* Por Fernando Silva
O que antes era apenas mais uma bravata de Bernie Ecclestone ganhou força — e como ganhou — ao longo da semana passada. Só se fala no tal GP de Londres, que não se sabe quando será, mas, a julgar pela repercussão e, principalmente, pelo maciço apoio do banco Santander, pode mesmo rolar já em 2013 — não é informação, mas um mero palpite desse humilde escriba. Dito isso, alguns pontos a discutir.
Considerando as eventuais entradas dos GPs de Londres e Nova Jersey no calendário do ano que vem, ainda que Bernie indique que o tal GP da América não deva acontecer em 2013, seriam aí 22 corridas na próxima temporada, sendo que o próprio Ecclestone já disse que o ideal é formatar um campeonato com 20 etapas. Dessa forma, e levando em conta também que a Espanha deve ter apenas uma prova — revezamento entre Barcelona e Valência — quem sairia?
Acredito que o GP da Coreia do Sul está com seus dias contados e entendo que 2012 deve ser a última vez da F1 por lá. Além de ser um evento deficitário, fato é que a corrida pelas bandas da distante Yeongam definitivamente não pegou. A China, por mais que seja uma etapa sem a presença maciça de público, deve permanecer, já que é um mercado importante. O Bahrein, sempre posto em xeque, também é um país estratégico, principalmente por ser a sede de várias empresas que investem na F1.
A Europa, sempre em crise, tem Spa-Francorchamps na alça de mira, que pode ser salvo graças a um eventual e tão falado revezamento com Paul Ricard, na França. Entretanto, o novo presidente François Hollande não parece tão disposto a investir na F1. Certo ele, já que há outras prioridades para um país que está no olho do furacão, com a crise ali ao lado — na Espanha.
Outro assunto que também merece discussão caso o tal GP de Londres e a corrida em Nova Jersey sejam oficializadas na F1 é o seguinte: cada vez mais os circuitos de rua estão tomando conta do calendário no lugar dos chamados ‘circuitos de verdade’, ou circuitos permanentes, como queira.
É legal que a F1 tenha um, dois, três circuitos de rua, por exemplo. Mais do que isso, na minha opinião, já é demais. Considerando Valência, haveria, além desta, os GPs de Mônaco, Cingapura, Rússia — a partir de 2014, em Sochi — e Nova Jersey. Sem contar com as pistas em parques, como Albert Park, em Melbourne, e o circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, são cinco circuitos urbanos, 25% das pistas do Mundial. Na minha época era Mônaco, Adelaide e só.
Como já tô com meus 3.2, claro que gostaria de ver a F1 com mais circuitos permanentes, como nos velhos tempos. Algumas pistas fazem falta, como Estoril, Paul Ricard, Ímola, Hermanos Rodríguez, Zeltweg — ou Red Bull Ring —, Kyalami e Istambul. Pelo menos a entrada de Austin e seu Circuito das Américas ameniza um pouco isso. Pelo que eu vi nas simulações, é uma pista espetacular.
Em tempo: a tal ideia do GP de Londres é sensacional. Como o colega Renan do Couto escreveu em seu Por Fora dos Boxes, a Inglaterra talvez seja o único país digno de ter duas corridas de F1 em um único ano. E Londres, mesmo ainda não conhecendo, é uma baita cidade, espetacular, e seria um belíssimo cenário para uma corrida de carros, como as ruas de Buenos Aires foram para o Súper TC 2000 meses atrás.
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