* Por Luis Fernando Ramos
Sam Michael estará neste final de Cingapura vestindo pela última vez o uniforme da Williams. Eleito como “bode expiatório” da crise técnica enfrentada pelo time de Grove, o australiano não demorou para encontrar uma nova morada. E que morada: a McLaren, onde vai enriquecer o grupo de engenheiros como diretor-esportivo a partir do ano que vem.
É raro um “demitido” (oficialmente, Michael e a Williams terminaram a parceria num acordo mútuo) ascender na ordem do grid, mas a decisão da McLaren em contratá-lo sublinha sua qualidade e dá crédito ao que Rubens Barrichello disse logo depois que a crise estourou: Michael não era a causa do problema, mas apenas um líder técnico sobrecarregado pela falta de gente competente a seu lado. Algo que vai lhe sobrar no time de Woking.
Outra mudança que parece estar sacramentada, mas ainda não oficializada, é a de Aldo Costa para a Mercedes. O italiano foi outro “bode expiatório”, o da falta de competitividade do F150º Italia. Mas todas as vezes que Stefano Domenicali comentou o assunto, deu a entender que afastar Costa foi apenas para mexer com uma estrutura que precisava de impulso, mas não necessariamente uma insatisfação com o trabalho do engenheiro. Na Mercedes, Costa vai se encontrar com Bob Bell, outro técnico competente que teve muito sucesso na Renault e foi trabalhar sob a batuta de Ross Brawn. É preciso reconhecer que os prateados de Brackley também estão montando um bom time para se sentar no pitwall.
Mesmo sem Costa, a Ferrari parece ter encontrado uma boa receita interna com o crescimento da presença de Pat Fry na equipe. Vinda da McLaren, o inglês trouxe consigo a organização e disciplina que talvez faltasse numa equipe técnica essencialmente italiana - os bons avanços do mal nascido carro deste ano são uma prova disso.
McLaren, Mercedes e Ferrari se reestruturando em posições-chave para o futuro não é uma coincidência, mas uma resposta ao domínio dos carros da Red Bull nas últimas duas temporadas e meia. Essa troca de engenheiros entre elas traz também um intercâmbio de know-how importante para dispor da maior base de conhecimento possível na hora de enfrentar o gênio inventivo de Adrian Newey. Que parece não ter limites. O avanço do RB7 na pausa de verão mostrou muito bem isso, com vitórias relativamente fáceis em pistas onde o time sofreu no passado recente.
Vai ser uma briga boa, essa.
2 comentários:
será que conseguem???
Quem sabe, com uma forcinha do Super Homem, Mulher Maravilha, Batman, Volverine, Hulk,...
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