sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Patinhos feios*
* Por Julianne Cerasoli
Com o lançamento dos primeiros carros da próxima temporada da Fórmula 1, faltaram adjetivos para descrever a, digamos, falta de estética dos novos bicos. Resultado de uma das diversas mudanças no regulamento, eles já foram chamados de dedo, antena, golfinho e até tamanduá. Nada muito elogioso. Há quem diga que os “rebentos” são daqueles que só as próprias mães acham bonitos. Maldades à parte, por que os carros ficaram assim?
Nos últimos dois anos, os bicos foram “abaixados” por questões de segurança, para evitar que os capacetes dos pilotos sejam atingidos em colisões frontais. As novas alterações, feitas em 2014, visam prevenir também outro tipo de acidente: quando um carro decola após tocar a roda traseira de quem vai à frente. Isso criou a necessidade de abaixar ainda mais os bicos.
Porém, as equipes chiaram quanto à extensão dessa mudança. Dependendo de como a nova regra fosse redigida, seria necessária uma revolução aerodinâmica que afetaria o carro inteiro. Afinal, o bico do carro é o primeiro contanto dele com o ar e influencia toda a aerodinâmica – especialmente o ar que passa por debaixo dele e alimenta o assoalho, além de afetar as suspensões. Portanto, “rebaixar” todo o bico geraria uma enorme despesa de tempo e dinheiro, ainda mais em um ano no qual os engenheiros já têm de lidar com muitas novidades com o novo motor turbo V6 e seus complicados sistemas híbridos. A solução para agradar os times e não esquecer a questão da segurança foi abaixar apenas a seção final do bico.
Mesmo assim, não há uma solução padrão para essa “ponta” rebaixada. Isso porque os engenheiros têm de trabalhar com comprometimentos nas áreas aerodinâmica e estrutural (cuja meta é passar pelos crash tests). Para quem cuida do fluxo de ar, o melhor é que o bico seja curto e arredondado. E quem cuida de estrutura quer um bico longo e fino. Por isso, temos visto algumas diferenças entre os modelos.
O resultado de tudo isso é que um bico perfeito para 2014 precisa ser o mais arqueado possível após a primeira seção, que é obrigatoriamente mais baixa devido às novas regras. Isso criou essa espécie de divisão que temos visto nos modelos, como se a primeira parte do bico simplesmente não combinasse com o resto.
Como os resultados têm sido horrendos, é possível que haja modificações nas regras, como ocorreu após a geração de carros com degraus nos bicos, de 2012. Mas isso só em 2015, pois, em meio a tantas alterações no regulamento técnico e a promessa de uma Fórmula 1 diferente do que vimos nos últimos anos, toda essa feiura promete ser o que vai chamar menos a atenção.
Com o lançamento dos primeiros carros da próxima temporada da Fórmula 1, faltaram adjetivos para descrever a, digamos, falta de estética dos novos bicos. Resultado de uma das diversas mudanças no regulamento, eles já foram chamados de dedo, antena, golfinho e até tamanduá. Nada muito elogioso. Há quem diga que os “rebentos” são daqueles que só as próprias mães acham bonitos. Maldades à parte, por que os carros ficaram assim?
Nos últimos dois anos, os bicos foram “abaixados” por questões de segurança, para evitar que os capacetes dos pilotos sejam atingidos em colisões frontais. As novas alterações, feitas em 2014, visam prevenir também outro tipo de acidente: quando um carro decola após tocar a roda traseira de quem vai à frente. Isso criou a necessidade de abaixar ainda mais os bicos.
Porém, as equipes chiaram quanto à extensão dessa mudança. Dependendo de como a nova regra fosse redigida, seria necessária uma revolução aerodinâmica que afetaria o carro inteiro. Afinal, o bico do carro é o primeiro contanto dele com o ar e influencia toda a aerodinâmica – especialmente o ar que passa por debaixo dele e alimenta o assoalho, além de afetar as suspensões. Portanto, “rebaixar” todo o bico geraria uma enorme despesa de tempo e dinheiro, ainda mais em um ano no qual os engenheiros já têm de lidar com muitas novidades com o novo motor turbo V6 e seus complicados sistemas híbridos. A solução para agradar os times e não esquecer a questão da segurança foi abaixar apenas a seção final do bico.
Mesmo assim, não há uma solução padrão para essa “ponta” rebaixada. Isso porque os engenheiros têm de trabalhar com comprometimentos nas áreas aerodinâmica e estrutural (cuja meta é passar pelos crash tests). Para quem cuida do fluxo de ar, o melhor é que o bico seja curto e arredondado. E quem cuida de estrutura quer um bico longo e fino. Por isso, temos visto algumas diferenças entre os modelos.
O resultado de tudo isso é que um bico perfeito para 2014 precisa ser o mais arqueado possível após a primeira seção, que é obrigatoriamente mais baixa devido às novas regras. Isso criou essa espécie de divisão que temos visto nos modelos, como se a primeira parte do bico simplesmente não combinasse com o resto.
Como os resultados têm sido horrendos, é possível que haja modificações nas regras, como ocorreu após a geração de carros com degraus nos bicos, de 2012. Mas isso só em 2015, pois, em meio a tantas alterações no regulamento técnico e a promessa de uma Fórmula 1 diferente do que vimos nos últimos anos, toda essa feiura promete ser o que vai chamar menos a atenção.
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