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terça-feira, 31 de julho de 2012
PÍLULAS DO DIA SEGUINTE*
* Por Fábio Seixas
Depois de Hockenheim, escrevi sobre Raikkonen. O finlandês ainda foi tema da minha coluna de quinta, na Folha. Hoje não vou abrir o texto com ele, mas com um assunto relacionado. Sua equipe, a Lotus. Como é bom, num meio que atrai tantos picaretas, ver gente de corrida comandando uma equipe. Legítimos “racers”. Pessoas do ramo, que entendem do assunto. A Lotus, claro, vem de uma base ótima: era a Renault, que era a Benetton, que um dia foi a Toleman. A estrutura já estava lá. Mas já cansei de ver boas estruturas se desmancharem por maus comandos. (Lembram o que houve com a Jaguar? Ou com a Jordan?) Enfim, a turma da Lotus está lá para competir, não para fazer marketing, dinheiro e vazar no ano que vem. Não é coincidência o time estar hoje em terceiro no Mundial. Sem contar que é uma bela forma de honrar um nome com tanta história no automobilismo;
Ainda sobre a Lotus, aplausos para a postura de Grosjean sobre a dividida com Raikkonen, que definiu suas posições na corrida: ”Ele fez o que tinha que fazer. Peguei detritos de borracha nos meus pneus e tive dificuldade para me recuperar, mas é o que é. Apenas aconteceu”. Sim, além de tudo, a Lotus mostra uma postura esportiva. A equipe é, na minha opinião, a grande boa novidade do ano;
Para passar a régua no assunto Lotus: Boullier disse que não acredita na saída de Raikkonen para a Ferrari no fim do ano, o grande boato do paddock de Budapeste. Ok, o finlandês tem contrato até o fim de 2013, mas sabemos que isso não vale muito na F-1. O principal motivo, diz o cartola, é que “não há motivos para ele nos deixar”. É, talvez o francês tenha razão;
Sobre Hamilton: quando ele está com a cabeça boa, num final de semana bom, é difícil de ser batido. Talento, ele tem. Muito. Seu problema é a instabilidade emocional. Se um dia ele conseguir mais auto-controle, será páreo mais frequente para Alonso;
Eu já disse isso algumas vezes no Pit Stop e agora está ficando claro como Bruno faz uma temporada mais consistente do que Maldonado. O venezuelano ganhou em Barcelona, enfiou um monte de pontos no bolso, mas não fez muito além do que isso: pontuou em apenas mais um GP, China. Já o brasileiro marcou pontos em 6 das 11 corridas e está a apenas cinco pontos do companheiro. Aposto que termina na frente. A concorrência com Bottas por uma vaga em 2013 é grande, Maldonado leva um caminhão de dinheiro, mas pelo menos Bruno pode provocar um constrangimento para a Williams ao fim da temporada. Dispensar seu melhor piloto pode soar estranho. De mais a mais, será um bom cartão de visitas se for preciso bater em outras portas;
A participação de Massa nos pontos da Ferrari, passadas 11 das 20 etapas da temporada: 13,23%. Assim fica difícil renovar. Cada vez mais, seus melhores argumentos são o bom relacionamento com a equipe e a falta de bons pilotos no mercado. O primeiro resolve-se com um “amigos, amigos, negócios à parte”. O segundo não é exatamente uma verdade. Argumentos frágeis, enfim;
A F-1 entra agora em férias. GP, só em Spa, no início de setembro. Quem entra nas férias em alta: Hamilton, McLaren, Alonso, Vettel, Raikkonen, Lotus, Bruno. Quem vai passar esses dias de cabeça quente e/ou com pulgas atrás da orelha: Ferrari, Massa, Webber, Button, Sauber, Schumacher, Mercedes;
Na GP2, com dois terceiros lugares na Hungria, Razia manteve a liderança do campeonato. É se é verdade que sua folga para Valsecchi caiu de 10 para 7 pontos, também é que faltam agora duas corridas a menos para o fim da temporada. São seis pela frente: rodadas duplas em Spa, Monza e Cingapura. Não está fácil. Mas está bem possível;
Na MotoGP, Stoner voltou a vencer depois de passar duas corridas fora do pódio. E foi uma vitória sólida, com ultrapassagens sobre Pedrosa e Lorenzo, seu concorrentes pelo título. Com o resultado, foi a 173 pontos, 32 a menos que o espanhol da Yamaha. Pedrosa soma 182.
Depois de Hockenheim, escrevi sobre Raikkonen. O finlandês ainda foi tema da minha coluna de quinta, na Folha. Hoje não vou abrir o texto com ele, mas com um assunto relacionado. Sua equipe, a Lotus. Como é bom, num meio que atrai tantos picaretas, ver gente de corrida comandando uma equipe. Legítimos “racers”. Pessoas do ramo, que entendem do assunto. A Lotus, claro, vem de uma base ótima: era a Renault, que era a Benetton, que um dia foi a Toleman. A estrutura já estava lá. Mas já cansei de ver boas estruturas se desmancharem por maus comandos. (Lembram o que houve com a Jaguar? Ou com a Jordan?) Enfim, a turma da Lotus está lá para competir, não para fazer marketing, dinheiro e vazar no ano que vem. Não é coincidência o time estar hoje em terceiro no Mundial. Sem contar que é uma bela forma de honrar um nome com tanta história no automobilismo;
Ainda sobre a Lotus, aplausos para a postura de Grosjean sobre a dividida com Raikkonen, que definiu suas posições na corrida: ”Ele fez o que tinha que fazer. Peguei detritos de borracha nos meus pneus e tive dificuldade para me recuperar, mas é o que é. Apenas aconteceu”. Sim, além de tudo, a Lotus mostra uma postura esportiva. A equipe é, na minha opinião, a grande boa novidade do ano;
Para passar a régua no assunto Lotus: Boullier disse que não acredita na saída de Raikkonen para a Ferrari no fim do ano, o grande boato do paddock de Budapeste. Ok, o finlandês tem contrato até o fim de 2013, mas sabemos que isso não vale muito na F-1. O principal motivo, diz o cartola, é que “não há motivos para ele nos deixar”. É, talvez o francês tenha razão;
Sobre Hamilton: quando ele está com a cabeça boa, num final de semana bom, é difícil de ser batido. Talento, ele tem. Muito. Seu problema é a instabilidade emocional. Se um dia ele conseguir mais auto-controle, será páreo mais frequente para Alonso;
Eu já disse isso algumas vezes no Pit Stop e agora está ficando claro como Bruno faz uma temporada mais consistente do que Maldonado. O venezuelano ganhou em Barcelona, enfiou um monte de pontos no bolso, mas não fez muito além do que isso: pontuou em apenas mais um GP, China. Já o brasileiro marcou pontos em 6 das 11 corridas e está a apenas cinco pontos do companheiro. Aposto que termina na frente. A concorrência com Bottas por uma vaga em 2013 é grande, Maldonado leva um caminhão de dinheiro, mas pelo menos Bruno pode provocar um constrangimento para a Williams ao fim da temporada. Dispensar seu melhor piloto pode soar estranho. De mais a mais, será um bom cartão de visitas se for preciso bater em outras portas;
A participação de Massa nos pontos da Ferrari, passadas 11 das 20 etapas da temporada: 13,23%. Assim fica difícil renovar. Cada vez mais, seus melhores argumentos são o bom relacionamento com a equipe e a falta de bons pilotos no mercado. O primeiro resolve-se com um “amigos, amigos, negócios à parte”. O segundo não é exatamente uma verdade. Argumentos frágeis, enfim;
A F-1 entra agora em férias. GP, só em Spa, no início de setembro. Quem entra nas férias em alta: Hamilton, McLaren, Alonso, Vettel, Raikkonen, Lotus, Bruno. Quem vai passar esses dias de cabeça quente e/ou com pulgas atrás da orelha: Ferrari, Massa, Webber, Button, Sauber, Schumacher, Mercedes;
Na GP2, com dois terceiros lugares na Hungria, Razia manteve a liderança do campeonato. É se é verdade que sua folga para Valsecchi caiu de 10 para 7 pontos, também é que faltam agora duas corridas a menos para o fim da temporada. São seis pela frente: rodadas duplas em Spa, Monza e Cingapura. Não está fácil. Mas está bem possível;
Na MotoGP, Stoner voltou a vencer depois de passar duas corridas fora do pódio. E foi uma vitória sólida, com ultrapassagens sobre Pedrosa e Lorenzo, seu concorrentes pelo título. Com o resultado, foi a 173 pontos, 32 a menos que o espanhol da Yamaha. Pedrosa soma 182.
