segunda-feira, 23 de julho de 2012
O imbatível e o punível*
* Por Luis Fernando Ramos
A melhor receita para ampliar a liderança do Mundial mais equilibrado da história não era fácil: fazer 67 voltas pelo circuito de Hockenheim em ritmo de classificação. Mas Fernando Alonso vive o melhor momento de sua carreira e fez a tarefa parece um passeio no parque.
Ao mesmo tempo em que passou a corrida toda lidando com a pressão de um adversário, o espanhol demonstrou ter tudo sob controle o tempo todo. Com seu terceiro triunfo na temporada, possui agora 34 pontos de vantagem para seu perseguidor mais próximo na tabela, o australiano Mark Webber.
Mas nas retas e curvas de Hockenheim, foram outros dois pilotos que tentaram infernizar o domingo do espanhol: Sebastian Vettel na parte inicial e Jenson Button na segunda metade da corrida.
“Eu estava mais tranquilo que a equipe ou os torcedores que viam pela televisão. Você sempre se preocupa quando vê um carro cheio nos retrovisores. Mas eu sabia que a Red Bull tinha uma sétima marcha mais curta e Button parecia sofrer com tração na saída da curva 3, o início da única reta onde se poderia ultrapassar”, explicou o sempre analítico espanhol.
Vettel reforça como seria impossível superar Alonso em Hockenheim. “Eu era mais rápido que o Fernando no começo. Mas foi extremamente difícil iniciar um ataque decisivo. Foi um pouco frustrante, eu tentei de tudo mas nunca chegava perto o suficiente para fazer alguma coisa”, lamentou o alemão da Red Bull.
No final das contas, restou a Vettel e Button brigar entre si pelo segundo lugar. E aí veio a grande polêmica do domingo. O alemão ultrapassou o inglês a duas voltas do final. Mas usou a parte de fora da pista para efetuar a manobra. Os comissários ouviram os pilotos e ele acabou tendo 20 segundos acrescidos ao seu tempo final de prova, caindo para o quinto lugar.
A Red Bull aceitou, mas contestou a decisão. “Infelizmente esta é a única penalidade que os comissários poderiam aplicar num caso desses. Mas foi uma punição maior do que a suposta vantagem obtida”, reclamou o chefe da equipe Christian Horner.
Um lance desses sempre causa muita celeuma, mas é preciso entender o contexto que torna essa punição inquestionável. Sim, existem mil exemplos no passado de manobras similares, inclusive na mesma curva, como essa de Michael Schumacher sobre Jarno Trulli em 2003.
Mas houve um episódio recente que foi decisivo para entender a decisão de hoje. Na entrevista com Felipe Massa depois da corrida, questionamos ele sobre o lance. O brasileiro da Ferrari revelou que houve uma grande conversa no briefing dos pilotos com Charlie Whiting na corrida seguinte ao GP do Bahrein.
“Naquela prova, Hamilton passou o Rosberg por fora da pista numa reta. Todos os pilotos eram a favor de que ele deveria ter sido punido por usar o lado de fora. A situação de hoje ainda é muito mais clara, pois era numa curva. Lá, por ser reta, a vantagem do Hamilton foi mínima. Aqui, o Vettel estava um pelinho atrás do Button na curva, acelerou mais cedo e usou toda a parte de fora da pista para ultrapassar”, explicou. Outros pilotos também seguiram o mesmo discurso do brasileiro.
A FIA encaixou o argumento no artigo 20.2 do regulamento esportivo, que afirma “caso um carro saia da pista ele pode voltar, no entanto isso só pode ser feito se for de maneira segura e sem ganhar nenhum tipo de vantagem”. Massa explica: “Você tem de respeitar a pista. Nesse caso havia asfalto e dava para passar por fora, mas se fosse terra ou grama, a manobra não aconteceria. Então, fica muito claro que ela é proibida. Você pode levar uma vantegem em termos de tempo ou de efetuar uma ultrapassagem. E foi o que aconteceu ali”.
A gente pode discutir se há um excesso de zelo, se as áreas de escapes asfaltadas deveriam ser banidas ou o que for. No passado, esse tipo de manobras gerava polêmicas similares. Alonso foi punido por ultrapassar Kubica fora dos limites da pista em Silverstone 2010. Massa e o mesmo Kubica foram aplaudidos por um duelo insano em Fuji 2007.
Mas, desta vez, havia um acordo sobre a questão de se ultrapassar usando os limites de fora da linha branca que foi decidido entre pilotos e FIA há pouco mais de dois meses. Vettel e a Red Bull bobearam ao não avaliar que tinha sido esse o caso e devolvido a posição na pista. Eles deveriam saber que iria dar problema.
Repito, podemos discordar de um eventual excesso de zelo no acordado para estas manobras. Mas todo mundo ali (pilotos, equipes, FIA) sabia qual era a regra do jogo. E ela não foi cumprida na ultrapassagem feita pelo alemão. Caso encerrado.
