terça-feira, 27 de agosto de 2013
SPARTACUS*
* Por Victor Martins
Admito que considerei inicialmente exageradas as opiniões de que Alonso estava com cara amarrada no encontro dos três primeiros colocados na salinha antes do pódio de ontem em Spa-Francorchamps. Dando um desconto àquele momento, seria natural que um segundo colocado não ficasse feliz com um resultado que o afaste ainda mais do líder e vencedor da prova, Vettel. Mas o decorrer das cenas realmente foi demonstrando que havia um desconforto, sim – e estar descontente é diferente de estar desgostoso.
Não dar um sorriso sequer em uma prova em que havia sido o nome e que ao menos esboçava alguma evolução em relação às últimas performances é, de fato, estranho. Por outro lado, não é tão estranho quando se pega a ficha do que aconteceu desde o fim de semana do GP da Hungria: a ida do empresário ao motorhome da Red Bull, o puxão de orelha público do presidente Luca di Montezemolo, a obrigação de ter de se desculpar e falar que foi um mal entendido atribuindo até a questões linguísticas, a ciência de que há um plausível cenário em que Räikkönen pode aparecer em Maranello em 2014.
Há pouco, o solerte Bruno Mantovani colocou em seu Twitter uma montagem em que aponta, no quadro superior, a comemoração de Vettel com a grade cheia de gente da Red Bull e, no inferior, uma desnecessária placa a Alonso com a diferença para o alemão e para Hamilton, fria e significativa. Bruno veio até me perguntar se aquela havia sido a última volta. Recorri ao pai dos vídeos para buscar a comprovação. O print abaixo aponta que, sim, não havia um mecânico sequer para celebrar um segundo lugar que, sim, deveria ser motivo de orgulho por atestar uma evolução evidente de um carro que vinha caindo de produção. A legenda que Mantovani atribuiu é factível, então: “é, azedou o clima na Ferrari”. E, convenhamos, qual é a necessidade que um piloto tem em saber a diferença para os rivais quando cruza a linha de chegada justamente num momento em que mostrar ao mundo que a situação intramuros está normal seria mais aprazível, em um GP patrocinado pela Shell? Ainda que não seja postura da equipe celebrar, uma mensagem ou um sinal de apoio pegaria bem. Não se viu isso.
Some-se a cara de zero amigos de Alonso com os colegas de trabalho que nem lhe deram muita bola pelo segundo lugar, e temos um verossímil cenário de que o espanhol não se sente em casa ou não tem mais o grupo de Maranello nas mãos. Além de ser mais um motivo de que Vettel tem o tetra no bolso, coloca mais um ponto de dúvidas sobre sua permanência na Ferrari. A MTV3 finlandesa apareceu neste fim de semana com uma possibilidade de troca de lugares entre Fernando e Kimi para o ano que vem, em que o primeiro levaria o Santander para a ex-Renault — onde conquistou seus dois títulos e o recebeu de braços abertos depois da beligerante temporada de 2007 na McLaren — e ajudaria a salvá-la da bancarrota.
Montezemolo já ressaltou diversas vezes, e não foi diferente com Alonso, de que os interesses da Ferrari sempre vão estar acima de qualquer piloto. O time pagou para se desfazer de Räikkönen em 2009 para ter este mesmo Alonso. A italianada é louca e venal o suficiente para desfazer a troca.
Admito que considerei inicialmente exageradas as opiniões de que Alonso estava com cara amarrada no encontro dos três primeiros colocados na salinha antes do pódio de ontem em Spa-Francorchamps. Dando um desconto àquele momento, seria natural que um segundo colocado não ficasse feliz com um resultado que o afaste ainda mais do líder e vencedor da prova, Vettel. Mas o decorrer das cenas realmente foi demonstrando que havia um desconforto, sim – e estar descontente é diferente de estar desgostoso.
Não dar um sorriso sequer em uma prova em que havia sido o nome e que ao menos esboçava alguma evolução em relação às últimas performances é, de fato, estranho. Por outro lado, não é tão estranho quando se pega a ficha do que aconteceu desde o fim de semana do GP da Hungria: a ida do empresário ao motorhome da Red Bull, o puxão de orelha público do presidente Luca di Montezemolo, a obrigação de ter de se desculpar e falar que foi um mal entendido atribuindo até a questões linguísticas, a ciência de que há um plausível cenário em que Räikkönen pode aparecer em Maranello em 2014.
Há pouco, o solerte Bruno Mantovani colocou em seu Twitter uma montagem em que aponta, no quadro superior, a comemoração de Vettel com a grade cheia de gente da Red Bull e, no inferior, uma desnecessária placa a Alonso com a diferença para o alemão e para Hamilton, fria e significativa. Bruno veio até me perguntar se aquela havia sido a última volta. Recorri ao pai dos vídeos para buscar a comprovação. O print abaixo aponta que, sim, não havia um mecânico sequer para celebrar um segundo lugar que, sim, deveria ser motivo de orgulho por atestar uma evolução evidente de um carro que vinha caindo de produção. A legenda que Mantovani atribuiu é factível, então: “é, azedou o clima na Ferrari”. E, convenhamos, qual é a necessidade que um piloto tem em saber a diferença para os rivais quando cruza a linha de chegada justamente num momento em que mostrar ao mundo que a situação intramuros está normal seria mais aprazível, em um GP patrocinado pela Shell? Ainda que não seja postura da equipe celebrar, uma mensagem ou um sinal de apoio pegaria bem. Não se viu isso.
Some-se a cara de zero amigos de Alonso com os colegas de trabalho que nem lhe deram muita bola pelo segundo lugar, e temos um verossímil cenário de que o espanhol não se sente em casa ou não tem mais o grupo de Maranello nas mãos. Além de ser mais um motivo de que Vettel tem o tetra no bolso, coloca mais um ponto de dúvidas sobre sua permanência na Ferrari. A MTV3 finlandesa apareceu neste fim de semana com uma possibilidade de troca de lugares entre Fernando e Kimi para o ano que vem, em que o primeiro levaria o Santander para a ex-Renault — onde conquistou seus dois títulos e o recebeu de braços abertos depois da beligerante temporada de 2007 na McLaren — e ajudaria a salvá-la da bancarrota.
Montezemolo já ressaltou diversas vezes, e não foi diferente com Alonso, de que os interesses da Ferrari sempre vão estar acima de qualquer piloto. O time pagou para se desfazer de Räikkönen em 2009 para ter este mesmo Alonso. A italianada é louca e venal o suficiente para desfazer a troca.
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