Raikkonen, entre a Lotus e a Ferrari*
* Por Lívio Oricchio
Quando a Lotus anunciou, surpreendentemente, no fim de novembro, a volta de Kimi Raikkonen à Fórmula 1, depois de dois anos disputando provas de rali, as opiniões de dividiram. O finlandês campeão do mundo de 2007, com a Ferrari, seria o piloto extraordinário de seus bons tempos ou o da última temporada, 2009, em que de tanto desinteresse acabou dispensado pelos italianos? Hoje, depois de 11 etapas disputadas, Raikkonen demostrou ter resgatado tão bem o seu melhor que virou motivo de disputa: Lotus e Ferrari o querem.
Após terminar em segundo lugar o GP da Hungria, domingo, o piloto da Lotus comentou sobre seu destino: “Você nunca sabe o que vai acontecer no futuro, mas hoje me encontro bem no meu time”. Não descartou, portanto, a transferência para a escuderia que literalmente lhe pagou para não correr em 2010, ao substituí-lo por Fernando Alonso. Os rumores de que Stefano Domenicali, diretor da Ferrari, teria interesse no finlandês para ocupar a vaga de Felipe Massa, caso seu contrato não seja renovado, tiveram resposta no diretor da Lotus, o francês Eric Boullier: “Temos um contrato de dois anos com Kimi, mas como todo compromisso há opções”.
Provavelmente a opção pertence ao piloto, o que significa que ao final do ano o direito de escolha de renovar o contrato ou aceitar outra oferta é de Raikkonen. Foi por esse motivo que ele disse, em Budapeste, não saber o que pode ocorrer no futuro. A proposta da Ferrari pode ser muito boa. Na Lotus, estima-se, Raikkonen ganha 5 milhões de euros (cerca de R$ 10 milhões) este ano, no máximo. E se a Ferrari lhe pagar o que recebe Massa, ganhará o dobro. Mais: este ano a Lotus foi capaz de produzir um carro potencialmente vencedor, mas sua estrutura não é a mesma dos italianos, mais apta a projetar um monoposto veloz nos próximos anos.
Contra a transferência seria a convivência com Alonso. O espanhol é o mais completo em atividade e, aos 31 anos, celebrados domingo, atravessa o período mais espetacular na carreira. Não é tudo: Alonso tem enorme ascensão dentro da Ferrari. Sua responsabilidade por a equipe liderar com ele o Mundial é enorme. E é assim que gosta de trabalhar. E é assim que produz o máximo.
“Kimi é feliz conosco. Não creio que sua experiência na Ferrari foi a melhor”, comentou Boullier. “Ter como companheiro Romain Grosjean certamente é melhor que Alonso. Não vejo porque desejaria ser segundo piloto na Ferrari podendo ser o número 1 aqui.”
Raikkonen deve colocar na balança todos esses elementos, de um lado os que lhe são favoráveis, como ao longo dos próximos três anos provavelmente dispor de melhor equipamento na Ferrari, em especial porque o regulamento mudará drasticamente para 2014, e ganhar bem mais dinheiro. Do outro, experimentar a difícil convivência com Alonso na Ferrari. Compartilhar não é um verbo que o asturiano conjuga com desenvoltura.
Sua reação, em Budapeste, sugeriu ser mais um jogo de cena para elevar o valor de seu contrato com a Lotus que a real intenção de se transferir para a Ferrari. “Poderiam ter concluído a nossa relação de melhor maneira”, lembrou, ao falar dos italianos, mas revelou não ter mágoa de Domenicali e do presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, com quem nunca teve boa relação.
Mesmo sem vencer na temporada Raikkonen soma 116 pontos, sexto colocado. Tem apenas um ponto a menos de Lewis Hamilton, da McLaren. Diante do seu desempenho e da Lotus na Hungria muitos o veem, agora, como candidato a lutar pelo título nas etapas finais. Mas será um desafio. Alonso possui 164 pontos, ou 48 a mais. A próxima etapa será apenas dia 2 de setembro, na Bélgica. Até lá todos os interessados nessa história vão investir boas horas das férias em longas conversas.
Quando a Lotus anunciou, surpreendentemente, no fim de novembro, a volta de Kimi Raikkonen à Fórmula 1, depois de dois anos disputando provas de rali, as opiniões de dividiram. O finlandês campeão do mundo de 2007, com a Ferrari, seria o piloto extraordinário de seus bons tempos ou o da última temporada, 2009, em que de tanto desinteresse acabou dispensado pelos italianos? Hoje, depois de 11 etapas disputadas, Raikkonen demostrou ter resgatado tão bem o seu melhor que virou motivo de disputa: Lotus e Ferrari o querem.
Após terminar em segundo lugar o GP da Hungria, domingo, o piloto da Lotus comentou sobre seu destino: “Você nunca sabe o que vai acontecer no futuro, mas hoje me encontro bem no meu time”. Não descartou, portanto, a transferência para a escuderia que literalmente lhe pagou para não correr em 2010, ao substituí-lo por Fernando Alonso. Os rumores de que Stefano Domenicali, diretor da Ferrari, teria interesse no finlandês para ocupar a vaga de Felipe Massa, caso seu contrato não seja renovado, tiveram resposta no diretor da Lotus, o francês Eric Boullier: “Temos um contrato de dois anos com Kimi, mas como todo compromisso há opções”.
Provavelmente a opção pertence ao piloto, o que significa que ao final do ano o direito de escolha de renovar o contrato ou aceitar outra oferta é de Raikkonen. Foi por esse motivo que ele disse, em Budapeste, não saber o que pode ocorrer no futuro. A proposta da Ferrari pode ser muito boa. Na Lotus, estima-se, Raikkonen ganha 5 milhões de euros (cerca de R$ 10 milhões) este ano, no máximo. E se a Ferrari lhe pagar o que recebe Massa, ganhará o dobro. Mais: este ano a Lotus foi capaz de produzir um carro potencialmente vencedor, mas sua estrutura não é a mesma dos italianos, mais apta a projetar um monoposto veloz nos próximos anos.
