sexta-feira, 21 de março de 2014
Redução do ronco dos motores irrita fãs, organizadores e Ferrari*
* Por Tatiana Cunha
"Sobem os giros dos motores. Não se escuta muito. Motor turbo não ronca tão alto".
A decepção de Galvão Bueno ao narrar a falta do tradicional barulho dos motores na largada da primeira prova de F-1 não ficou restrita à TV.
O som da nova F-1, dos motores turbo V6, não agradou a todos na abertura do Mundial deste ano, vencida no domingo pelo alemão Nico Rosberg, da Mercedes, e fez os organizadores do GP da Austrália reclamarem de uma possível quebra de contrato.
Ron Walker, organizador da prova australiana, que está no calendário da categoria desde 1996, entrou em contato com Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da F-1, para dizer que o público australiano não ficou satisfeito com os carros menos barulhentos deste ano.
"Fiquei extremamente feliz com o final de semana inteiro, mas não fiquei tão feliz assim com o barulho", afirmou Walker, nesta segunda-feira. "Estamos tentando resolver isso com Bernie porque é claramente uma quebra de contrato. Falei com ele na noite de ontem [anteontem] e não é por isso que nós pagamos. Ele vão ter que mudar", completou.
O GP da Austrália foi o primeiro contato da F-1 com os fãs após os testes da pré-temporada, disputados em Jerez, na Espanha, e no Bahrein. E foi também a estreia do novo regulamento técnico da categoria, que conta com várias modificações, a principal delas o novo motor, agora chamado de unidade de potência, por conta de sua complexidade e que ficou mais "ecologicamente correto" e também menos barulhento.
De acordo com Walker, os fãs não ficaram satisfeitos com o novo som da F-1, agora mais suave, e isso pode refletir na diminuição das vendas para os próximos anos.
"Somos uma empresa de entretenimento e temos a missão de entreter o público. Todos estavam reclamando disso [a falta de barulho]. Quando você tira a empolgação das pessoas, você acaba tendo problemas para vender os ingressos depois. Há que se criar demanda e parte disso é fazer com que as pessoas gostem do ruído dos carros", completou Walker.
O contrato atual de Melbourne com a F-1 vai até o ano que vem e a extensão ainda não foi negociada. Estima-se que o governo gaste cerca de US$ 45 milhões (cerca de R$ 106 milhões) por ano para receber a etapa da categoria.
OUTRO LADO
Em entrevista para a agência de notícias Reuters, Bernie Ecclestone, disse que Walker "provavelmente" passou um pouco do ponto na reclamação, mas já prevê problemas.
"Um ou dois promotores entraram em contato comigo e se mostraram insatisfeitos", afirmou o dirigente. "Conversei com o [presidente da Ferrari] Luca di Montezemolo agora pouco e ele me disse que nunca recebeu tantos emails de reclamações dizendo que isto não é a F-1", completou.
Ecclestone disse que a questão do barulho pode vir a ser um problema financeiro. Mas lembrou que se os promotores dos Grandes Prêmios resolverem reclamar por uma diminuição nos valores devido à quebra de contrato vai mexer também no recebimento das equipes. Isto porque parte do valor acertado da F-1 vai para os times.
"Sobem os giros dos motores. Não se escuta muito. Motor turbo não ronca tão alto".
A decepção de Galvão Bueno ao narrar a falta do tradicional barulho dos motores na largada da primeira prova de F-1 não ficou restrita à TV.
O som da nova F-1, dos motores turbo V6, não agradou a todos na abertura do Mundial deste ano, vencida no domingo pelo alemão Nico Rosberg, da Mercedes, e fez os organizadores do GP da Austrália reclamarem de uma possível quebra de contrato.
Ron Walker, organizador da prova australiana, que está no calendário da categoria desde 1996, entrou em contato com Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da F-1, para dizer que o público australiano não ficou satisfeito com os carros menos barulhentos deste ano.
"Fiquei extremamente feliz com o final de semana inteiro, mas não fiquei tão feliz assim com o barulho", afirmou Walker, nesta segunda-feira. "Estamos tentando resolver isso com Bernie porque é claramente uma quebra de contrato. Falei com ele na noite de ontem [anteontem] e não é por isso que nós pagamos. Ele vão ter que mudar", completou.
O GP da Austrália foi o primeiro contato da F-1 com os fãs após os testes da pré-temporada, disputados em Jerez, na Espanha, e no Bahrein. E foi também a estreia do novo regulamento técnico da categoria, que conta com várias modificações, a principal delas o novo motor, agora chamado de unidade de potência, por conta de sua complexidade e que ficou mais "ecologicamente correto" e também menos barulhento.
De acordo com Walker, os fãs não ficaram satisfeitos com o novo som da F-1, agora mais suave, e isso pode refletir na diminuição das vendas para os próximos anos.
"Somos uma empresa de entretenimento e temos a missão de entreter o público. Todos estavam reclamando disso [a falta de barulho]. Quando você tira a empolgação das pessoas, você acaba tendo problemas para vender os ingressos depois. Há que se criar demanda e parte disso é fazer com que as pessoas gostem do ruído dos carros", completou Walker.
O contrato atual de Melbourne com a F-1 vai até o ano que vem e a extensão ainda não foi negociada. Estima-se que o governo gaste cerca de US$ 45 milhões (cerca de R$ 106 milhões) por ano para receber a etapa da categoria.
OUTRO LADO
Em entrevista para a agência de notícias Reuters, Bernie Ecclestone, disse que Walker "provavelmente" passou um pouco do ponto na reclamação, mas já prevê problemas.
"Um ou dois promotores entraram em contato comigo e se mostraram insatisfeitos", afirmou o dirigente. "Conversei com o [presidente da Ferrari] Luca di Montezemolo agora pouco e ele me disse que nunca recebeu tantos emails de reclamações dizendo que isto não é a F-1", completou.
Ecclestone disse que a questão do barulho pode vir a ser um problema financeiro. Mas lembrou que se os promotores dos Grandes Prêmios resolverem reclamar por uma diminuição nos valores devido à quebra de contrato vai mexer também no recebimento das equipes. Isto porque parte do valor acertado da F-1 vai para os times.
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