma.
Villeneuve: Sua mãe ainda tá viva?
Alboreto: Tá disputando o campeonato de senilidade com o Murray Walker.
Simoncelli: Por que você não anda de bicicleta?
Alboreto: Não dá ideia...
Schumacher: Só se for pra derrotar o Alonso.
Senna: Mas ele é amigo do Contador.
Schumacher: Eu não preciso de contador, sou rico.
Fangio: Rico e burro, pois está se matando à toa.
McRae: Concordo. Eu adoraria estar no seu lugar. Maldito helicóptero...
Simoncelli: Maldito cordão de capacete.
Senna: Maldita solda.
Wheldon: Maldito alambrado.
Earnhardt: Viu os perigos do capacete aberto, alemão?
Villeneuve: Mass viado.
Fangio: Massa?
Alboreto: Hermano, melhor você tratar esse ouvido. Da outra vez você quase trouxe o Felipe por engano.
Watkins: Já encomendei um telex para ele.
Senna: Gente, vamos resolver isso logo, temos corrida virtual lá no servidor do Elio de Angelis.
Villeneuve: Mas ele não vai tocar piano no show do Chapman?
McRae: Amigo, você acha que ele perderia uma corrida?
Simoncelli: Alguém avisou o Cévert?
Alboreto: Ih, esquece... Ele tá com o Hunt!
Watkins: É... Eles foram para o Universo Paralelo.
Fangio: Bem, sendo assim, vamos interromper esta audiência para a corridinha.
Schumacher: Posso me juntar a vocês?
Senna: Ah, não. Toda vez que você corre eu me fodo. Lembra da última?
Alboreto: Ui, ela tá com medinho! Você já foi melhor!
Wheldon: Por mim, tudo bem, eu passo por cima.
Villeneuve: Perde a vida, mas não perde a piada, né?
Simoncelli: Bem, eu acho que você pode entrar como Wild Card só nessa etapa.
Watkins: Se você me prometer que vai dar uma pescada quando voltar...
Schumacher: Prometo!
Earnhardt: Sua mulher não vai ficar brava em te esperar?
Schumacher: Relaxa, quem espera três meses espera mais um pouco.
Fangio: Então a sessão está em recesso. Daqui a pouco resolvemos isso.
Espero que seja isso que esteja acontecendo!
Fontes divinas informam: Michael Schumacher está em uma conferência com a cúpula da velocidade no céu. A mesa diretora está julgando se o alemão deve ou não voltar, mas a teimosia de querer correr de qualquer coisa preocupa o staff. Um grupo de notáveis segue questionando o heptacampeão e este blog teve acesso a uma parte da conversa.
Fangio: Como presidente da mesa, convoco todos para esta reunião extraordinária a respeito do juízo de um dos nossos.
Schumacher: Tão falando de mim?
Senna: Não, do Piquet... Claro que é de você!
Earnhardt: O que você tem na cabeça, Mr. German?
Schumacher: Um capacete.
Senna: O errado, inclusive.
Earnhardt: Tá parecendo eu, man!
Alboreto: Se estivesse com o capacete fechado, teria quebrado apenas o nariz.
McRae: Aliás, você ficou feio, hein?
Schumacher: Ah, mas isso daí eu arrumo.
Watkins: Pena que não estou mais lá pra arrumar.
Simoncelli: Até eu estou mais bonito que você.
Villeneuve: Quando você voltar, promete pra gente que vai se vestir melhor?
Senna: Até eu me vestia melhor. Eu previ a moda dos bonés aba reta.
Simoncelli: Era "fei"...
Wheldon: Pelamor, eu prefiro o Helinho no Dança dos Famosos que a moda de vocês.
Fangio: Ordem, por favor!
Watkins: Hermano, se você acha que eles são difíceis, imagina quando o Berger chegar.
Fangio: Diós... Tenha piedade de nosotros.
Senna: Eu adoraria ter o Berger aqui, mas não vou torcer por isso senão vocês me chamarão de sádico.
Schumacher: Vamos logo, pessoal, tem gente me esperando lá embaixo.
Fangio: Só vamos deixar você voltar se tomar juízo.
Senna: Você é o representante dos deuses da velocidade, precisa ficar vivo.
Villeneuve: Meu filho tá na fila pra ser representante, inclusive.