Contra a transferência seria a convivência com Alonso. O espanhol é o mais completo em atividade e, aos 31 anos, celebrados domingo, atravessa o período mais espetacular na carreira. Não é tudo: Alonso tem enorme ascensão dentro da Ferrari. Sua responsabilidade por a equipe liderar com ele o Mundial é enorme. E é assim que gosta de trabalhar. E é assim que produz o máximo.
“Kimi é feliz conosco. Não creio que sua experiência na Ferrari foi a melhor”, comentou Boullier. “Ter como companheiro Romain Grosjean certamente é melhor que Alonso. Não vejo porque desejaria ser segundo piloto na Ferrari podendo ser o número 1 aqui.”
Raikkonen deve colocar na balança todos esses elementos, de um lado os que lhe são favoráveis, como ao longo dos próximos três anos provavelmente dispor de melhor equipamento na Ferrari, em especial porque o regulamento mudará drasticamente para 2014, e ganhar bem mais dinheiro. Do outro, experimentar a difícil convivência com Alonso na Ferrari. Compartilhar não é um verbo que o asturiano conjuga com desenvoltura.
Sua reação, em Budapeste, sugeriu ser mais um jogo de cena para elevar o valor de seu contrato com a Lotus que a real intenção de se transferir para a Ferrari. “Poderiam ter concluído a nossa relação de melhor maneira”, lembrou, ao falar dos italianos, mas revelou não ter mágoa de Domenicali e do presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, com quem nunca teve boa relação.
Mesmo sem vencer na temporada Raikkonen soma 116 pontos, sexto colocado. Tem apenas um ponto a menos de Lewis Hamilton, da McLaren. Diante do seu desempenho e da Lotus na Hungria muitos o veem, agora, como candidato a lutar pelo título nas etapas finais. Mas será um desafio. Alonso possui 164 pontos, ou 48 a mais. A próxima etapa será apenas dia 2 de setembro, na Bélgica. Até lá todos os interessados nessa história vão investir boas horas das férias em longas conversas.
A gangorra do Massa*
* Por Téo José
Felipe Massa está vivendo uma gangorra com relação ao seu futuro na Ferrari. Fez duas provas boas, arrancou elogios dos diretores da equipe, mas depois nas duas ultimas etapas - apagado - a vida complicou de novo. Isto ficou claro em suas palavras depois do GP da Hungria, quando lamentou a largada ruim e disse que não sabe nada sobre seu futuro. E que vai se concentrar em cada uma das últimas nove etapas.
O pior para ele é que vamos ter um recesso de mais de um mês e, provavelmente, neste tempo é que será definida sua situação. É uma temporada bem apagada. No fundo, em momento algum, ele me empolgou. Creio que esta sensação seja a atual da Ferrari. Fernando Alonso é o líder com 164 pontos; o brasileiro tem apenas 25.
Nada mais claro e frio do que estes números. Felipe vai precisar de um lobby muito grande (e de relações pessoais) para ter uma nova chance. Hoje o maior aliado seria o próprio espanhol. Mas, pelo visto, ele também não anda satisfeito com a falta de ajuda do companheiro.
Analisando as 11 provas deste ano e a palavras do piloto, vejo que sua mala está no corredor. E, cá pra nós, não anda merecendo nova chance.
Você daria esta chance?
Felipe Massa está vivendo uma gangorra com relação ao seu futuro na Ferrari. Fez duas provas boas, arrancou elogios dos diretores da equipe, mas depois nas duas ultimas etapas - apagado - a vida complicou de novo. Isto ficou claro em suas palavras depois do GP da Hungria, quando lamentou a largada ruim e disse que não sabe nada sobre seu futuro. E que vai se concentrar em cada uma das últimas nove etapas.
O pior para ele é que vamos ter um recesso de mais de um mês e, provavelmente, neste tempo é que será definida sua situação. É uma temporada bem apagada. No fundo, em momento algum, ele me empolgou. Creio que esta sensação seja a atual da Ferrari. Fernando Alonso é o líder com 164 pontos; o brasileiro tem apenas 25.
Nada mais claro e frio do que estes números. Felipe vai precisar de um lobby muito grande (e de relações pessoais) para ter uma nova chance. Hoje o maior aliado seria o próprio espanhol. Mas, pelo visto, ele também não anda satisfeito com a falta de ajuda do companheiro.
Analisando as 11 provas deste ano e a palavras do piloto, vejo que sua mala está no corredor. E, cá pra nós, não anda merecendo nova chance.
Você daria esta chance?
GGOO BOLÃO F1 2012 - RESULTADOS GP HUNGRIA
RESULTADO OFICIAL DA CORRIDA:
Pole Position - HAMILTON
Posição no Grid Aleatória (17º) - SCHUMACHER
Volta mais rápida na corrida - VETTEL
01º colocado na corrida - HAMILTON
02º colocado na corrida - RAIKKONEN
03º colocado na corrida - GROSJEAN
04º colocado na corrida - VETTEL
05º colocado na corrida - ALONSO
06º colocado na corrida - BUTTON
07º colocado na corrida - SENNA
08º colocado na corrida - WEBBER
09º colocado na corrida - MASSA
10º colocado na corrida - ROSBERG
PONTUAÇÃO NO BOLÃO:
+69 pontos - ANDRÉ DE ITU
+47 pontos - WALISSON
+46 pontos - MURILO MOURA
+45 pontos - DUFF
+43 pontos - MARCELÃO
+41 pontos - CÁSSIO EDUARDO | NETO ROX | DR. ROQUE
+40 pontos - MARCOS
+39 pontos - FABRICIO
+33 pontos - CELSO COELHO | RUI LENHARI R10 | A. ROQUE | FABIO MAROTTI | CARLOS MONTEIRO | RODRIGO PIOIO | GILDO A. | SANDRA TARALLO | RODRIGO CABRAL | RICARDO
+21 pontos - GUSTAVO LUZÓRIO
+18 pontos - SANDRA BARROS
+14 pontos - NATÁLIA WENDY
+08 pontos - S | GABRIELA ARGENTINA | ANDRÉ ROQUE
+01 pontos - MILTON NEVES
+00 pontos - RUDSON | EGIDIO SILVA | CAROLINA | IGOR DPN
-10 pontos - CÁSSIO LEÃO | STIK | RAFAEL FREITAS | DÉBORA LONGEN | TIO BRUNO | KAKINHU | JOÃO FELICIANO | ROSE STABILE
Pole Position - HAMILTON
Posição no Grid Aleatória (17º) - SCHUMACHER
Volta mais rápida na corrida - VETTEL
01º colocado na corrida - HAMILTON
02º colocado na corrida - RAIKKONEN
03º colocado na corrida - GROSJEAN
04º colocado na corrida - VETTEL
05º colocado na corrida - ALONSO
06º colocado na corrida - BUTTON
07º colocado na corrida - SENNA
08º colocado na corrida - WEBBER
09º colocado na corrida - MASSA
10º colocado na corrida - ROSBERG
PONTUAÇÃO NO BOLÃO:
+69 pontos - ANDRÉ DE ITU
+47 pontos - WALISSON
+46 pontos - MURILO MOURA
+45 pontos - DUFF
+43 pontos - MARCELÃO
+41 pontos - CÁSSIO EDUARDO | NETO ROX | DR. ROQUE
+40 pontos - MARCOS
+39 pontos - FABRICIO
+33 pontos - CELSO COELHO | RUI LENHARI R10 | A. ROQUE | FABIO MAROTTI | CARLOS MONTEIRO | RODRIGO PIOIO | GILDO A. | SANDRA TARALLO | RODRIGO CABRAL | RICARDO
+21 pontos - GUSTAVO LUZÓRIO
+18 pontos - SANDRA BARROS
+14 pontos - NATÁLIA WENDY
+08 pontos - S | GABRIELA ARGENTINA | ANDRÉ ROQUE
+01 pontos - MILTON NEVES
+00 pontos - RUDSON | EGIDIO SILVA | CAROLINA | IGOR DPN
-10 pontos - CÁSSIO LEÃO | STIK | RAFAEL FREITAS | DÉBORA LONGEN | TIO BRUNO | KAKINHU | JOÃO FELICIANO | ROSE STABILE
CLASSIFICAÇÃO GERAL:
segunda-feira, 30 de julho de 2012
F1 GP DA HUNGRIA: O PORQUÊ DA LARGADA ATRASADA
Poucos sabem, mas ontem a corrida teve uma volta de apresentação a mais porque Schumacher parou no lugar errado no grid, a 19.ª colocação em vez da 17.ª, a obtida na classificação, sábado. Ficou um espaço vazio a sua frente e ele não compreendeu o motivo. Ele próprio. Em 2006, seu último ano na Fórmula 1 antes de voltar ao Mundial, em 2010, o procedimento no caso de adiar a largada era desligar o motor porque haveria 5 minutos para a nova volta de apresentação.
