quarta-feira, 4 de abril de 2012
O paradoxo da McLaren*
* Por Luis Fernando Ramos
Ao chegar no final de semana no aeroporto de Heathrow, me deparei com um enorme outdoor de um dos patrocinadores da McLaren, em que um capacete prateado tinha vários adesivos dos lugares pelos quais passa a Fórmula 1, como se fazia antigamente com malas de viagem. É um dos primeiros anúncios em que a empresa não usa os dois pilotos do time como principal mote. E de maneira apropriada, pensei, já que as duas primeiras corridas do ano serviram mais para confundir do que esclarecer como será a briga interna lá dentro. Só sabemos que será uma das mais interessantes da temporada.
O campeonato começou com Lewis Hamilton fazendo a pole-position em Melbourne depois de dar sinais de ser o piloto mais rápido nos treinos livres em Albert Park. Sua mesa no hospitality da McLaren não estava mais vazia como no ano passado. A presença da namorada Nicole Scherzinger, de familiares e de amigos sinalizava que o menino com olhar perdido e indefeso ficou no passado de 2011. Um novo Hamilton chegou, o Hamilton de antigamente.
Curiosamente, foi dada a largada e Jenson Button saiu em disparada. Tomou a ponta e controlou a distância para Hamilton como bem quis. Em condições normais, nota-se. Mais que os 25 pontos na tabela, o triunfo em Melbourne deu ao piloto do carro de número 3 um contra-ataque imediato ao seu inimigo mais íntimo. “Não preciso mais de corridas em condições malucas para te bater e chegar em primeiro lugar”, foi o brado de Button.
Os sinais de que o Hamilton desse ano é diferente seguiram na Malásia com uma nova pole-position. E o paradoxo ficou ainda mais interessante. Numa “corrida Jenson”, com condições complicadas de pista variando de molhado para seco, Hamilton não cometeu nenhum erro. Deu azar numa parada nos boxes que o fez perder uma posição para Fernando Alonso, foi superado por Sergio Perez na boa estratégia da Sauber e pareceu não ter carro para acompanhar os dois. Ainda assim, entrou nessa primeira pausa do ano como único piloto a subir duas vezes no pódio - uma regularidade importantíssima numa disputa que se desenha muito equilibrada.
Do outro lado, Button esteve completamente perdido. O “encantador de pneus” pareceu ter encontrado uma pedra de kryptonita pelo caminho: bateu rodas de forma boba com Narain Karthikeyan e sofreu como o diabo para colocar os pneus intermediários da Pirelli na temperatura ideal. Justo ele. Em condições que o tornam favorito natural à vitória, ele naufragou.
Assim, o placar interno da McLaren aponta um merecido empate. À “pedalada” dada em Hamilton na Austrália seguiu-se um tropeço nas próprias pernas na Malásia para Button. E Hamilton tem agora a posse de bola. Ficamos na expectativa de ver o que ele fará com ela na China, o lugar onde fez sua melhor corrida do ano passado.
Ao chegar no final de semana no aeroporto de Heathrow, me deparei com um enorme outdoor de um dos patrocinadores da McLaren, em que um capacete prateado tinha vários adesivos dos lugares pelos quais passa a Fórmula 1, como se fazia antigamente com malas de viagem. É um dos primeiros anúncios em que a empresa não usa os dois pilotos do time como principal mote. E de maneira apropriada, pensei, já que as duas primeiras corridas do ano serviram mais para confundir do que esclarecer como será a briga interna lá dentro. Só sabemos que será uma das mais interessantes da temporada.
O campeonato começou com Lewis Hamilton fazendo a pole-position em Melbourne depois de dar sinais de ser o piloto mais rápido nos treinos livres em Albert Park. Sua mesa no hospitality da McLaren não estava mais vazia como no ano passado. A presença da namorada Nicole Scherzinger, de familiares e de amigos sinalizava que o menino com olhar perdido e indefeso ficou no passado de 2011. Um novo Hamilton chegou, o Hamilton de antigamente.
Curiosamente, foi dada a largada e Jenson Button saiu em disparada. Tomou a ponta e controlou a distância para Hamilton como bem quis. Em condições normais, nota-se. Mais que os 25 pontos na tabela, o triunfo em Melbourne deu ao piloto do carro de número 3 um contra-ataque imediato ao seu inimigo mais íntimo. “Não preciso mais de corridas em condições malucas para te bater e chegar em primeiro lugar”, foi o brado de Button.
Os sinais de que o Hamilton desse ano é diferente seguiram na Malásia com uma nova pole-position. E o paradoxo ficou ainda mais interessante. Numa “corrida Jenson”, com condições complicadas de pista variando de molhado para seco, Hamilton não cometeu nenhum erro. Deu azar numa parada nos boxes que o fez perder uma posição para Fernando Alonso, foi superado por Sergio Perez na boa estratégia da Sauber e pareceu não ter carro para acompanhar os dois. Ainda assim, entrou nessa primeira pausa do ano como único piloto a subir duas vezes no pódio - uma regularidade importantíssima numa disputa que se desenha muito equilibrada.
Do outro lado, Button esteve completamente perdido. O “encantador de pneus” pareceu ter encontrado uma pedra de kryptonita pelo caminho: bateu rodas de forma boba com Narain Karthikeyan e sofreu como o diabo para colocar os pneus intermediários da Pirelli na temperatura ideal. Justo ele. Em condições que o tornam favorito natural à vitória, ele naufragou.
Assim, o placar interno da McLaren aponta um merecido empate. À “pedalada” dada em Hamilton na Austrália seguiu-se um tropeço nas próprias pernas na Malásia para Button. E Hamilton tem agora a posse de bola. Ficamos na expectativa de ver o que ele fará com ela na China, o lugar onde fez sua melhor corrida do ano passado.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário