quarta-feira, 5 de junho de 2013
Bia e Indy, uma união que deu errado*
* Por Hugo Becker
O desempenho arrasador de Mike Conway na rodada dupla da Indy em Detroit, no último fim de semana, não foi exatamente uma surpresa, levando em consideração o que ele já mostrou ao longo de sua carreira.
Longe de ser um gênio, cerebral ou algo do tipo, o britânico de 29 anos sempre foi um piloto bastante rápido e combativo, com sucesso em boa parte das categorias de base que disputou na Europa, levando inclusive o título da badalada F3 Inglesa em 2006.
A rota habitual para a F1 só começou a desandar na GP2. Com poucos patrocinadores e desempenhos mequetrefes, Conway optou por migrar para a América. Entrou de cara na Indy em 2009, sem fazer o costumeiro estágio na Indy Lights.
Correndo pela modesta Dreyer & Reinbold, o inglês conseguiu seu primeiro pódio já na temporada de estreia em solo norte-americano, na etapa de Infineon. Em 2010, ainda pela DRR, fez apenas algumas corridas, já que se arrebentou em um acidente impressionante nas 500 Milhas de Indianápolis daquele ano e perdeu o restante do campeonato.
Retornou em 2011, pimpão, pela poderosa Andretti. Na terceira corrida, em Long Beach, veio a primeira vitória. Parecia promissor, mas foi seu único momento proveitoso no campeonato, marcado por uma rotina incessante de acidentes e quebras mecânicas.
Em 2012, pela Foyt, sofreu outra bela panca em Indianápolis e decidiu desistir de correr em pistas ovais. A morte do compatriota Dan Wheldon em 2011 também pesou na decisão. Isso fez com que Mike se tornasse uma espécie de piloto 'freela', um Roberto Moreno versão 2.0 exclusivo para corridas em pistas mistas.
Neste ano, portanto, o britânico participou apenas de três provas: Long Beach, onde largou em quinto e abandonou por problemas elétricos, e as duas de Detroit, onde conseguiu pole em uma e vitória em outra.
Na trinca de corridas, quem lhe deu um cockpit foi a Dale Coyne. No último fim de semana, na vaga de Bia Figueiredo. Diante do excelente desempenho de Conway em Belle Isle, ficou escancarado: a brasileira vinha tendo performance abaixo da crítica na Indy.
Sim, é preciso constatar. A verdade ajuda, sempre. Bia foi mal. Aliás, indo mais além, foi mal durante toda a sua trajetória na categoria. Uma não foi feita para a outra, e vice-versa. E não há, obviamente, justificativas para que o melhor que a pilota tenha conseguido em 28 largadas tenha sido um 11º lugar no GP de Toronto de 2011.
O histórico é ruim, os resultados são ruins. Ponto.
Aos fatos: Justin Wilson, que correu ao lado da brasileira na Dale Coyne nas cinco primeiras etapas do ano, conseguiu um pódio, um quinto lugar e chegou mais duas vezes no top-10. Na corrida 1 em Detroit, enquanto Conway venceu, Justin cruzou a linha de chegada em terceiro. Os dois carros do time foram para o pódio.
Diante disso, a tese de que o carro é uma porcaria não cola. Longe disso. O carro é bastante competitivo e, em uma categoria na qual todos os pilotos possuem o mesmo chassi, ter uma pilotagem decente é substancial. É o diferencial.
Naturalmente, Bia fez o que pôde, o que estava ao alcance. Mas não foi suficiente. Ela não é competitiva o bastante para sobreviver na Indy. Conway e Wilson, pilotos apenas rápidos e esforçados e que passam longe da nata da categoria, mostraram isso com clareza.
A constatação, no entanto, não traz nenhum tipo de demérito, tampouco faz da brasileira uma pilota incompetente. Apenas mostra que o lugar dela não é lá, naquela porta que ela insiste em manter aberta a todo custo.
Talvez seja o momento de firmar o pé de vez em novas possibilidades para sua carreira. E de vez em quando, se quiser ou puder, se divertir por lá. Sem compromisso ou pressão.
