sexta-feira, 7 de novembro de 2008
COLUNA DO ROQUE: LÁGRIMAS INCONTIDAS...
Da certeza da vitória e pela emoção da decisão de um título mundial, o GP Brasil teve ingredientes especialíssimos que mexeram com os sentimentos de todos os presentes. Da explosão de alegria a duas voltas do fim ao choro compulsivo ao final da corrida, esta corrida ficará para sempre marcada na minha memória. Ficará marcada como um dia muito feliz que se transformou em uma decepção profunda, não tanto pelo resultado, mas pela forma como ele ocorreu: a 700 metros da bandeirada.
Emoção parecida senti a 18 anos atrás nas oitavas de final da Copa de 90, na Itália. Naquele dia, Brasil e Argentina duelavam e após uma excelente partida da esquadra brasileira, foi a Argentina quem saiu classificada graças ao talento individual de seus jogadores. Neste dia chorei como nunca havia chorado antes. Chorei de emoção, de tristeza, de angústia e de raiva. Chorei muito como nunca mais chorei depois. Até o último domingo.
Por tudo o que estava envolvido, pela decisão em si e pelos acontecimentos de uma semana corrida marcada por entrevistas, fotos e outras coisinhas, a ansiedade para a corrida era grande, consequentemente a emoção de estar em nosso templo sagrado, também. Da alegria incontida no sábado, da roquidão que tomou conta da garganta de cada um, da madrugada inusitada com muita animação, do cansaço aparente, das corridas sem emoção que permearam o pré-GP até a volta de alinhamento, tudo era motivo de festa e chacota.
Ao verem os carros alinhando no grid de largada, mais festa. Gritos e agitos tomavam conta do autódromo inteiro, estava para começar a decisão. Ao ser dada a largada, mezzo no molhado, mezzo no seco, os fatores condicionais de tempo não eram suficientes, naquele momento, para ver o tão sonhado título de Felipe Massa. A cada volta que passava a apreensão tomava conta dos olhares e gestos de cada um. Era preciso muito mais do que já havia acontecido, era preciso que fatores extra-pistas se fizessem presentes.
A 10 voltas do fim, numa atitude inequivoca do setor G, os pedidos de chuva se fizeram presente, era a única forma de ver um piloto brasileiro ser campeão em sua terra. A espera de uma rodada de Hamilton na curva do lago ao pedidos de chuva, a conformação pelo resultado já estava presente no rosto de cada um, mas no fundo todos ainda acreditavam. Mas, quis o destino, que a chuva se fizesse presente a 7 voltas do fim e com ela muitas emoções fossem colocadas à prova.
Das paradas nos boxes à volta com pista semi-molhada, a torcida não era mais somente para Felipe Massa mas também para Vettel que, ousadamente, passou Hamilton faltando 2 voltas para o fim. O olhar incrédulo de todos logo se transformou em uma vibração sem tamanho. Pessoas se abraçavam não querendo acreditar que o sonho estava se transformando em realidade.
Logo depois a última volta se fez e com ela uma vibração que só aumentava, com um olho em Massa e o outro em Vettel. Massa cruza a linha em primeiro, festa. Olhos se voltam à Vettel, bico de pato, mergulho, junção, não dá mais pra Hamilton...Interlagos explode de emoção, gritos de é campeão ecoam, o choro de alegria se faz presente.
Pausa. Silêncio.
Um silêncio sepulcral toma conta de Interlagos, como acontecera um ano antes no episódio de Rafael Sperafico. Massa não havia sido campeão, Hamilton comemorava. A rádio bradava que ele ultrapassara um piloto na última curva. Sem entender nada, a deceção tomou conta de mim e o mundo desabou junto com a chuva.
Lágrimas incontidas, como estas que escorrem quando escrevo estas parcas linhas, tomaram conta do rosto de muitos. Inconsolável e sozinho, desabei a chorar, como chorara 18 anos antes. Era choro de frustração, de derrota que durou quase uma hora, que nem os abraços consoladores puderam confortar tamanha dor.
O que era para ser um choro que lavaria a alma, virou um choro de tristeza absoluta.
E com esta tristeza absoluta presente, lágrimas incontidas marcarão para sempre a minha vida e essa corrida.
