domingo, 21 de março de 2010
SENNA 50 ANOS: O COMEÇO E O FIM DE UMA PAIXÃO
Vovo Paulo morreu quando eu ainda era muito jovem, nem o conhecia direito, de lembrança, só tenho a dele sentado em sua poltrona, ainda hoje existente, e dele amassando tampinhas de garrafa com dois dedos. Depois de sua morte, não o vi mais em sua cadeira obviamente, mas eu não tinha idéia do que se passava, perguntei a minha mãe que me dissera que ele foi para o céu, logo imaginei todos da família fazendo uma corrente e dando adeus ao meu vo enquanto ele subia para o céu, e fiquei bravo por não ter participado e visto isso.
Para uma criança de cinco anos, tudo é algo diferente, muitas vezes divertido, não se tem noção do que está ocorrendo. Em plena marginal congestionada, eu chegava em São Paulo de carro de com minha mãe, e apesar dos cinco anos, ela deixara eu ir na frente, sem cinto, mas não tinha problema, como disse, estava tudo parado. Começava a ficar bom, pela primeira vez eu andava na frente sem um adulto, uma vitória para uma criança que depois contaria isso se achando o máximo para os colegas na hora do recreio. Fomos até a casa de minha vó, deixamos as malas e fomos até o hospital. Minha irmã estava internada, problema com o ouvido se eu não me engano, o caso não era simples pelo que ela me diz hoje, mas mesmo assim, com toda minha inocência, estava feliz, na viagem um cara passou pela janela do carro oferecendo Sulflar a 1 real cada, eu e minha mãe depois de um tempo decidimos comprar todos o que ele tinha, uns 20, para dar de presente a minha irmã, era total a minha felicidade e a do vendedor.
Passei vários dias em São Paulo, sempre visitando minha irmã e dividindo o Sulflar com ela. Durante um domingo comecei a assistir ao GP do Pacifico e não me esqueço da narração de Galvão Bueno nesse dia:
Dada a Largada...
- Senna larga na pole... Senna deixa Schumacher passar, mas vai tentar na pró...i, já rodou Senna, já bateu Senna...(explicações de Reginaldo Leme)... Barrichello sobe para a quinta colocação... está tudo bem com Senna.
Creio que vem dai meu fanatismo por Rubens Barrichello, mas o mais interessante foi eu perguntando ao meu pai quando a corrida estava na metade:
- Olha pai! O Senna ta voltando! (Damon Hill tinha saída da pista e voltado).
- Não filho, não é ele, é o companheiro dele.
- Mas porque ele não pode voltar pai?
- É que não da tempo de consertar o carro.
- Mas a batida foi de leve, só quebro a parte lateral do carro! ( sim, eu disse isso)
- Vamos assistir a corrida filho.
Nem lembro mais como foi a corrida, nem seu resultado, claro que hoje da para saber facilmente, mas de lembrança não tenho nenhuma, nem do final, nem do pódio.
O GP seguinte que eu me lembro de ter assistido, foi do GP de San Marino, estava no hospital, com todos conversando e só eu vendo a corrida. Eu torcia para que Senna vencesse de qualquer jeito, e na quinta volta eu comemorei e gritei para todos com uma grande alegria:
- O Damon Hill bateu! Pai! O Damon Hill bateu!
Pra mim era menos um no caminho de Senna, mas do nada, toda aquela conversa deu lugar a um silencio, uns saíram do quarto, outro ficaram paralisados, e eu fiquei comemorando por um curto período de tempo. Mas tarde eu saberia da verdade, não antes de dizer novamente que Senna voltara a pista (meu pai avisou que não era o Hill que tinha batido), o que era apenas um sonho de uma criança, e até hoje eu vejo o Brasil inteiro fazendo uma corrente, dizendo seu nome em alto som.
Para uma criança de cinco anos, tudo é algo diferente, muitas vezes divertido, não se tem noção do que está ocorrendo. Em plena marginal congestionada, eu chegava em São Paulo de carro de com minha mãe, e apesar dos cinco anos, ela deixara eu ir na frente, sem cinto, mas não tinha problema, como disse, estava tudo parado. Começava a ficar bom, pela primeira vez eu andava na frente sem um adulto, uma vitória para uma criança que depois contaria isso se achando o máximo para os colegas na hora do recreio. Fomos até a casa de minha vó, deixamos as malas e fomos até o hospital. Minha irmã estava internada, problema com o ouvido se eu não me engano, o caso não era simples pelo que ela me diz hoje, mas mesmo assim, com toda minha inocência, estava feliz, na viagem um cara passou pela janela do carro oferecendo Sulflar a 1 real cada, eu e minha mãe depois de um tempo decidimos comprar todos o que ele tinha, uns 20, para dar de presente a minha irmã, era total a minha felicidade e a do vendedor.
Passei vários dias em São Paulo, sempre visitando minha irmã e dividindo o Sulflar com ela. Durante um domingo comecei a assistir ao GP do Pacifico e não me esqueço da narração de Galvão Bueno nesse dia:
Dada a Largada...
- Senna larga na pole... Senna deixa Schumacher passar, mas vai tentar na pró...i, já rodou Senna, já bateu Senna...(explicações de Reginaldo Leme)... Barrichello sobe para a quinta colocação... está tudo bem com Senna.
Creio que vem dai meu fanatismo por Rubens Barrichello, mas o mais interessante foi eu perguntando ao meu pai quando a corrida estava na metade:
- Olha pai! O Senna ta voltando! (Damon Hill tinha saída da pista e voltado).
- Não filho, não é ele, é o companheiro dele.
- Mas porque ele não pode voltar pai?
- É que não da tempo de consertar o carro.
- Mas a batida foi de leve, só quebro a parte lateral do carro! ( sim, eu disse isso)
- Vamos assistir a corrida filho.
Nem lembro mais como foi a corrida, nem seu resultado, claro que hoje da para saber facilmente, mas de lembrança não tenho nenhuma, nem do final, nem do pódio.
O GP seguinte que eu me lembro de ter assistido, foi do GP de San Marino, estava no hospital, com todos conversando e só eu vendo a corrida. Eu torcia para que Senna vencesse de qualquer jeito, e na quinta volta eu comemorei e gritei para todos com uma grande alegria:
- O Damon Hill bateu! Pai! O Damon Hill bateu!
Pra mim era menos um no caminho de Senna, mas do nada, toda aquela conversa deu lugar a um silencio, uns saíram do quarto, outro ficaram paralisados, e eu fiquei comemorando por um curto período de tempo. Mas tarde eu saberia da verdade, não antes de dizer novamente que Senna voltara a pista (meu pai avisou que não era o Hill que tinha batido), o que era apenas um sonho de uma criança, e até hoje eu vejo o Brasil inteiro fazendo uma corrente, dizendo seu nome em alto som.
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5 comentários:
antes fosse só um sonho... PESADELO REAL!!!
Incrível é como todos se lembram o que faziam naquele fatídico dia...com detalhes...
Eu tenho esse dia gravado na memória como um filme, impressionante!
o filme que eu mais tenho vontade de apagar da minha memória...
Senna bate forte, Senna bate forte...quem não esquece estas palavras ditas pelo Galvão?
Belo texto, Stik!
Otimo texto
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