Ao compreender que Charlie Whiting, diretor de prova, cancelou a largada, Schumacher desligou o motor. Os demais, não. Isso fez com que os mecânicos da Mercedes o tirassem do grid e o posicionassem antes do primeiro box, a fim de fazer o motor funcionar de novo.
Massa, quase fora da Ferrari*
* Por Lívio Oricchio
Antes do GP da Alemanha, as chances de a Ferrari renovar o contrato de Felipe Massa eram razoavelmente boas. Ontem, depois da prova na Hungria, no entanto, as possibilidades tornaram-se mínimas. A exemplo do que fez em Hockenheim, não cumpriu a função de tirar pontos dos adversários do companheiro, Fernando Alonso, e somar importantes pontos para a Ferrari crescer na classificação do Mundial de Construtores.
Ficou em nono, garantindo apenas dois pontos. A Ferrari caiu do segundo para o quarto lugar. Cada posição na disputa significa bons milhões de euros. Esse é o critério para distribuição do dinheiro da Fórmula 1.
No circuito Hungaroring Massa manteve o ritmo dos mais rápidos, mas perdeu duas posições na largada, para Bruno Senna, da Williams, e Mark Webber, Red Bull, e numa pista de difícil ultrapassagem não as retomou mais. Na Alemanha, envolveu-se num acidente na primeira volta e não foi além do 12.º lugar. “A corrida foi decidida na largada para mim”, disse, ontem. “A embreagem esquentou e as rodas patinaram”, explicou. “Perdi as duas posições e a coisa ficou assim até o final.” Não quis comentar nada sobre os rumores de sua saída. “Não há nada decidido.”
Um dos assuntos mais comentados no paddock do autódromo húngaro foi quem poderia substituir Massa na Ferrari, como se tudo já estivesse definido, o que ainda não é o caso. Os nomes mais comentados e que fazem sentido são os de Kimi Raikkonen, da Lotus, que ontem não descartou essa possibilidade, Sergio Perez, da Sauber, e Nico Hulkenberg, Force India.
“Como já disse algumas vezes, não tenho nenhum rancor deles (foi dispensado pela Ferrari no fim de 2009 tenho um ano de contrato ainda). Você nunca sabe o que vai acontecer no futuro, mas estou feliz onde me encontro hoje”, comentou Raikkonen. Os dois anos distante da Fórmula 1, 2010 e 2011, não afetaram seu rendimento, a não ser nas primeiras etapas da temporada. Trata-se de um grande talento.
As férias da Fórmula 1 deverão servir para o empresário de Massa, Nicolas Todt, tentar negociar uma vaga para seu piloto, tarefa das mais difíceis, se Luca di Montezemolo e Stefano Domenicali decidirem mesmo não renovar seu contrato, como são, hoje, as indicações.
Já Bruno Senna ganhou fôlego novo com sua melhor corrida na temporada, sétimo colocado, mas com muito bom desempenho. O piloto da Williams ultrapassou Massa e o companheiro, Pastor Maldonado, na largada, para assumir a oitava colocação, mas perdeu uma, a seguir, para Mark Webber, da Red Bull. “O pessoal da equipe ficou supercontente com a minha corrida. O Frank Williams veio me dizer estar feliz com a minha evolução.”
A Williams deslocou o ar quente gerado nas frenagens para as rodas, com maior eficiência de antes, o que melhorou muito a pilotagem do carro, explicou Bruno. “Tenho muito mais sensibilidade no volante.”
Nas férias desejo apenas uma coisa: “Descansar”. O piloto viaja ao Brasil por breve período e depois regressa a Mônaco, onde reside.
Antes do GP da Alemanha, as chances de a Ferrari renovar o contrato de Felipe Massa eram razoavelmente boas. Ontem, depois da prova na Hungria, no entanto, as possibilidades tornaram-se mínimas. A exemplo do que fez em Hockenheim, não cumpriu a função de tirar pontos dos adversários do companheiro, Fernando Alonso, e somar importantes pontos para a Ferrari crescer na classificação do Mundial de Construtores.
Ficou em nono, garantindo apenas dois pontos. A Ferrari caiu do segundo para o quarto lugar. Cada posição na disputa significa bons milhões de euros. Esse é o critério para distribuição do dinheiro da Fórmula 1.
No circuito Hungaroring Massa manteve o ritmo dos mais rápidos, mas perdeu duas posições na largada, para Bruno Senna, da Williams, e Mark Webber, Red Bull, e numa pista de difícil ultrapassagem não as retomou mais. Na Alemanha, envolveu-se num acidente na primeira volta e não foi além do 12.º lugar. “A corrida foi decidida na largada para mim”, disse, ontem. “A embreagem esquentou e as rodas patinaram”, explicou. “Perdi as duas posições e a coisa ficou assim até o final.” Não quis comentar nada sobre os rumores de sua saída. “Não há nada decidido.”
Um dos assuntos mais comentados no paddock do autódromo húngaro foi quem poderia substituir Massa na Ferrari, como se tudo já estivesse definido, o que ainda não é o caso. Os nomes mais comentados e que fazem sentido são os de Kimi Raikkonen, da Lotus, que ontem não descartou essa possibilidade, Sergio Perez, da Sauber, e Nico Hulkenberg, Force India.
