segunda-feira, 7 de abril de 2014
Esporte espetacular*
* Por Luis Fernando Ramos
O domingo aqui no Bahrein começou com um “Tour de Force” de Bernie Ecclestone e Luca di Montezemolo pelo paddock, falando mal da Fórmula 1 para qualquer microfone disponível: o chefão da categoria afirmando que o novo formato era “inaceitável” para os torcedores, o presidente da Ferrari reiterando que os pilotos pareciam taxistas que precisam economizar gasolina. Horas depois, os dois deixavam o paddock do Sakhir com a corrida ainda em andamento, derrotados por uma das provas mais emocionantes dos últimos anos.
A vitória do esporte foi simbolizada na disputa pela vitória protagonizada pela dupla da Mercedes. Lewis Hamilton e Nico Rosberg duelaram pela liderança após a largada, na parte inicial da corrida e nas voltas finais. A única orientação da equipe, feita pelo rádio através diretor-esportivo Paddy Lowe, foi para que duelassem se certificando que ambos terminassem a corrida. Hamilton superou Rosberg por apenas um segundo na bandeira quadriculada.
"Eu e Nico não tínhamos uma corrida assim desde os tempos do kart. Na nossa primeira corridas juntos no kartismo, ele liderou o tempo inteiro e eu o ultrapassei na última volta para vencer. Achei que hoje ele faria o mesmo comigo e daria o troco. Foi incrivelmente difícil mantê-lo atrás de mim".
Derrotado na pista mas ainda na liderança do campeonato, Rosberg também destacou a disputa acirrada. "Foi uma grande batalha, mas infelizmente não consegui fazer as coisas acontecerem hoje. Lewis fez um grande trabalho de defesa, foi uma grande luta e é para isso que estou aqui. Para disputar desse jeito. Foi um bom dia para o esporte, o que é importante, porque recebemos muitas críticas recentemente. Acho que todos ficaram mais quietos depois dessa prova", disse o alemão.
As disputas também correram soltas nas posições intermediárias e se acirraram nas voltas finais depois de um curto período de neutralização de Safety Car. Foram várias disputas entre companheiros de equipe e carros com performance similar, como Force Índia, Red Bull, Williams e Ferrari. Como explicar isso? Foi o que perguntei ao engenheiro-chefe da Williams, Rob Smedley. "Um fator para explicar tanta emoção foi que haviam várias equipes com os dois carros andando próximos um do outro e isso sempre propicia corridas emocionantes, já que eles possuem ritmos semelhantes".
Um dos times envolvidos na briga do pelotão intermediário, a Williams deixou o Bahrein com um gosto amargo. A aposta numa estratégia de três paradas acabou não pagando dividendos pela entrada do Safety Car no final Felipe Massa terminou em sétimo e Valtteri Bottas, em oitavo. Mas o brasileiro vislumbra que um quarto lugar ou mesmo um pódio teria sido possível.
"Foi uma pena. O Safety Car não foi um bom negócio para a nossa corrida, nossa estratégia. Nosso ritmo era bom, estávamos brigando com a Force India o tempo todo e essa briga poderia ter durado até o final. É difícil projetar, mas a posição poderia ter sido melhor, talvez duas, três ou quem sabe até quatro posições à frente", projetou.
Massa, que costuma largar bem, fez uma das melhores saídas de sua carreira, pulando de sétimo para terceiro antes mesmo da primeira curva. Mas, além do Safety Car, acabou perdendo tempo também em diversas disputas com o companheiro da Williams. Mesmo assim, se mostrou satisfeito de não ter ocorrido interferência por parte do time dessa vez, ao contrário do que houve na Malásia.
"Sem dúvida que um rádio parecido com o da última corrida até poderia ter me ajudado mais", brincou. "Mas a estratégia e a conversa foram bem claras. É briga e vamos brigar, sem dúvida. O que aconteceu na Malásia foi o certo e acho que isso ficou claro para todo mundo que assistiu a prova e até para as outras equipes também. Estou aqui para disputar, não estou aqui para ser o ‘queridinho’ dentro do time, mas para disputar na condição certa".
Sua única bronca ficou reservada para Sebastian Vettel, a quem tentou ultrapassar perto do final, mas acabou espremido para fora da pista. "Acho que ele merecia uma punição sim. Ele deveria ter deixado o espaço de um carro quando eu coloquei de lado. Isso faz parte da nossa regra, é uma mudança que entrou em vigor dois anos atrás depois de uma situação ocorrida justamente na corrida do Bahrein", afirmou. O incidente nem chegou a ser investigado pelos comissários.
A briga com Massa foi o menor dos problemas de Vettel, que saiu do Bahrein eclipsado pelo combativo companheiro de equipe Daniel Ricciardo. O mesmo vale dizer do excelente final de semana de Sergio Perez na Force Índia. Foi o dia em que a Fórmula 1 deixou para trás as ordens de equipe para investir no duelo entre companheiros de equipes, além de esbanjar em ultrapassagens e emoção.
Hoje, vale celebrar a vitória do esporte e torcer com todas as forças para o resto da temporada seja nessa toada.