McRae: Seu filho como Deus da Velocidade é um ótimo cantor.
Simoncelli: Cantor? Prefiro ele correndo, mesmo.
Wheldon: Ele corre, ainda?
Villeneuve: Prefiro não comentar.
Schumacher: Bem, o que vocês querem que eu faça?
Fangio: Tome jeito.
Watkins: Queremos te ajudar a encontrar uma alternativa para que você não se mate. Você podia pescar. O Senna e eu fazemos isso.
Schumacher: Aqui né.
Wheldon: Já pensou no automobilismo virtual, German?
Senna: Hahaha! Vai tomar um pau meu quando vier pra cá.
Alboreto: Até aqui ele ganha... Puta cara chato.
Schumacher: Mas aqui posso escolher equipe e companheiro?
Villeneuve: Já tá pensando nisso?
McRae: Opa, peraí... Tô recebendo aqui um chamado de Robert Kubica.
Fangio: Ele não! Esse é xarope!
Watkins: Nem atende, deixa ele lá embaixo.
Senna: Eu gosto dele.
Villeneuve: Eu também.
Simoncelli: Ele é meio bração, não acham?
Schumacher: É fininho. O que sobrou do braço dele, pelo menos.
Fangio: Esse não para no chão.
Simoncelli: Voar é com o Dan.
Wheldon: Não voei, fui "voado". O Villeneuve que curte voo livre.
Watkins: Ordem, pessoal. Vamos voltar ao assunto. O que podemos fazer para manter o alemão vivo?
Senna: Como eu gosto de correr, eu me divertiria correndo a pé.
Watkins: Ainda apoio a ideia de pescar. Só teria perigo se ele enroscasse o anzol no lugar errado.
Fangio: Adoraria voltar somente por algumas horinhas para ir em uma parrillaria...
Senna: Eu voltaria para passar um fim de semana em Angra.
Earnhardt: Eu queria um Big Mac e uma Bud.
Alboreto: Sabem de nada, inocentes. Nada como uma pizza feita pela mamma.
Villeneuve: Sua mãe ainda tá viva?
Alboreto: Tá disputando o campeonato de senilidade com o Murray Walker.
Simoncelli: Por que você não anda de bicicleta?
Alboreto: Não dá ideia...
Schumacher: Só se for pra derrotar o Alonso.
Senna: Mas ele é amigo do Contador.
Schumacher: Eu não preciso de contador, sou rico.
Fangio: Rico e burro, pois está se matando à toa.
McRae: Concordo. Eu adoraria estar no seu lugar. Maldito helicóptero...
Simoncelli: Maldito cordão de capacete.
Senna: Maldita solda.
Wheldon: Maldito alambrado.
Earnhardt: Viu os perigos do capacete aberto, alemão?
Villeneuve: Mass viado.
Fangio: Massa?
Alboreto: Hermano, melhor você tratar esse ouvido. Da outra vez você quase trouxe o Felipe por engano.
Watkins: Já encomendei um telex para ele.
Senna: Gente, vamos resolver isso logo, temos corrida virtual lá no servidor do Elio de Angelis.
Villeneuve: Mas ele não vai tocar piano no show do Chapman?
McRae: Amigo, você acha que ele perderia uma corrida?
Simoncelli: Alguém avisou o Cévert?
Alboreto: Ih, esquece... Ele tá com o Hunt!
Watkins: É... Eles foram para o Universo Paralelo.
Fangio: Bem, sendo assim, vamos interromper esta audiência para a corridinha.
Schumacher: Posso me juntar a vocês?
Senna: Ah, não. Toda vez que você corre eu me fodo. Lembra da última?
Alboreto: Ui, ela tá com medinho! Você já foi melhor!
Wheldon: Por mim, tudo bem, eu passo por cima.
Villeneuve: Perde a vida, mas não perde a piada, né?
Simoncelli: Bem, eu acho que você pode entrar como Wild Card só nessa etapa.
Watkins: Se você me prometer que vai dar uma pescada quando voltar...
Schumacher: Prometo!
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Schumacher: Relaxa, quem espera três meses espera mais um pouco.
Fangio: Então a sessão está em recesso. Daqui a pouco resolvemos isso.
Espero que seja isso que esteja acontecendo!
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