“Como já disse algumas vezes, não tenho nenhum rancor deles (foi dispensado pela Ferrari no fim de 2009 tenho um ano de contrato ainda). Você nunca sabe o que vai acontecer no futuro, mas estou feliz onde me encontro hoje”, comentou Raikkonen. Os dois anos distante da Fórmula 1, 2010 e 2011, não afetaram seu rendimento, a não ser nas primeiras etapas da temporada. Trata-se de um grande talento.
As férias da Fórmula 1 deverão servir para o empresário de Massa, Nicolas Todt, tentar negociar uma vaga para seu piloto, tarefa das mais difíceis, se Luca di Montezemolo e Stefano Domenicali decidirem mesmo não renovar seu contrato, como são, hoje, as indicações.
Já Bruno Senna ganhou fôlego novo com sua melhor corrida na temporada, sétimo colocado, mas com muito bom desempenho. O piloto da Williams ultrapassou Massa e o companheiro, Pastor Maldonado, na largada, para assumir a oitava colocação, mas perdeu uma, a seguir, para Mark Webber, da Red Bull. “O pessoal da equipe ficou supercontente com a minha corrida. O Frank Williams veio me dizer estar feliz com a minha evolução.”
A Williams deslocou o ar quente gerado nas frenagens para as rodas, com maior eficiência de antes, o que melhorou muito a pilotagem do carro, explicou Bruno. “Tenho muito mais sensibilidade no volante.”
Nas férias desejo apenas uma coisa: “Descansar”. O piloto viaja ao Brasil por breve período e depois regressa a Mônaco, onde reside.
HAMILTON: De bem com a vida*
* Por Luis Fernando Ramos
Lewis Hamilton mudou muito nas últimas semanas. Ficou mais ativo na sua conta do twitter, deu de ombros às fotos publicadas pelos tablóides ingleses de uma noitada sua em Londres e apareceu nos paddocks da Fórmula 1 visivelmente mais relaxado. Uma postura que se mostrou efetiva nas pistas também.
No Grande Prêmio da Hungria, o inglês da McLaren pilotou com a calma de um veterano para não dar a menor chances aos pilotos da Lotus, que tinham um carro mais veloz mas não acharam caminho para ultrapassar o carro prateado no apertado traçado nas cercanias de Budapeste. Depois, ao invés de atacar os críticos, Hamilton preferiu celebrar sua juventude.
"É sempre bom sair com uma vitória. Parece sempre haver muita conversa sobre minha vida privada. Espero que isso responda a muito do que foi dito. Estou 100% concentrado este ano, mesmo que pensem o contrário. Nunca tive tão comprometido com o trabalho. Mas também estou perto dos 30, me falaram que a partir dali a coisa só piora. Tenho de encontrar um bom equilíbrio e acho que consegui".
Aprender a relaxar e se permitir a rir de si mesmo parece a melhor decisão que Hamilton tomou nos últimos anos. Ter recebido apoio da McLaren desde a tenra idade lhe ajudou muito, mas também lhe colocou um peso muito grande nos ombros: o de corresponder às imensas expectativas que se tinha dele. Se continuar como o vimos na Hungria, pode minar o que sempre foi seu ponto fraco: a incapacidade de lidar com a pressão. Hoje vimos um exemplo de alguém que superou isso.
A corrida em Hungaroring foi, com folgas, a mais aborrecida de um ano abarrotado de corridas incríveis. E o brilho do carro da Lotus, que colocou Kimi Raikkonen e Romain Grosjean no pódio, acabou ajudando a Fernando Alonso. Mesmo num final de semana apagado da Ferrari, o espanhol conseguiu ampliar sua vantagem na liderança do Mundial já que o vice-líder, Mark Webber, chegou atrás dele.
A única má notícia para o piloto da Ferrari foi o fato de que outros pilotos fortes ganharam terreno na tabela. Entre eles um relaxado e alegre Lewis Hamilton.
Quem também pode ter encontrado o momento da virada em 2012 é Bruno Senna. Andou bem em todos os treinos livres, finalmente se classificou entre os dez primeiros do grid e fez uma corrida forte, não cometendo erros na pressão exercida por pilotos com carros e pneus melhores. Se seguir nesta toada nas próximas etapas, pode reverter a impressão de que suas chances de permanecer na Williams são pequenas. A questão do custo-benefício, na Fórmula 1, é mais importante do que apenas o dinheiro em si.
Quanto a Felipe Massa, sua prova foi definida numa largada ruim e um ritmo de corrida absolutamente aceitável se comparado ao de Fernando Alonso. Mas o grande problema dele neste momento está fora das pistas. Cresce a impressão de que a Ferrari está ativa atrás de uma opção para correr ao lado do espanhol no ano que vem. Pode ser que não encontrem o que querem e permaneçam com o brasileiro. Nomes de candidatos aparecem o tempo todo na imprensa, alguns realistas, outros absolutamente impossíveis.
Lewis Hamilton mudou muito nas últimas semanas. Ficou mais ativo na sua conta do twitter, deu de ombros às fotos publicadas pelos tablóides ingleses de uma noitada sua em Londres e apareceu nos paddocks da Fórmula 1 visivelmente mais relaxado. Uma postura que se mostrou efetiva nas pistas também.
No Grande Prêmio da Hungria, o inglês da McLaren pilotou com a calma de um veterano para não dar a menor chances aos pilotos da Lotus, que tinham um carro mais veloz mas não acharam caminho para ultrapassar o carro prateado no apertado traçado nas cercanias de Budapeste. Depois, ao invés de atacar os críticos, Hamilton preferiu celebrar sua juventude.
"É sempre bom sair com uma vitória. Parece sempre haver muita conversa sobre minha vida privada. Espero que isso responda a muito do que foi dito. Estou 100% concentrado este ano, mesmo que pensem o contrário. Nunca tive tão comprometido com o trabalho. Mas também estou perto dos 30, me falaram que a partir dali a coisa só piora. Tenho de encontrar um bom equilíbrio e acho que consegui".
Aprender a relaxar e se permitir a rir de si mesmo parece a melhor decisão que Hamilton tomou nos últimos anos. Ter recebido apoio da McLaren desde a tenra idade lhe ajudou muito, mas também lhe colocou um peso muito grande nos ombros: o de corresponder às imensas expectativas que se tinha dele. Se continuar como o vimos na Hungria, pode minar o que sempre foi seu ponto fraco: a incapacidade de lidar com a pressão. Hoje vimos um exemplo de alguém que superou isso.
A corrida em Hungaroring foi, com folgas, a mais aborrecida de um ano abarrotado de corridas incríveis. E o brilho do carro da Lotus, que colocou Kimi Raikkonen e Romain Grosjean no pódio, acabou ajudando a Fernando Alonso. Mesmo num final de semana apagado da Ferrari, o espanhol conseguiu ampliar sua vantagem na liderança do Mundial já que o vice-líder, Mark Webber, chegou atrás dele.
A única má notícia para o piloto da Ferrari foi o fato de que outros pilotos fortes ganharam terreno na tabela. Entre eles um relaxado e alegre Lewis Hamilton.