O desempenho arrasador de Mike Conway na rodada dupla da Indy em Detroit, no último fim de semana, não foi exatamente uma surpresa, levando em consideração o que ele já mostrou ao longo de sua carreira.
Longe de ser um gênio, cerebral ou algo do tipo, o britânico de 29 anos sempre foi um piloto bastante rápido e combativo, com sucesso em boa parte das categorias de base que disputou na Europa, levando inclusive o título da badalada F3 Inglesa em 2006.
A rota habitual para a F1 só começou a desandar na GP2. Com poucos patrocinadores e desempenhos mequetrefes, Conway optou por migrar para a América. Entrou de cara na Indy em 2009, sem fazer o costumeiro estágio na Indy Lights.
Correndo pela modesta Dreyer & Reinbold, o inglês conseguiu seu primeiro pódio já na temporada de estreia em solo norte-americano, na etapa de Infineon. Em 2010, ainda pela DRR, fez apenas algumas corridas, já que se arrebentou em um acidente impressionante nas 500 Milhas de Indianápolis daquele ano e perdeu o restante do campeonato.
Retornou em 2011, pimpão, pela poderosa Andretti. Na terceira corrida, em Long Beach, veio a primeira vitória. Parecia promissor, mas foi seu único momento proveitoso no campeonato, marcado por uma rotina incessante de acidentes e quebras mecânicas.
Em 2012, pela Foyt, sofreu outra bela panca em Indianápolis e decidiu desistir de correr em pistas ovais. A morte do compatriota Dan Wheldon em 2011 também pesou na decisão. Isso fez com que Mike se tornasse uma espécie de piloto 'freela', um Roberto Moreno versão 2.0 exclusivo para corridas em pistas mistas.
Neste ano, portanto, o britânico participou apenas de três provas: Long Beach, onde largou em quinto e abandonou por problemas elétricos, e as duas de Detroit, onde conseguiu pole em uma e vitória em outra.
Na trinca de corridas, quem lhe deu um cockpit foi a Dale Coyne. No último fim de semana, na vaga de Bia Figueiredo. Diante do excelente desempenho de Conway em Belle Isle, ficou escancarado: a brasileira vinha tendo performance abaixo da crítica na Indy.
Sim, é preciso constatar. A verdade ajuda, sempre. Bia foi mal. Aliás, indo mais além, foi mal durante toda a sua trajetória na categoria. Uma não foi feita para a outra, e vice-versa. E não há, obviamente, justificativas para que o melhor que a pilota tenha conseguido em 28 largadas tenha sido um 11º lugar no GP de Toronto de 2011.
O histórico é ruim, os resultados são ruins. Ponto.
Aos fatos: Justin Wilson, que correu ao lado da brasileira na Dale Coyne nas cinco primeiras etapas do ano, conseguiu um pódio, um quinto lugar e chegou mais duas vezes no top-10. Na corrida 1 em Detroit, enquanto Conway venceu, Justin cruzou a linha de chegada em terceiro. Os dois carros do time foram para o pódio.
Diante disso, a tese de que o carro é uma porcaria não cola. Longe disso. O carro é bastante competitivo e, em uma categoria na qual todos os pilotos possuem o mesmo chassi, ter uma pilotagem decente é substancial. É o diferencial.
Naturalmente, Bia fez o que pôde, o que estava ao alcance. Mas não foi suficiente. Ela não é competitiva o bastante para sobreviver na Indy. Conway e Wilson, pilotos apenas rápidos e esforçados e que passam longe da nata da categoria, mostraram isso com clareza.
A constatação, no entanto, não traz nenhum tipo de demérito, tampouco faz da brasileira uma pilota incompetente. Apenas mostra que o lugar dela não é lá, naquela porta que ela insiste em manter aberta a todo custo.
Talvez seja o momento de firmar o pé de vez em novas possibilidades para sua carreira. E de vez em quando, se quiser ou puder, se divertir por lá. Sem compromisso ou pressão.
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