sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Questão de prioridade*
* Por Luis Fernando Ramos
Acho legal Lewis Hamilton adotar o visual “gangsta”, de bonezão, calças largas, roupas coloridas. Acho legal ele chamar seu carro de F-1 de “bad ass motherfucker”. Acho legal que ele encha a cara, vá para um hotel com os amigos e umas periguetes e mande o dedo do meio para os fotógrafos que realmente não têm nada a ver com isso.
Só não acho legal quando um esportista se deslumbra e perde o compromisso com a única coisa que interessa: a vitória.
Não há um contrato milionário no mundo que justifique sua saída da McLaren. Um time que encontrou um caminho em meio ao campeonato mais equilibrado da história para se tornar mais competitiva que as demais. Um time que, no ano passado, foi o único que conseguiu desenvolver o difusor soprado a ponto de superar o praticamente imbatível RB6 em alguns circuitos. Enfim, o time de maior excelência técnica do grid.
O argumento de que a Mercedes pode chegar com tudo em 2014 com a nova regulamentação de motores tem o valor de uma nota de três reais. Em primeiro lugar, porque qualquer outra equipe com um cheque de cinco milhões (ou menos, a FIA vai pressionar para isto) pode ter exatamente o mesmo motor. A própria Sauber mostrou esse ano que, com um chassi melhor, pode superar a “matriz” Ferrari em algumas ocasiões.
E depois, ninguém deixa o Barcelona para ir jogar no Málaga achando que “daqui a dois anos dá para disputar o título da Champions”. Hamilton sempre falou que “arde de desejo pelas vitórias (burn to win)”. Se fosse verdade, não deixaria o atual melhor carro do grid para ir se sentar no quarto, quinto ou sexto melhor, dependendo da pista.
Achar também que a turma de Brackley é capaz de dar-lhe um carro vencedor seja quando for é uma grande besteira. O Brawn BGP01 só acabou com a concorrência na primeira metade daquele ano porque Ross foi malandro demais: ajudou a bolar um regulamento no qual sabia muito bem onde estava o buraco para introduzir uma peça que dava uma vantagem gigantesca sobre o resto. Até a FIA julgar o mérito e os adversários adaptarem seus projetos para copiar a solução, Button já havia vencido um punhado de corridas e o título estava bem encaminhado. Quando os rivais acertaram a mão, o time caiu para trás e passou a ser sistematicamente superado por eles.
Acho a decisão de Hamilton uma das piores que já vi na Fórmula 1. Para mim, só reforça a imagem de um piloto excepcional, mas muito mal assessorado na hora de encaminhar sua carreira. Adoraria que o tempo provasse que estou errado, mas temo que ele não vá ganhar nenhum título pelo tempo em que estiver na Mercedes. Pelo menos, vai ganhar muito dinheiro, encher seu macacão de patrocinadores pessoais e, aposto, gravar um disco de rap que ficará muito bem produzido com a ajuda de seus amigos.
Vai ver era isso mesmo que ele queria.
Acho legal Lewis Hamilton adotar o visual “gangsta”, de bonezão, calças largas, roupas coloridas. Acho legal ele chamar seu carro de F-1 de “bad ass motherfucker”. Acho legal que ele encha a cara, vá para um hotel com os amigos e umas periguetes e mande o dedo do meio para os fotógrafos que realmente não têm nada a ver com isso.
Só não acho legal quando um esportista se deslumbra e perde o compromisso com a única coisa que interessa: a vitória.
Não há um contrato milionário no mundo que justifique sua saída da McLaren. Um time que encontrou um caminho em meio ao campeonato mais equilibrado da história para se tornar mais competitiva que as demais. Um time que, no ano passado, foi o único que conseguiu desenvolver o difusor soprado a ponto de superar o praticamente imbatível RB6 em alguns circuitos. Enfim, o time de maior excelência técnica do grid.
O argumento de que a Mercedes pode chegar com tudo em 2014 com a nova regulamentação de motores tem o valor de uma nota de três reais. Em primeiro lugar, porque qualquer outra equipe com um cheque de cinco milhões (ou menos, a FIA vai pressionar para isto) pode ter exatamente o mesmo motor. A própria Sauber mostrou esse ano que, com um chassi melhor, pode superar a “matriz” Ferrari em algumas ocasiões.
E depois, ninguém deixa o Barcelona para ir jogar no Málaga achando que “daqui a dois anos dá para disputar o título da Champions”. Hamilton sempre falou que “arde de desejo pelas vitórias (burn to win)”. Se fosse verdade, não deixaria o atual melhor carro do grid para ir se sentar no quarto, quinto ou sexto melhor, dependendo da pista.
Achar também que a turma de Brackley é capaz de dar-lhe um carro vencedor seja quando for é uma grande besteira. O Brawn BGP01 só acabou com a concorrência na primeira metade daquele ano porque Ross foi malandro demais: ajudou a bolar um regulamento no qual sabia muito bem onde estava o buraco para introduzir uma peça que dava uma vantagem gigantesca sobre o resto. Até a FIA julgar o mérito e os adversários adaptarem seus projetos para copiar a solução, Button já havia vencido um punhado de corridas e o título estava bem encaminhado. Quando os rivais acertaram a mão, o time caiu para trás e passou a ser sistematicamente superado por eles.
Acho a decisão de Hamilton uma das piores que já vi na Fórmula 1. Para mim, só reforça a imagem de um piloto excepcional, mas muito mal assessorado na hora de encaminhar sua carreira. Adoraria que o tempo provasse que estou errado, mas temo que ele não vá ganhar nenhum título pelo tempo em que estiver na Mercedes. Pelo menos, vai ganhar muito dinheiro, encher seu macacão de patrocinadores pessoais e, aposto, gravar um disco de rap que ficará muito bem produzido com a ajuda de seus amigos.
Vai ver era isso mesmo que ele queria.
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