Quem também pode ter encontrado o momento da virada em 2012 é Bruno Senna. Andou bem em todos os treinos livres, finalmente se classificou entre os dez primeiros do grid e fez uma corrida forte, não cometendo erros na pressão exercida por pilotos com carros e pneus melhores. Se seguir nesta toada nas próximas etapas, pode reverter a impressão de que suas chances de permanecer na Williams são pequenas. A questão do custo-benefício, na Fórmula 1, é mais importante do que apenas o dinheiro em si.
Quanto a Felipe Massa, sua prova foi definida numa largada ruim e um ritmo de corrida absolutamente aceitável se comparado ao de Fernando Alonso. Mas o grande problema dele neste momento está fora das pistas. Cresce a impressão de que a Ferrari está ativa atrás de uma opção para correr ao lado do espanhol no ano que vem. Pode ser que não encontrem o que querem e permaneçam com o brasileiro. Nomes de candidatos aparecem o tempo todo na imprensa, alguns realistas, outros absolutamente impossíveis.
sábado, 28 de julho de 2012
AO VIVO: FÓRMULA 1 - GP DA HUNGRIA 2012 (TREINOS E CORRIDA)
BOLETIM DA VELOCIDADE: edições semanais dentro da programação Rock N' Roll da webradio www.morcegaofm.com.br ou aqui no nosso blog, ouça agora!
*** PRÓXIMAS TRANSMISSÕES AO VIVO ***
TREINO LIVRE 1 - 27/07/2012 (sexta-feira), 05:00h (horário de Brasília)
TREINO LIVRE 2 - 27/07/2012 (sexta-feira), 09:00h (horário de Brasília)
TREINO LIVRE 3 - 28/07/2012 (sábado), 06:00h (horário de Brasília)
CLASSIFICAÇÃO - 28/07/2012 (sábado), 09:00h (horário de Brasília)
CORRIDA - 29/07/2012 (domingo), 09:00h (horário de Brasília)
VT CORRIDA - 29/07/2012 (domingo), 20:30h (horário de Brasília)
*** PRÓXIMAS TRANSMISSÕES AO VIVO ***
GP DA BÉLGICA - TREINOS LIVRES - 31/08/2012 (sexta-feira)
BOLETIM DA VELOCIDADE - MORCEGÃO FM - 27/07/2012
Nesta edição, apresentada na webrádio www.morcegaofm.com.br, falamos sobre a situação de Felipe Massa na equipe Ferrari. Além disso, mostramos a classificação do campeonato da F-Indy que tem o brasileiro Helio Castroneves em segundo lugar.
O Boletim da Velocidade é uma criação e produção de Augusto Roque com a colaboração da Galera GGOO - www.ggoo.com.br - e vai ao ar na webrádio Morcegão FM - www.morcegaofm.com.br, todas as segundas-feiras e quartas-feiras.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
É quase tudo ou nada para Hamilton na Hungria*
* Por Lívio Oricchio
Não daria para bater o martelo, algo do tipo Lewis Hamilton, da McLaren, estará fora da luta pelo título se domingo não somar importantes pontos no GP da Hungria, 11.ª etapa do campeonato e início da segunda metade da temporada. Mas outro resultado ruim o deixa com poucas possibilidades de se inserir na disputa com Fernando Alonso, Ferrari, Mark Webber e Sebastian Vettel, ambos da Red Bull, os primeiros colocados no Mundial.
O jovem inglês, campeão do mundo de 2008, tem consciência da necessidade de conseguir bem mais que apenas quatro pontos como fez nas últimas três provas do calendário. “Há boas razões para me sentir confiante. A versão do carro que estreamos (no GP da Alemanha) parece apresentar o desempenho que prevíamos.” Jenson Button, seu companheiro, desafiou o líder nas voltas finais, Alonso.
Quando a Fórmula 1 deixou Montreal, dia 10 de junho, Hamilton liderava o Mundial. Agora, antes da etapa de Budapeste, ocupa apenas a quinta colocação, com 92 pontos diante de 154 do espanhol da Ferrari. É uma diferença considerável, 62 pontos. Os pilotos recebem 25 pontos por vitória. Se Alonso ampliar a já importante vantagem domingo, Hamilton, o piloto mais combativo do campeonato, ao lado do asturiano, dependerá de classificar-se com regularidade no pódio, objetivo bastante difícil este ano, com várias concorrentes muito bem preparados, e ainda do insucesso dos que ocupam as primeiras colocações. Possível? Sim. Provável? Não.
“Sinto que a próxima corrida será o momento da virada de nossa equipe”, afirma Hamiton. “Temos agora o ritmo que precisávamos, nossas estratégias têm sido eficientes e os pit stops, apesar de alguns problemas no começo do ano, são agora os mais velozes.” Hamilton não obteve melhor resultado em Hockenheim, domingo, porque foi obrigado a realizar um pit stop ao final da segunda volta, para substituir um pneu furado. Como mesmo andando muito rápido estava fora dos dez que marcam pontos, a equipe o chamou para os boxes, alegando quebra do câmbio. É um recurso que todos usam: abandonar a prova para ter o direito de troca o câmbio sem perder cinco colocações no grid.
A velocidade da nova versão do modelo MP4/27 da McLaren, lembrada por Hamilton agora, antes do GP da Hungria, é tal que Button recebeu a bandeirada seis segundos atrás de Alonso. Nas seis corridas anteriores, o inglês, campeão do mundo de 2009, havia somado apenas sete pontos. Se para Hamilton é imperioso reagir já domingo, no circuito Hungaroring, a fim de continuar com chances de ser campeão, para Button a situação é bem pior. É apenas o sétimo na classificação, com 68 pontos, ou 86 pontos a menos de Alonso. “Não sei onde vou estar nas provas finais, o que é certo é que vou me divertir bastante daqui para a frente com esse carro, muito rápido”, disse Button, na Alemanha.
Enquanto o discurso na McLaren é de reação ao momento difícil no campeonato, na Ferrari o seu presidente, Luca di Montezemolo, pede que todos na equipe mantenham o foco. O grupo de engenheiros da Ferrari conseguiu a proeza de transformar o modelo deste ano, F2012, que parecia equivocado, em um carro vencedor. E Alonso está pilotando como nunca. “Vejo adversários fortíssimos, a McLaren fez grande progresso, a Red Bull sabemos é rápida e a Lotus também em algumas ocasiões.”
Entre os construtores a Ferrari está em segundo, com 177 pontos, mas com o atenuante de que Felipe Massa contribuiu com apenas 23. Os demais 154 vieram de Alonso. A líder é a Red Bull, com 230, e a McLaren ocupa o terceiro lugar, com 160.
Os treinos livres do GP da Hungria começam amanhã. Faz calor em Budapeste, como sempre, 31 graus, ontem, mas tanto no site oficial da Fórmula 1 como no noticiário da TV a previsão é de chuva para amanhã e domingo. A classificação, sábado, segundo os dois serviços meteorológicos, será disputada com pista seca. No ano passado Button venceu a prova no molhado.
Não daria para bater o martelo, algo do tipo Lewis Hamilton, da McLaren, estará fora da luta pelo título se domingo não somar importantes pontos no GP da Hungria, 11.ª etapa do campeonato e início da segunda metade da temporada. Mas outro resultado ruim o deixa com poucas possibilidades de se inserir na disputa com Fernando Alonso, Ferrari, Mark Webber e Sebastian Vettel, ambos da Red Bull, os primeiros colocados no Mundial.