E você, o que achou do GP do Bahrein?
O domingo aqui no Bahrein começou com um “Tour de Force” de Bernie Ecclestone e Luca di Montezemolo pelo paddock, falando mal da Fórmula 1 para qualquer microfone disponível: o chefão da categoria afirmando que o novo formato era “inaceitável” para os torcedores, o presidente da Ferrari reiterando que os pilotos pareciam taxistas que precisam economizar gasolina. Horas depois, os dois deixavam o paddock do Sakhir com a corrida ainda em andamento, derrotados por uma das provas mais emocionantes dos últimos anos.
A vitória do esporte foi simbolizada na disputa pela vitória protagonizada pela dupla da Mercedes. Lewis Hamilton e Nico Rosberg duelaram pela liderança após a largada, na parte inicial da corrida e nas voltas finais. A única orientação da equipe, feita pelo rádio através diretor-esportivo Paddy Lowe, foi para que duelassem se certificando que ambos terminassem a corrida. Hamilton superou Rosberg por apenas um segundo na bandeira quadriculada.
"Eu e Nico não tínhamos uma corrida assim desde os tempos do kart. Na nossa primeira corridas juntos no kartismo, ele liderou o tempo inteiro e eu o ultrapassei na última volta para vencer. Achei que hoje ele faria o mesmo comigo e daria o troco. Foi incrivelmente difícil mantê-lo atrás de mim".
Derrotado na pista mas ainda na liderança do campeonato, Rosberg também destacou a disputa acirrada. "Foi uma grande batalha, mas infelizmente não consegui fazer as coisas acontecerem hoje. Lewis fez um grande trabalho de defesa, foi uma grande luta e é para isso que estou aqui. Para disputar desse jeito. Foi um bom dia para o esporte, o que é importante, porque recebemos muitas críticas recentemente. Acho que todos ficaram mais quietos depois dessa prova", disse o alemão.
As disputas também correram soltas nas posições intermediárias e se acirraram nas voltas finais depois de um curto período de neutralização de Safety Car. Foram várias disputas entre companheiros de equipe e carros com performance similar, como Force Índia, Red Bull, Williams e Ferrari. Como explicar isso? Foi o que perguntei ao engenheiro-chefe da Williams, Rob Smedley. "Um fator para explicar tanta emoção foi que haviam várias equipes com os dois carros andando próximos um do outro e isso sempre propicia corridas emocionantes, já que eles possuem ritmos semelhantes".
Um dos times envolvidos na briga do pelotão intermediário, a Williams deixou o Bahrein com um gosto amargo. A aposta numa estratégia de três paradas acabou não pagando dividendos pela entrada do Safety Car no final Felipe Massa terminou em sétimo e Valtteri Bottas, em oitavo. Mas o brasileiro vislumbra que um quarto lugar ou mesmo um pódio teria sido possível.
"Foi uma pena. O Safety Car não foi um bom negócio para a nossa corrida, nossa estratégia. Nosso ritmo era bom, estávamos brigando com a Force India o tempo todo e essa briga poderia ter durado até o final. É difícil projetar, mas a posição poderia ter sido melhor, talvez duas, três ou quem sabe até quatro posições à frente", projetou.
Massa, que costuma largar bem, fez uma das melhores saídas de sua carreira, pulando de sétimo para terceiro antes mesmo da primeira curva. Mas, além do Safety Car, acabou perdendo tempo também em diversas disputas com o companheiro da Williams. Mesmo assim, se mostrou satisfeito de não ter ocorrido interferência por parte do time dessa vez, ao contrário do que houve na Malásia.
"Sem dúvida que um rádio parecido com o da última corrida até poderia ter me ajudado mais", brincou. "Mas a estratégia e a conversa foram bem claras. É briga e vamos brigar, sem dúvida. O que aconteceu na Malásia foi o certo e acho que isso ficou claro para todo mundo que assistiu a prova e até para as outras equipes também. Estou aqui para disputar, não estou aqui para ser o ‘queridinho’ dentro do time, mas para disputar na condição certa".
Sua única bronca ficou reservada para Sebastian Vettel, a quem tentou ultrapassar perto do final, mas acabou espremido para fora da pista. "Acho que ele merecia uma punição sim. Ele deveria ter deixado o espaço de um carro quando eu coloquei de lado. Isso faz parte da nossa regra, é uma mudança que entrou em vigor dois anos atrás depois de uma situação ocorrida justamente na corrida do Bahrein", afirmou. O incidente nem chegou a ser investigado pelos comissários.
A briga com Massa foi o menor dos problemas de Vettel, que saiu do Bahrein eclipsado pelo combativo companheiro de equipe Daniel Ricciardo. O mesmo vale dizer do excelente final de semana de Sergio Perez na Force Índia. Foi o dia em que a Fórmula 1 deixou para trás as ordens de equipe para investir no duelo entre companheiros de equipes, além de esbanjar em ultrapassagens e emoção.
Hoje, vale celebrar a vitória do esporte e torcer com todas as forças para o resto da temporada seja nessa toada.
E você, o que achou do GP do Bahrein?
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