segunda-feira, 9 de agosto de 2010
REGINALDO LEME: UM SANTO REMÉDIO
Nesta semana Rubinho Barrichello saiu para jantar com amigos em São Paulo e, quando entrou no restaurante, foi aplaudido. O torcedor brasileiro reage muito rapidamente a uma ação do ídolo no esporte. A ultrapassagem de Rubinho sobre Michael Schumacher na Hungria, pela forma como aconteceu, e por ter vindo na sequência de uma decepção que ainda doía no torcedor por causa da ordem de equipe da Ferrari contra Felipe Massa na Alemanha, tem o dom de cura na alma ferida.
Claro que fez bem a Rubinho sentir este reconhecimento. Um carinho que consola, mas não resgata o que ficou perdido na carreira. O talento natural que levou Rubinho à Fórmula-1 depois de ganhar o Europeu de Fórmula Opel e o Ingles de Fórmula-3 era suficiente para fazer dele um campeão, como descobriu recentemente o seu atual chefe de equipe Sam Michael, na Williams.
A Ferrari foi um passo importante na vida de Rubinho. Lá ele conquistou suas 11 vitórias e marcou 560 dos 637 pontos que lhe garantem o quarto lugar entre os pilotos com maior pontuação da história da F-1. Mas este período na Ferrari (de 2000 a 2005) também deixou um fardo difícil de carregar pela vida afora. Uma manifestação pública como a desta semana entre as pessoas que estavam no restaurante é, sem dúvida, um santo remédio.
Um outro remédio eficiente que eu aconselho a Rubinho é dizer cara a cara para Schumacher, quando os dois se encontrarem em Spa, que não aceita o pedido de desculpas que o alemão fez através site dele. É difícil que haja este encontro porque os dois já não se falam há algum tempo. Mas, se houver, eu já disse ao Rubinho que ele não pode perder a chance. Vai fazer um bem enorme.
O Schumacher já deve ter se tocado de como foi pouco inteligente. Se ele não tivesse espremido Barrichello no muro, a ultrapassagem – aliás, inevitável – nem mais seria lembrada no dia seguinte. Fez o que fez, tomou punição que vai prejudicar bastante a sua próxima corrida, saiu com cara de quem não estava nem aí depois da conversa com os comissários para, no dia seguinte, escrever que, ao rever a imagem, reconhecia que havia exagerado. Simplesmente, tinha caído a ficha.
Mesmo alguns dos maiores simpatizantes do alemão ao longo de sua carreira, não se conformam com o que ele fez. O engenheiro espanhol Joan Villadelprat, que trabalhou com o alemão na Benetton, considerou uma atitude intolerável que poderia ter terminado em tragédia. O piloto austríaco Alexander Wurtz fala em atitude deliberada de alguém que sabia muito bem o risco a que estava expondo Barrichello e a si próprio. O tricampeão Jackie Stewart considerou o maior abuso que já viu de um piloto e John Watson, ex-piloto que já trabalhou como comissário técnico convidado da FIA, comparou a atitude de Schumacher com o instinto animal. Pesado, e com razão.
A F-1 ganhou assunto para este curto de período de férias até o GP da Bélgica no dia 29 de agosto. Durante três semanas as equipes permanecem fechadas, e só no dia 23 os carros, motores e equipamentos serão embarcados para Spa-Francorchamps, vizinha à fronteira com a Alemanha. Quem mais deve sofrer com esta interrupção é a McLaren. Das três equipes que brigam pelo título, ela é a que está em baixa desde o GP da Inglaterra, apesar de ter se mantido na liderança dos campeonatos de pilotos e construtores até domingo passado. Depois do GP da Hungria, que das 12 etapas deste ano foi a mais negativa para a McLaren, com 4 pontos marcados, contra 40 da Red Bull e 30 da Ferrari, a liderança dos construtores voltou para a Red Bull e a de pilotos voltou para Mark Webber. O Mundial de Pilotos já mudou de líder oito vezes e o próprio Webber já tinha ocupado a posição após a sétima etapa do campeonato. Hamilton foi quem mais permaneceu na ponta, durante quatro etapas. Caiu para segundo e pode cair mais porque a tendência, agora, é a Red Bull dominar em Spa e também em Monza.
