segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Mulher no volante*
* Por Tatiana Cunha
Várias já tentaram, mas só duas podem dizer que realmente chegaram lá. Que disputaram um GP de F-1, sonho de dez entre dez pilotos.
Nos últimos anos, o número de mulheres que chegaram perto da F-1 aumentou, e muito. Primeiro foi Maria de Villota, reserva da Marussia, que em 2012 tornou-se a primeira inscrita num Mundial desde que Giovanna Amati havia tentado se classificar (sem sucesso) para as três primeiras corridas do campeonato de 1992.
Mas Maria não teve sorte. Em seu primeiro teste em linha reta com o carro da equipe na Inglaterra sofreu um grave acidente. Perdeu um olho, mas sobreviveu. No ano passado, porém, morreu em decorrência de sequelas daquele acidente (fiz um post sobre ela aqui).
No fundo sempre achei que era mais jogada de marketing da Marussia, nanica e com pouco espaço na mídia, do que aposta real da equipe em uma mulher.
Depois veio Susie Wolff, reserva da Williams, que no ano passado tornou-se a primeira mulher desde 2005 a participar de um teste normal com um F-1.
Mas, verdade seja dita, Susie só chegou à categoria porque seu marido é ninguém menos que Toto Wolff, acionista e ex-diretor da Williams (coincidência, né?) e que hoje está na Mercedes.
Eis que hoje a Sauber anuncia Simona de Silvestro como “piloto afiliada” a partir deste ano. E aí você vai perguntar: o que faz este anúncio de hoje diferente dos últimos?
Pois eu digo que é bem diferente e que desta vez, de fato, temos a chance de ver uma mulher em ação na F-1. Os motivos são vários.
Primeiro porque Simona é uma boa piloto. Ficou quatro anos na Indy e no ano passado herdou a vaga de Barrichello na KV e tornou-se companheira de Kanaan (fiz uma matéria com ela que você pode ler aqui). O brasileiro não teve vida fácil ao lado dela e para se ter uma ideia, ele terminou o campeonato em 11º, com 397 pontos. Simona foi a 13ª colocada e fez 362 pontos. Hmmm…
Mas não é só isso que me faz acreditar neste “projeto”. Não por coincidência, a chefe da Sauber é uma mulher, Monisha Kaltenborn. E ela não só é competente em seu cargo como também é um dos membros mais atuantes da Comissão para Mulheres no Automobilismo, que cada vez ganha mais importância e reconhecimento na FIA. Ou seja, tem todo o interesse em colocar uma mulher para correr em sua equipe.
A Sauber, aliás, é conhecida por dar chances a jovens promessas. Raikkonen, Massa, Kobayashi, Perez…
E há ainda mais um motivo. Pela primeira vez leio em um comunicado divulgado sobre uma piloto que a equipe tem intenção de colocá-la como titular, como fez a Sauber na nota divulgada hoje. Ok, dizer não é a mesma coisa que fazer, mas acho que é um início.
E a pergunta que fica é: mas Simona tem condições de disputar de igual para igual com os demais pilotos do grid? É fácil criar teorias e especular sobre o tema, mas a resposta só teremos quando _e se_ ela for para a pista.
Tomara que seja mesmo em 2015.
Várias já tentaram, mas só duas podem dizer que realmente chegaram lá. Que disputaram um GP de F-1, sonho de dez entre dez pilotos.
Nos últimos anos, o número de mulheres que chegaram perto da F-1 aumentou, e muito. Primeiro foi Maria de Villota, reserva da Marussia, que em 2012 tornou-se a primeira inscrita num Mundial desde que Giovanna Amati havia tentado se classificar (sem sucesso) para as três primeiras corridas do campeonato de 1992.
Mas Maria não teve sorte. Em seu primeiro teste em linha reta com o carro da equipe na Inglaterra sofreu um grave acidente. Perdeu um olho, mas sobreviveu. No ano passado, porém, morreu em decorrência de sequelas daquele acidente (fiz um post sobre ela aqui).
No fundo sempre achei que era mais jogada de marketing da Marussia, nanica e com pouco espaço na mídia, do que aposta real da equipe em uma mulher.
Depois veio Susie Wolff, reserva da Williams, que no ano passado tornou-se a primeira mulher desde 2005 a participar de um teste normal com um F-1.
Mas, verdade seja dita, Susie só chegou à categoria porque seu marido é ninguém menos que Toto Wolff, acionista e ex-diretor da Williams (coincidência, né?) e que hoje está na Mercedes.
Eis que hoje a Sauber anuncia Simona de Silvestro como “piloto afiliada” a partir deste ano. E aí você vai perguntar: o que faz este anúncio de hoje diferente dos últimos?
Pois eu digo que é bem diferente e que desta vez, de fato, temos a chance de ver uma mulher em ação na F-1. Os motivos são vários.
Primeiro porque Simona é uma boa piloto. Ficou quatro anos na Indy e no ano passado herdou a vaga de Barrichello na KV e tornou-se companheira de Kanaan (fiz uma matéria com ela que você pode ler aqui). O brasileiro não teve vida fácil ao lado dela e para se ter uma ideia, ele terminou o campeonato em 11º, com 397 pontos. Simona foi a 13ª colocada e fez 362 pontos. Hmmm…
Mas não é só isso que me faz acreditar neste “projeto”. Não por coincidência, a chefe da Sauber é uma mulher, Monisha Kaltenborn. E ela não só é competente em seu cargo como também é um dos membros mais atuantes da Comissão para Mulheres no Automobilismo, que cada vez ganha mais importância e reconhecimento na FIA. Ou seja, tem todo o interesse em colocar uma mulher para correr em sua equipe.
A Sauber, aliás, é conhecida por dar chances a jovens promessas. Raikkonen, Massa, Kobayashi, Perez…
E há ainda mais um motivo. Pela primeira vez leio em um comunicado divulgado sobre uma piloto que a equipe tem intenção de colocá-la como titular, como fez a Sauber na nota divulgada hoje. Ok, dizer não é a mesma coisa que fazer, mas acho que é um início.
E a pergunta que fica é: mas Simona tem condições de disputar de igual para igual com os demais pilotos do grid? É fácil criar teorias e especular sobre o tema, mas a resposta só teremos quando _e se_ ela for para a pista.
Tomara que seja mesmo em 2015.
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