sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A VELOCIDADE ESTÁ NO DNA

É com enorme prazer que volto a escrever sobre minha paixão, a velocidade. Como poucas pessoas na GGOO me conhece, resolvi escrever um pouco sobre minha história.

Foi conversando com nosso presidente Marcos, que a ideía dessa coluna surgiu em minha mente. O kart em comemoração ao aniversário de nosso amigo Augusto Roque, fez com que uma simples diversão virasse momento de euforia e de pura emoção. Cada um ficou com uma sensação especial e ao presenciar a euforia de nosso presidente, simplesmente entusiasmado com a performance de seu filho Guilherme em seu primeiro contato com um kart, despertou em mim a necessidade de passar a vocês o momento especial que vivi no dia 31 de Janeiro de 2010.

Sou filho de um ex projetista da Ford, amante da indústria automobilística e da velocidade. Meu pai era aficcionado por Fórmula 1 como todos nós, e consequentemente acompanhou o início da carreira de Ayrton Senna e sempre dizia. Senna será o maior de todos...

Mas o destino traçou sua linha e fez com que uma parceria entre pai e filho fosse interrompida. Por obra do destino perdi meu pai em um acidente automobilístico na BR-116. E com apenas um ano de idade perdi sem dúvida alguma o maior companheiro que eu poderia ter relacionado a paixão por carros e velocidade.

O destino sempre está presente em nossas vidas. Mesmo não convivendo com meu pai, a paixão pelo automobilismo está presente em meu DNA. E com apenas alguns aninhos de idade eu já estava em frente a Tv vibrando, acompanhando os títulos e presenciando Ayrton Senna a ser o maior de todos os tempos.

Incrível, todos perceberam em mim logo cedo a paixão por corridas e por carros. Era de praxe os meus tios perguntarem pra mim qual era o companheiro do Senna, qual a equipe o Senna pilotava, qual era o apelido do Nigel Mansell. Só para ver minhas respostas certeiras.

Até que perdi a única razão da minha alegria. Eu não sabia qual era meu propósito nesse mundo, mas sabia que aos domingos nosso campeão estava na Tv vencendo corridas, erguendo nossa bandeira em punho dentro de seu Mclaren, no alto do podio e fazendo com que o Tema da Vitória fosse o tema da minha vida...

Perdi Ayrton Senna, novamente em um acidente automobilístico, poderia ser o fim de uma paixão. Eu já estava crescendo, já sabia que não havia volta, era pra sempre, nunca mais me emocionaria com o capacete amarelo com as faixas verde e azul diante de meus olhos aos domingos.

Passaram-se duas semanas e lá estava eu novamente diante da Tv. Está no DNA e só a história de Bruno Senna pode explicar a paixão que ainda permaneceu em mim. Bruno também perdeu seu pai em um acidente e seu tio Ayrton, teria todos os motivos para jamais pensar em pilotar um carro de corrida. Mas não existe família que segura uma paixão, e hoje Bruno Senna está contando os dias para estrear na categoria que leva o nome de seu tio Ayrton como o maior de todos os tempos, provando que realmente a velocidade está no DNA.

E no dia 31 de Janeiro de 2010, pilotei de verdade um Kart. Omitindo para minha familia onde realmente eu iria nesta tarde de domingo para não preocupá-los, senti o prazer da velocidade e da competição pulsar em minhas veias. Foram trinta minutos de pura adrenalina, e com certeza um filme passou em minha mente. Como seria se meu pai estivesse presente ali naquele momento acompanhando minha performance??? A resposta eu encontrei na pista ao lado ao ver a euforia do Marcos ao ver seu filho guiando pela primeira vez. Terminei a corrida na quinta posição, primeiro entre os "estreantes" e encerrei a corrida na volta dos líderes. Mostrando que a paixão pela velocidade pode nos tirar a alegria da presença de pessoas especiais que nós amamos. Mas este mesmo destino faz com que essa paixão permaneça viva e intensa. Ao ponto de nos emocionar a cada momento em que recordamos daqueles que são primordiais em nossa formação...

3 comentários:

Marcos - Blog da GGOO disse...

Dou, se continuar escrevendo desse jeito, vc vai desbancar os colunistas "oficiais" daqui, digamos assim....hahahaha
Poxa, histórias assim até emocionam...eu não sabia que era sua primeira vez tb, campeão dos estreantes, parabéns!
E eu fiquei tão empolgado (babão, chato e bobo) com a performance do caçula, que perdi alguns detalhes dos outros acontecimentos.
Mas é assim mesmo, o DNA não nega.
E pra nós, essa sigla tem outra definição: Doidos No Acelerador!
Só pode.

Daniel Macarenco disse...

Cara... Parabéns. Excelente é pouco. Emocionante sua coluna. Uma das melhores que já li. Parabéns mesmo!

Igor * @fizomeu disse...

já parabenizei o dou por esse texto maravilhoso via msn...essa relação pai-filho é mesmo fundamental para aflorar o tal DNA para as corridas e velocidade!!!

temos muitos exemplos disso aqui na GGGO e comigo foi assim tb... pegando o gosto pela F1 com meu pai nos vários domingos e madrugadas de corrida com piquet e senna na pista... nas primeiras vezes em interlagos, assistindo categorias nacionais e depois qdo realizei o sonho de ver a F1 ao vivo, só poderia ser com ele junto!!!