segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Comunicado oficial*
* Por Fábio Seixas
Horas após o sucinto anúncio da renovação do contrato com Massa, a Ferrari publicou em seu site um texto maior, mais festivo, com declarações do piloto e de Domenicali, o chefe da equipe.
Começa, é verdade, com uma tentativa tola de desmerecer o furo de reportagem de um jornalista brasileiro. Na sexta, dia 12, Lito Cavalcanti, do “SporTV”, revelara que o anúncio da renovação viria na terça, 16. Bem no alvo.
A Ferrari gasta três parágrafos para afirmar que “o anúncio só deveria acontecer na semana que vem, mas que ambas as partes decidiram segurar o touro pelos chifres e fazê-lo agora”. Um trocadilho infame com a Red Bull.
Tenta fazer-nos crer, ainda, que a renovação foi decidida na própria terça, em apenas uma conversa, em apenas uma sentada à mesa.
(“Ou você é ingênuo ou é jornalista. Decida agora”, me disse certa vez Fernando Vieira de Mello, meu primeiro chefe, numa bronca-didática de que jamais esquecerei. Tento seguir sempre no caminho da segunda alternativa.)
O mais interessante do texto, porém, é uma sutileza que vem logo abaixo. Porque tem implicações para o esporte.
São as frases de Massa.
A coisa começa assim: “Estou muito feliz por termos chegado a um acordo. A Ferrari é minha família nas pistas”.
Continua: “Por toda a minha carreira, pilotei carros com motores feitos em Maranello e não posso me ver pilotando nada diferente! Em primeiro lugar, quero agradecer ao presidente Montezemolo e a Domenicali, pela fé no meu trabalho e pelo apoio, mesmo nos momentos mais difíceis”.
E, para encerrar: “A equipe e os torcedores podem ter certeza de que farei tudo o que estiver ao alcance para ajudar a escuderia a atingir os objetivos que traçar”.
O primeiro problema é essa última frase. E tem tudo a ver, é intrínseco, com o segundo: o que ele não diz.
Na próxima temporada, Massa estará defendendo pelo oitavo ano a mais gloriosa equipe da história da F-1. Aque mais soma vitórias, poles, melhores voltas, títulos de Construtores e de Pilotos. O time de maior orçamento entre os 12 do grid de largada.
Mas não há, em nenhum momento, no anúncio, a palavra “campeão”. Ou “título”. Ou qualquer outra que, mesmo de longe, faça uma mínima referência a alguma modesta tentativa de batalhar pelo próximo campeonato.
Não. Massa _está escrito_ vai trabalhar no ano que vem para que a equipe alcance os objetivos que definir.
E até o cozinheiro do Cavallino, o restaurante do outro lado da via Abetone Inferiore, em Maranello, sabe o que isso significa.
Dia desses, um leitor, decerto jovem ou recém-chegado ao esporte, perguntou lá no blog se o Brasil já teve algum campeão na F-1.
Sintomático.
Horas após o sucinto anúncio da renovação do contrato com Massa, a Ferrari publicou em seu site um texto maior, mais festivo, com declarações do piloto e de Domenicali, o chefe da equipe.
Começa, é verdade, com uma tentativa tola de desmerecer o furo de reportagem de um jornalista brasileiro. Na sexta, dia 12, Lito Cavalcanti, do “SporTV”, revelara que o anúncio da renovação viria na terça, 16. Bem no alvo.
A Ferrari gasta três parágrafos para afirmar que “o anúncio só deveria acontecer na semana que vem, mas que ambas as partes decidiram segurar o touro pelos chifres e fazê-lo agora”. Um trocadilho infame com a Red Bull.
Tenta fazer-nos crer, ainda, que a renovação foi decidida na própria terça, em apenas uma conversa, em apenas uma sentada à mesa.
(“Ou você é ingênuo ou é jornalista. Decida agora”, me disse certa vez Fernando Vieira de Mello, meu primeiro chefe, numa bronca-didática de que jamais esquecerei. Tento seguir sempre no caminho da segunda alternativa.)
O mais interessante do texto, porém, é uma sutileza que vem logo abaixo. Porque tem implicações para o esporte.
São as frases de Massa.
A coisa começa assim: “Estou muito feliz por termos chegado a um acordo. A Ferrari é minha família nas pistas”.
Continua: “Por toda a minha carreira, pilotei carros com motores feitos em Maranello e não posso me ver pilotando nada diferente! Em primeiro lugar, quero agradecer ao presidente Montezemolo e a Domenicali, pela fé no meu trabalho e pelo apoio, mesmo nos momentos mais difíceis”.
E, para encerrar: “A equipe e os torcedores podem ter certeza de que farei tudo o que estiver ao alcance para ajudar a escuderia a atingir os objetivos que traçar”.
O primeiro problema é essa última frase. E tem tudo a ver, é intrínseco, com o segundo: o que ele não diz.
Na próxima temporada, Massa estará defendendo pelo oitavo ano a mais gloriosa equipe da história da F-1. Aque mais soma vitórias, poles, melhores voltas, títulos de Construtores e de Pilotos. O time de maior orçamento entre os 12 do grid de largada.
Mas não há, em nenhum momento, no anúncio, a palavra “campeão”. Ou “título”. Ou qualquer outra que, mesmo de longe, faça uma mínima referência a alguma modesta tentativa de batalhar pelo próximo campeonato.
Não. Massa _está escrito_ vai trabalhar no ano que vem para que a equipe alcance os objetivos que definir.
E até o cozinheiro do Cavallino, o restaurante do outro lado da via Abetone Inferiore, em Maranello, sabe o que isso significa.
Dia desses, um leitor, decerto jovem ou recém-chegado ao esporte, perguntou lá no blog se o Brasil já teve algum campeão na F-1.
Sintomático.
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