terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Simona: o importante é ser melhor*
* Por Luis Fernando Ramos
Houve o frenesi habitual quando a Sauber anunciou a suíça Simona de Silvestro como “piloto afiliada” do time nesta temporada. Foi algo parecido no ano retrasado, quando a Williams colocou Susie Wolff em posição similar. Há anos que a possibilidade de uma mulher no grid mexe com as pessoas. É preciso voltar até Lella Lombardi para ver a última corrida de uma mulher: o GP da Áustria de 1976.
O que as pessoas precisam entender é que o gênero em si não significa nada. Depois da italiana, ainda tivemos na F-1 Divina Galica nos anos 70, Desiré Wilson em 1980 e Giovanna Amati, há vinte anos. Mas nenhuma delas se classificou para a largada nas tentativas que fizeram. Atraíram algum interesse pelo gênero. Mas apenas Wilson, que fez uma única participação com um carro privado, tinha qualidade que justificasse sua presença na categoria.
A inutilidade de rótulos também ficou clara no caso de Lewis Hamilton. Antes de sua estreia, em 2007, a cobertura da categoria se referia constantemente ao “primeiro negro a correr na F-1”. Depois da primeira curva em Melbourne, quando ele passou o bicampeão mundial Fernando Alonso por fora, essa questão foi completamente esquecida. No ano seguinte, ninguém escreveu algo como “o primeiro negro a ser campeão na F-1”. A qualidade de Hamilton na pista tornou irrelevante aos olhos da mídia o que era realmente irrelevante. Negro, branco, oriental, marsupial, marciano, cachorro: o que interessa é que ele é um bom piloto.
Seria bom também se Simona de Silvestro alinhasse no grid como titular no ano que vem exclusivamente por seus méritos. O que é bem possível. Na base, ganhou corridas de Fórmula BMW e de Fórmula Atlantic. Andou bem na Indy, especialmente em circuitos mistos. Não é imbuída do talento natural de um Alonso, Hamilton, Raikkonen ou Vettel. Mas certamente tem cacife para correr no meio do pelotão.
O mais importante: no cenário da Sauber, subir para ser titular na próxima temporada é realista. Esteban Gutierrez ganhou uma nova chance, mas não convenceu completamente. Se falhar neste ano, pode abrir uma vaga no time suíço que, além da moça, conta também com Giedo Van Der Garde e Sergey Sirotkin como pilotos em desenvolvimento. Ela é sem dúvida melhor que estes dois.
Ainda não está claro como a Sauber vai prepará-la. Mas espero que ela tenha a chance de andar em algumas sextas-feiras. Assim, o time teria também a chance do time compará-la com Gutierrez numa circunstância mais válida. Se ela prevalecer na pista, ganharia a vaga no time por ser melhor, não por ser mulher.
Houve o frenesi habitual quando a Sauber anunciou a suíça Simona de Silvestro como “piloto afiliada” do time nesta temporada. Foi algo parecido no ano retrasado, quando a Williams colocou Susie Wolff em posição similar. Há anos que a possibilidade de uma mulher no grid mexe com as pessoas. É preciso voltar até Lella Lombardi para ver a última corrida de uma mulher: o GP da Áustria de 1976.
O que as pessoas precisam entender é que o gênero em si não significa nada. Depois da italiana, ainda tivemos na F-1 Divina Galica nos anos 70, Desiré Wilson em 1980 e Giovanna Amati, há vinte anos. Mas nenhuma delas se classificou para a largada nas tentativas que fizeram. Atraíram algum interesse pelo gênero. Mas apenas Wilson, que fez uma única participação com um carro privado, tinha qualidade que justificasse sua presença na categoria.
A inutilidade de rótulos também ficou clara no caso de Lewis Hamilton. Antes de sua estreia, em 2007, a cobertura da categoria se referia constantemente ao “primeiro negro a correr na F-1”. Depois da primeira curva em Melbourne, quando ele passou o bicampeão mundial Fernando Alonso por fora, essa questão foi completamente esquecida. No ano seguinte, ninguém escreveu algo como “o primeiro negro a ser campeão na F-1”. A qualidade de Hamilton na pista tornou irrelevante aos olhos da mídia o que era realmente irrelevante. Negro, branco, oriental, marsupial, marciano, cachorro: o que interessa é que ele é um bom piloto.
Seria bom também se Simona de Silvestro alinhasse no grid como titular no ano que vem exclusivamente por seus méritos. O que é bem possível. Na base, ganhou corridas de Fórmula BMW e de Fórmula Atlantic. Andou bem na Indy, especialmente em circuitos mistos. Não é imbuída do talento natural de um Alonso, Hamilton, Raikkonen ou Vettel. Mas certamente tem cacife para correr no meio do pelotão.
O mais importante: no cenário da Sauber, subir para ser titular na próxima temporada é realista. Esteban Gutierrez ganhou uma nova chance, mas não convenceu completamente. Se falhar neste ano, pode abrir uma vaga no time suíço que, além da moça, conta também com Giedo Van Der Garde e Sergey Sirotkin como pilotos em desenvolvimento. Ela é sem dúvida melhor que estes dois.
Ainda não está claro como a Sauber vai prepará-la. Mas espero que ela tenha a chance de andar em algumas sextas-feiras. Assim, o time teria também a chance do time compará-la com Gutierrez numa circunstância mais válida. Se ela prevalecer na pista, ganharia a vaga no time por ser melhor, não por ser mulher.
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