A melhor receita para ampliar a liderança do Mundial mais equilibrado da história não era fácil: fazer 67 voltas pelo circuito de Hockenheim em ritmo de classificação. Mas Fernando Alonso vive o melhor momento de sua carreira e fez a tarefa parece um passeio no parque.
Ao mesmo tempo em que passou a corrida toda lidando com a pressão de um adversário, o espanhol demonstrou ter tudo sob controle o tempo todo. Com seu terceiro triunfo na temporada, possui agora 34 pontos de vantagem para seu perseguidor mais próximo na tabela, o australiano Mark Webber.
Mas nas retas e curvas de Hockenheim, foram outros dois pilotos que tentaram infernizar o domingo do espanhol: Sebastian Vettel na parte inicial e Jenson Button na segunda metade da corrida.
“Eu estava mais tranquilo que a equipe ou os torcedores que viam pela televisão. Você sempre se preocupa quando vê um carro cheio nos retrovisores. Mas eu sabia que a Red Bull tinha uma sétima marcha mais curta e Button parecia sofrer com tração na saída da curva 3, o início da única reta onde se poderia ultrapassar”, explicou o sempre analítico espanhol.
Vettel reforça como seria impossível superar Alonso em Hockenheim. “Eu era mais rápido que o Fernando no começo. Mas foi extremamente difícil iniciar um ataque decisivo. Foi um pouco frustrante, eu tentei de tudo mas nunca chegava perto o suficiente para fazer alguma coisa”, lamentou o alemão da Red Bull.
No final das contas, restou a Vettel e Button brigar entre si pelo segundo lugar. E aí veio a grande polêmica do domingo. O alemão ultrapassou o inglês a duas voltas do final. Mas usou a parte de fora da pista para efetuar a manobra. Os comissários ouviram os pilotos e ele acabou tendo 20 segundos acrescidos ao seu tempo final de prova, caindo para o quinto lugar.
A Red Bull aceitou, mas contestou a decisão. “Infelizmente esta é a única penalidade que os comissários poderiam aplicar num caso desses. Mas foi uma punição maior do que a suposta vantagem obtida”, reclamou o chefe da equipe Christian Horner.
Um lance desses sempre causa muita celeuma, mas é preciso entender o contexto que torna essa punição inquestionável. Sim, existem mil exemplos no passado de manobras similares, inclusive na mesma curva, como essa de Michael Schumacher sobre Jarno Trulli em 2003.
Mas houve um episódio recente que foi decisivo para entender a decisão de hoje. Na entrevista com Felipe Massa depois da corrida, questionamos ele sobre o lance. O brasileiro da Ferrari revelou que houve uma grande conversa no briefing dos pilotos com Charlie Whiting na corrida seguinte ao GP do Bahrein.
“Naquela prova, Hamilton passou o Rosberg por fora da pista numa reta. Todos os pilotos eram a favor de que ele deveria ter sido punido por usar o lado de fora. A situação de hoje ainda é muito mais clara, pois era numa curva. Lá, por ser reta, a vantagem do Hamilton foi mínima. Aqui, o Vettel estava um pelinho atrás do Button na curva, acelerou mais cedo e usou toda a parte de fora da pista para ultrapassar”, explicou. Outros pilotos também seguiram o mesmo discurso do brasileiro.
A FIA encaixou o argumento no artigo 20.2 do regulamento esportivo, que afirma “caso um carro saia da pista ele pode voltar, no entanto isso só pode ser feito se for de maneira segura e sem ganhar nenhum tipo de vantagem”. Massa explica: “Você tem de respeitar a pista. Nesse caso havia asfalto e dava para passar por fora, mas se fosse terra ou grama, a manobra não aconteceria. Então, fica muito claro que ela é proibida. Você pode levar uma vantegem em termos de tempo ou de efetuar uma ultrapassagem. E foi o que aconteceu ali”.
A gente pode discutir se há um excesso de zelo, se as áreas de escapes asfaltadas deveriam ser banidas ou o que for. No passado, esse tipo de manobras gerava polêmicas similares. Alonso foi punido por ultrapassar Kubica fora dos limites da pista em Silverstone 2010. Massa e o mesmo Kubica foram aplaudidos por um duelo insano em Fuji 2007.
Mas, desta vez, havia um acordo sobre a questão de se ultrapassar usando os limites de fora da linha branca que foi decidido entre pilotos e FIA há pouco mais de dois meses. Vettel e a Red Bull bobearam ao não avaliar que tinha sido esse o caso e devolvido a posição na pista. Eles deveriam saber que iria dar problema.
Repito, podemos discordar de um eventual excesso de zelo no acordado para estas manobras. Mas todo mundo ali (pilotos, equipes, FIA) sabia qual era a regra do jogo. E ela não foi cumprida na ultrapassagem feita pelo alemão. Caso encerrado.
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Um comentário:
não concordei com a punição!!!
fiarrari ataca novamente...
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