Claro que fez bem a Rubinho sentir este reconhecimento. Um carinho que consola, mas não resgata o que ficou perdido na carreira. O talento natural que levou Rubinho à Fórmula-1 depois de ganhar o Europeu de Fórmula Opel e o Ingles de Fórmula-3 era suficiente para fazer dele um campeão, como descobriu recentemente o seu atual chefe de equipe Sam Michael, na Williams.
A Ferrari foi um passo importante na vida de Rubinho. Lá ele conquistou suas 11 vitórias e marcou 560 dos 637 pontos que lhe garantem o quarto lugar entre os pilotos com maior pontuação da história da F-1. Mas este período na Ferrari (de 2000 a 2005) também deixou um fardo difícil de carregar pela vida afora. Uma manifestação pública como a desta semana entre as pessoas que estavam no restaurante é, sem dúvida, um santo remédio.
Um outro remédio eficiente que eu aconselho a Rubinho é dizer cara a cara para Schumacher, quando os dois se encontrarem em Spa, que não aceita o pedido de desculpas que o alemão fez através site dele. É difícil que haja este encontro porque os dois já não se falam há algum tempo. Mas, se houver, eu já disse ao Rubinho que ele não pode perder a chance. Vai fazer um bem enorme.
O Schumacher já deve ter se tocado de como foi pouco inteligente. Se ele não tivesse espremido Barrichello no muro, a ultrapassagem – aliás, inevitável – nem mais seria lembrada no dia seguinte. Fez o que fez, tomou punição que vai prejudicar bastante a sua próxima corrida, saiu com cara de quem não estava nem aí depois da conversa com os comissários para, no dia seguinte, escrever que, ao rever a imagem, reconhecia que havia exagerado. Simplesmente, tinha caído a ficha.
Mesmo alguns dos maiores simpatizantes do alemão ao longo de sua carreira, não se conformam com o que ele fez. O engenheiro espanhol Joan Villadelprat, que trabalhou com o alemão na Benetton, considerou uma atitude intolerável que poderia ter terminado em tragédia. O piloto austríaco Alexander Wurtz fala em atitude deliberada de alguém que sabia muito bem o risco a que estava expondo Barrichello e a si próprio. O tricampeão Jackie Stewart considerou o maior abuso que já viu de um piloto e John Watson, ex-piloto que já trabalhou como comissário técnico convidado da FIA, comparou a atitude de Schumacher com o instinto animal. Pesado, e com razão.
A F-1 ganhou assunto para este curto de período de férias até o GP da Bélgica no dia 29 de agosto. Durante três semanas as equipes permanecem fechadas, e só no dia 23 os carros, motores e equipamentos serão embarcados para Spa-Francorchamps, vizinha à fronteira com a Alemanha. Quem mais deve sofrer com esta interrupção é a McLaren. Das três equipes que brigam pelo título, ela é a que está em baixa desde o GP da Inglaterra, apesar de ter se mantido na liderança dos campeonatos de pilotos e construtores até domingo passado. Depois do GP da Hungria, que das 12 etapas deste ano foi a mais negativa para a McLaren, com 4 pontos marcados, contra 40 da Red Bull e 30 da Ferrari, a liderança dos construtores voltou para a Red Bull e a de pilotos voltou para Mark Webber. O Mundial de Pilotos já mudou de líder oito vezes e o próprio Webber já tinha ocupado a posição após a sétima etapa do campeonato. Hamilton foi quem mais permaneceu na ponta, durante quatro etapas. Caiu para segundo e pode cair mais porque a tendência, agora, é a Red Bull dominar em Spa e também em Monza.
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2 comentários:
Muito bem observado pelo Reginaldo, não éa toa que sou fanzaço dele!
E Rubinho já tinha que ter adotado essa postura mais agressiva há muito tempo.
Mas se tiver essa chance, não pode perder de jeito nenhum!
O Rubinho tem o que grandes atletas tem o carisma ... e vale muito ainda mais na F1
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