Emoção parecida senti a 18 anos atrás nas oitavas de final da Copa de 90, na Itália. Naquele dia, Brasil e Argentina duelavam e após uma excelente partida da esquadra brasileira, foi a Argentina quem saiu classificada graças ao talento individual de seus jogadores. Neste dia chorei como nunca havia chorado antes. Chorei de emoção, de tristeza, de angústia e de raiva. Chorei muito como nunca mais chorei depois. Até o último domingo.
Por tudo o que estava envolvido, pela decisão em si e pelos acontecimentos de uma semana corrida marcada por entrevistas, fotos e outras coisinhas, a ansiedade para a corrida era grande, consequentemente a emoção de estar em nosso templo sagrado, também. Da alegria incontida no sábado, da roquidão que tomou conta da garganta de cada um, da madrugada inusitada com muita animação, do cansaço aparente, das corridas sem emoção que permearam o pré-GP até a volta de alinhamento, tudo era motivo de festa e chacota.
Ao verem os carros alinhando no grid de largada, mais festa. Gritos e agitos tomavam conta do autódromo inteiro, estava para começar a decisão. Ao ser dada a largada, mezzo no molhado, mezzo no seco, os fatores condicionais de tempo não eram suficientes, naquele momento, para ver o tão sonhado título de Felipe Massa. A cada volta que passava a apreensão tomava conta dos olhares e gestos de cada um. Era preciso muito mais do que já havia acontecido, era preciso que fatores extra-pistas se fizessem presentes.
A 10 voltas do fim, numa atitude inequivoca do setor G, os pedidos de chuva se fizeram presente, era a única forma de ver um piloto brasileiro ser campeão em sua terra. A espera de uma rodada de Hamilton na curva do lago ao pedidos de chuva, a conformação pelo resultado já estava presente no rosto de cada um, mas no fundo todos ainda acreditavam. Mas, quis o destino, que a chuva se fizesse presente a 7 voltas do fim e com ela muitas emoções fossem colocadas à prova.
Das paradas nos boxes à volta com pista semi-molhada, a torcida não era mais somente para Felipe Massa mas também para Vettel que, ousadamente, passou Hamilton faltando 2 voltas para o fim. O olhar incrédulo de todos logo se transformou em uma vibração sem tamanho. Pessoas se abraçavam não querendo acreditar que o sonho estava se transformando em realidade.
Logo depois a última volta se fez e com ela uma vibração que só aumentava, com um olho em Massa e o outro em Vettel. Massa cruza a linha em primeiro, festa. Olhos se voltam à Vettel, bico de pato, mergulho, junção, não dá mais pra Hamilton...Interlagos explode de emoção, gritos de é campeão ecoam, o choro de alegria se faz presente.
Pausa. Silêncio.
Um silêncio sepulcral toma conta de Interlagos, como acontecera um ano antes no episódio de Rafael Sperafico. Massa não havia sido campeão, Hamilton comemorava. A rádio bradava que ele ultrapassara um piloto na última curva. Sem entender nada, a deceção tomou conta de mim e o mundo desabou junto com a chuva.
Lágrimas incontidas, como estas que escorrem quando escrevo estas parcas linhas, tomaram conta do rosto de muitos. Inconsolável e sozinho, desabei a chorar, como chorara 18 anos antes. Era choro de frustração, de derrota que durou quase uma hora, que nem os abraços consoladores puderam confortar tamanha dor.
O que era para ser um choro que lavaria a alma, virou um choro de tristeza absoluta.
E com esta tristeza absoluta presente, lágrimas incontidas marcarão para sempre a minha vida e essa corrida.
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8 comentários:
Realmente, tamanha foi a decepção após aquele silêncio sepulcral, em que foi anunciado que Massa não seria o Campeão. Tristeza e revolta de muitos, pois acreditava-se que enfim após tantos anos, nossa bandeira voltaria ao topo. Com certeza, essa final ficará marcada na história pode apostar!!!
Perfeita!
esse texto expressa o sentimento de todos que estavamos la, torcendo, vibrando a cada volta, a cada segundo!