O jovem inglês, campeão do mundo de 2008, tem consciência da necessidade de conseguir bem mais que apenas quatro pontos como fez nas últimas três provas do calendário. “Há boas razões para me sentir confiante. A versão do carro que estreamos (no GP da Alemanha) parece apresentar o desempenho que prevíamos.” Jenson Button, seu companheiro, desafiou o líder nas voltas finais, Alonso.
Quando a Fórmula 1 deixou Montreal, dia 10 de junho, Hamilton liderava o Mundial. Agora, antes da etapa de Budapeste, ocupa apenas a quinta colocação, com 92 pontos diante de 154 do espanhol da Ferrari. É uma diferença considerável, 62 pontos. Os pilotos recebem 25 pontos por vitória. Se Alonso ampliar a já importante vantagem domingo, Hamilton, o piloto mais combativo do campeonato, ao lado do asturiano, dependerá de classificar-se com regularidade no pódio, objetivo bastante difícil este ano, com várias concorrentes muito bem preparados, e ainda do insucesso dos que ocupam as primeiras colocações. Possível? Sim. Provável? Não.
“Sinto que a próxima corrida será o momento da virada de nossa equipe”, afirma Hamiton. “Temos agora o ritmo que precisávamos, nossas estratégias têm sido eficientes e os pit stops, apesar de alguns problemas no começo do ano, são agora os mais velozes.” Hamilton não obteve melhor resultado em Hockenheim, domingo, porque foi obrigado a realizar um pit stop ao final da segunda volta, para substituir um pneu furado. Como mesmo andando muito rápido estava fora dos dez que marcam pontos, a equipe o chamou para os boxes, alegando quebra do câmbio. É um recurso que todos usam: abandonar a prova para ter o direito de troca o câmbio sem perder cinco colocações no grid.
A velocidade da nova versão do modelo MP4/27 da McLaren, lembrada por Hamilton agora, antes do GP da Hungria, é tal que Button recebeu a bandeirada seis segundos atrás de Alonso. Nas seis corridas anteriores, o inglês, campeão do mundo de 2009, havia somado apenas sete pontos. Se para Hamilton é imperioso reagir já domingo, no circuito Hungaroring, a fim de continuar com chances de ser campeão, para Button a situação é bem pior. É apenas o sétimo na classificação, com 68 pontos, ou 86 pontos a menos de Alonso. “Não sei onde vou estar nas provas finais, o que é certo é que vou me divertir bastante daqui para a frente com esse carro, muito rápido”, disse Button, na Alemanha.
Enquanto o discurso na McLaren é de reação ao momento difícil no campeonato, na Ferrari o seu presidente, Luca di Montezemolo, pede que todos na equipe mantenham o foco. O grupo de engenheiros da Ferrari conseguiu a proeza de transformar o modelo deste ano, F2012, que parecia equivocado, em um carro vencedor. E Alonso está pilotando como nunca. “Vejo adversários fortíssimos, a McLaren fez grande progresso, a Red Bull sabemos é rápida e a Lotus também em algumas ocasiões.”
Entre os construtores a Ferrari está em segundo, com 177 pontos, mas com o atenuante de que Felipe Massa contribuiu com apenas 23. Os demais 154 vieram de Alonso. A líder é a Red Bull, com 230, e a McLaren ocupa o terceiro lugar, com 160.
Os treinos livres do GP da Hungria começam amanhã. Faz calor em Budapeste, como sempre, 31 graus, ontem, mas tanto no site oficial da Fórmula 1 como no noticiário da TV a previsão é de chuva para amanhã e domingo. A classificação, sábado, segundo os dois serviços meteorológicos, será disputada com pista seca. No ano passado Button venceu a prova no molhado.
Alonso acima de todos. Pelo menos por enquanto*
* Por Lito Cavalcanti
É verdade mais do que sabida que a vida não é justa – e será ainda mais se o campeão mundial de Fórmula 1 deste 2012 for outro piloto que não o espanhol Fernando Alonso. Os adjetivos não lhe fazem justiça. Imperial, soberbo, seja lá qual for o termo escolhido dificilmente fará justiça à sua exibição vitoriosa no Grande Prêmio da Alemanha. Feliz Hockenheim, que serviu de palco a tão esplendorosa atuação. Dele já disse Emerson Fittipaldi, que sabe muito de automobilismo, que o homem é um controle de tração humano – de nada serve aos outros banir este tão valioso acessório se se permite a Alonso continuar desfrutando desta sua habilidade.
É como se, em vez de um cérebro humanamente normal, ele dispusesse de uma central eletrônica em permanente comunicação com os pneus e o asfalto, a lhe dar segundo após segundo a exata noção de quanta potência a pouca aderência do piso lhe permite aplicar. Mais do que isso, ainda lhe dá a exata noção da pressão que deve aplicar no acelerador para gerar toda a potência possível – mas apenas a dose certa, sem um grama a mais.
Foi isso que permitiu a Fernando Alonso uma performance que, por si só, já basta para colocá-lo incontestavelmente entre os maiores pilotos de todos os tempos. Começou com a pole position no sábado, sob chuva; terminou com a vitória de ponta a ponta no domingo, sobre asfalto seco. Na verdade, este sucesso acachapante teve início na sexta-feira, quando aproveitou a pista molhada para descobrir as trajetórias que lhe permitiriam ganhar décimos, às vezes apenas centésimos de segundo na prova de classificação. E também para contar quantas voltas os pneus de chuva aguentavam antes do aquecimento fazê-los perderem aderência.
Com base nesse conhecimento, Alonso foi o único a substituir os pneus já aquecidos durante o Q3 por um jogo inteiramente novo. Com sulcos ainda intactos e a temperatura correta, o espanhol estabeleceu por duas vezes seguidas a melhor volta da sessão e bateu Sebastian Vettel, um dos melhores em pista molhada. Seu melhor tempo foi 1min40s621, 0s405 mais rápido do que o de Vettel, mas a sua volta anterior, 1min40s904, já era melhor que os 1min41s026 que Vettel registrou.
Foi sua segunda pole position consecutiva, já que em Silverstone também havia sido ele o mais rápido. Não por coincidência, também sob chuva. Mas na corrida, com pista seca, a situação se desenhava inteiramente diferente. Principalmente porque se no molhado a Ferrari se mostra quase tão competitiva quanto os Red Bull, no asfalto seco ainda havia a temer os novos McLaren, que mostravam muitas e extensas inovações. Desde o primeiro treino livre, na manhã da sexta-feira, ficara claro que Lewis Hamilton e Jenson Button, naquele fim de semana, estariam de volta às principais posições. Eles tinham em mãos carros praticamente novos – do antigo, restava apenas um detalhe: a mesmíssima incapacidade de aquecer rapidamente os pneus de chuva, principalmente os dianteiros. Por isso, Button era apenas o sexto no grid, com Lewis uma posição atrás.
