sexta-feira, 26 de abril de 2013

Azar para espanhol ver*

* Por Luis Fernando Ramos




Na pista, Fernando Alonso continua com o brilhantismo de sempre. Com o problema da asa traseira móvel, fez uma corrida lutada no meio do pelotão. O fato de não ter o dispositivo funcionando o obrigou a arriscar mais na hora de fazer ultrapassagens. O fez com a competência de sempre, sem desgastar mais os pneus por conta disso. Poucos pilotos do grid conseguiriam a mesma coisa.

Mas seu discurso para a imprensa continua sendo para boi dormir. Ou para espanhol ver. Alonso fez questão de destacar o “azar” que sofreu em duas das quatro corridas neste ano. Bobagem. O problema da asa é uma falha mecânica. Se no ano passado ele cansou de destacar a competência da Ferrari em lhe dar um carro altamente confiável para terminar as corridas, a lógica aponta que o problema que sofreu no Bahrein vá para a conta de uma incompetência do time. Não há azar nisso.

E as duas corridas trazem traços de uma falta de zelo do piloto. Insistir em usar a asa mesmo depois do primeiro problema foi um risco assumido por Alonso. Poderia não ter resultado em nada, mas resultou na necessidade de uma nova parada nos boxes - o tempo perdido, no cálculo matemático, lhe tirou de um pódio que seria importante para jogá-lo ao oitavo lugar ao final da prova.

Na Malásia, assumiu junto do time o risco de permanecer na pista com a asa avariada, uma combinação famosa por gerar acidentes justamente com a dinâmica dela entrando debaixo do carro e o deixando incontrolável - vide este de Mark Webber no GP da Itália de 2011.

Nas duas situações, foram erros de julgamentos que acontecem, nada graves, nada demais. Não entendo porque, para Alonso, seja tão difícil admití-los. Falar em azar é jogar para a torcida. Só ele vê necessidade nisso.

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