Simplismente Fantastico
=)
...falando por akeles q curtiram em casa...amanhece o dia mal consegui dormir, um frio na barriga uma expectativa, naum consigo comer, naum consigo sair de casa, naum consigo fazer nada...a hora naum passa..enfim chegou, desligo o celular, naum kero q ele nem toque nessa hora, será q sento no chão, será q sento no sofá, decidi me porde joelhos e orar, com muita fé, pra q Deus guiasse o Massa por todo percurso, como toda a largada permaneci de joelhos enqunaot o Massa ia liderando, meio da corrida chega um amigo em casa, somente pra ver se ainda estou viva, pois sabia q eu deveria estar tensa, ele nem gosta de F1, mas senta no sofá e vendo minha tensão, minhas preces, se poe a torcer e a orar junto comigo..momentos finais, só faltava empurrar o carro do Vettel, todo o Brasil naum tirava o olho dakele carro, enfim ele ultrapassa, começo a chorar, meu amigo ao ver minhas lagrimas se emociona tbm, me ponho de joelhos novamente até Felipe cruzar a linha de chegada, era tanta alegria, q sai pulando, chorando batendo panela..agradecendo qdo derepente a informação Galvão kerendo replay da cena, oq era alegria se tranforma em frustração...apenas uma curva, apenas 700 mts, levaram o Brasil ao pranto..mas valeu Felipe! trouxe de volta ao Brasil o doce gosto de torcer novamente por F1, e akeles q naum gostavam por naum entender e naum acompanhar certamente estará ligado em vc, torcendo, porque ano q vem..ah ano quem vem é Brasil no topo!!!!
Bom..tudo já foi dito, só o q posso dizer, é q na hora não sabia o que pensar, o q sentir....
Olhei de lado, vi meu amigo Roque chorando copiosamente, debruçado sobre a faixa do alambrado, o rosto atônito dos demais presentes em Interlagos naquele dia, alguns choros contidos, outros não....
Descemos da arquibancada, pausa para a foto oficial da nossa galera, um sorriso forçado maquiava o sentimento.
A saída do setor G, mais se assemelhava a um cortejo fúnebre,um silêncio mortal imperava, onde a chuva caía forte, tentando em vão, lavar nossa alma. Impossível!!
E eu ainda sem saber, o q pensar, o q sentir...somente um vazio tomava conta de mim.
Dois dias depois, a trabalho, viajando e já retornando pra casa, as lembranças me vêm, tudo passa como um filme em minha cabeça e me pego chorando ao volante. A ficha tinha caido.
Foi quando eu comecei a pensar, a sentir....
O baque foi grande, mas nossa fé continua, e em 2009 estaremos lá de novo!
Maravilhoso texto Roque!!
Foi a primeira vez que fui a Interlagos, ver de perto uma paixão da família inteira, e foram fortes emoções, as duas últimas voltas pareciam tiradas de um filme que terminava com final feliz, mas o filme acabou antes do final feliz, sai do autodromo sem entender o que havia acontecido ali, tão perto... esse texto sintetiza tudo o que senti lá... fortes emoções.
Vi uma crônica do Reginaldo Leme no jornal nacional de segunda-feira que ele dizia no final: "Massa foi o piloto que mais venceu no ano, seis vezes, e quem mais tempo permaneceu na liderança das corridas: 367 voltas contra 294 de Hamilton. O campeão foi Hamilton, mas o herói é Felipe Massa", é com essa certeza que sei que ano que vem, ninguém tira o titulo dele!
Chorei de novo ao ler...
Grande Roque!
Lindas palavras!
todo mundo escrevendo bonito depois do GP Brasil... mas é lógico que faltava o texto do roque, mandou bem... de novo!!!
1 ponto...a diferença de campeão para um herói.
Neste ponto vai todas as sensações que vivenciei no autódromo, lembranças recentes, amargas e ao mesmo tempo saborosas. As pernas trêmulas..olhar distante..mais a chuva aperta e logo retorno para casa.
É certo dizer: "Massa não perdeu o título, assim como fez Hamilton no ano anterior. Massa simplesmente deixou de ganhar este título!"
A Vida é Bela (Fellini), mais bela ainda Eu ter presenciado tudo isso com vocês da GGOO!!!...hoje tenho história para contar, no futuro...terei o prazer de narrar os detalhes...
É Srs. A Vida é Bela e a corrida só acaba na bandeirada Quadriculada, após o último(somente) carro cruzar a linha - agora é claro!
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