A preocupar mesmo, apenas Vettel, em segundo. Michael Schumacher, o terceiro, voltara a dar show no Q3. Principalmente ao deixar seu Mercedes sair de frente ainda na volta de saída dos boxes e então golpear brutalmente o acelerador. Assim, ele forçava as rodas dianteiras a derraparem ainda mais para, ao escorregar, apressar o aquecimento dos pneus a fim de ter um carro mais equilibrado na primeira volta lançada. Mas como se sabia que os McLaren progrediriam na corrida, também se sabia que o destino de Schumacher, terceiro no grid, e de Nico Hulkenberg, o quarto, com quem dividia a segunda fila do grid, era escorregar ladeira abaixo volta a volta.
Só restava mesmo Vettel, já que seu companheiro Mark Webber, terceiro no qualify, perderia cinco posições por trocar a caixa de marchas antes dela atingir o limite mínimo de cinco corridas e cair para oitavo no pelotão de largada. Hockenheim permite mais ultrapassagens do que a grande maioria dos autódromos por onde a Fórmula 1 moderna circula, e por isso os 11 primeiros optaram pelos pneus macios. Uma boa largada, mais de um segundo de vantagem na primeira volta, boas paradas nos boxes e, ao fim das 67 voltas, todas em primeiro, Alonso recebeu a bandeirada da vitória pela 30ª vez. E fez mais: ampliou para 34 pontos sua vantagem sobre o segundo colocado no campeonato, Webber, e nem precisa participar da próxima etapa, o GP da Hungria, para desfrutar das férias de agosto na confortável posição de líder.
Mas falando assim, parece até que a vitória decorreu apenas de uma reação rápida quando as luzes vermelhas se apagaram. Foi muito mais. Sem conhecimento absoluto da durabilidade dos pneus macios com que iniciou a prova, nem dos médios que seria obrigado a usar nos dois turnos seguintes, Alonso justificou a definição que dele fez Emerson Fittipaldi. Poupava os pneus no trecho final da pista, o Motodrome (onde as ultrapassagens são impossíveis) e assim mantinha a borracha em boas condições. Quando se fazia necessário, podia forçar na curva de entrada da longa reta, o trecho em que era permitida a abertura da asa traseira, e na freada da curva Seis, o melhor ponto de ultrapassagem.
Como se fosse um controle de tração humano, como se no lugar do cérebro ele tivesse uma central eletrônica gerenciando a alimentação e a ignição do motor e a aderência dos pneus no asfalto. Assim, conseguiu manter em níveis suportáveis a pressão que sofreu de Vettel no primeiro turno, quando ambos usavam os pneus macios, e no segundo, quando a pressão se tornou ainda maior com os pneus médios. Mas a essa altura, ela vinha de Button, que superara Vettel na segunda troca de pneus. A seis voltas do final, quando sentiu a equipe preocupada com a aproximação do inglês, ainda teve a pachorra de dizer ao rádio “Fiquem tranquilos, está tudo sob controle”. Perfeito não define seu trabalho.
Decerto, Vettel teve problemas. Com o KERS, durante algumas voltas, e com Hamilton, que o ultrapassou quando ele tentava se aproximar de Alonso, atrasando-o o suficiente para perder o segundo lugar para Button na troca de pneus. Mas sua reação ao ser superado pelo inglês foi surpreendentemente diferente das que caracterizaram seus dois títulos mundiais. Deixou-se perturbar e perdeu ritmo ao reclamar de uma atitude que nada teve de errado.
Não há nas regras o que impeça um piloto de tentar recuperar as voltas que eventualmente venha a tomar dos líderes. Por outro lado, há a proibição clara, e enfatizada pelo diretor de provas Charles Whitting no briefing dos pilotos naquela mesma manhã, de se ultrapassar por fora da pista – infração que custou ao alemão os 20 segundos de penalização que o jogaram do segundo para o quinto lugar por passar Button com as quatro rodas além da zebra externa da curva Seis. Perdeu assim 10 pontos que podem fazer muita falta no final do campeonato.
Para Button, a dificuldade foi o desgaste maior dos pneus – mas isso já era esperado e, certamente, inevitável. Largar em sexto impõe um ritmo de recuperação que aniquila os pneus, quaisquer que sejam os compostos. O inglês fez uma corrida forte do começo ao fim, mas tudo que conseguiria seria o terceiro lugar. Só mesmo a precipitação de Vettel lhe permitiu um segundo posto que até pode lhe permitir reescalar a tabela, mas não o suficiente para ameaçar a supremacia de Alonso. Mesmo assim, seu desempenho deixou claro que, ao menos em pista seca, os McLaren são os carros mais rápidos do momento.
Mas não estão distantes dos Red Bull, Ferrari, Williams e, principalmente, dos Sauber. Vamos por partes. Nas voltas em que andou bem, Vettel mostrou que os carros da RBR continuam a ser de ponta. A corrida de Alonso, e também a de Felipe Massa depois do pasticho da largada, não permite dúvidas quanto à consistência da Ferrari; se ainda não pode lutar pela pole position no seco, é tão ou mais eficiente que os outros ao longo das voltas. Os Williams têm capacidade para andar ainda melhor nos qualifies, principalmente nos dias de calor, e prova disso se teve na corrida de Bruno Senna, em situação idêntica à de Massa. O imbróglio na primeira volta reduziu uma possível boa colocação a uma sucessão de voltas rápidas porém inúteis.
Já os Sauber estão em outro patamar. Nada eficientes nas provas de classificação, parecem compensar desde os primeiros metros das corridas. Inegavelmente os melhores de todo o pelotão com tanques cheios, os carros da equipe suíça têm dado a Sérgio Perez e Kamui Kobayashi a chance de brilharem intensamente nas voltas iniciais. Sexto depois de ter largado em 17º, Perez é o nono no campeonato, uma posição à frente de Kobayashi, que largou em 12º e chegou em quarto. Juntos, somam 78 pontos, bem mais que os 47 da Williams, a sétima colocada no Mundial de Construtores. E deixam meio sem sentido a ladainha de que quem larga do meio para trás dificilmente escapa de acidentes na primeira volta...
Neste próximo fim de semana, a Fórmula 1 vai correr na Hungria, onde dificilmente chove e a temperatura ambiente costuma atingir níveis sufocantes. Difícil qualquer previsão. Lá na frente, os suspeitos de sempre. O problema é em que ordem. Principalmente agora que a McLaren parece, enfim, ter superado seus problemas. E a vantagem de que a Ferrari e a Red Bull têm-se valido no qualify, o pronto aquecimento dos pneus, deve também se estender aos McLaren. Então, não dá para arriscar um palpite no autor da pole position nem no vencedor.
A menos que chova. Aí, fica difícil negar o favoritismo de Alonso. Como se viu em Sepang, Silverstone e Hockenheim, é inegável sua superioridade quando as condições meteorológicas pioram. Tanto que, neste fim de semana, as mais tresloucadas hipóteses se teceram no paddock de Hockenheim. A mais interessante é de que a Ferrari conta com um aparelho altamente secreto cuja função é acelerar as moléculas dos pneus. Quanto mais elas se agitam, mais sobe a temperatura dos pneus, diz a insólita teoria. A conclusão é que este pré-aquecimento permitiria a Alonso e Massa desfrutarem de toda aderência possível já na primeira volta lançada, quando a primeira (e mais eficiente) camada de borracha está em seu melhor momento.
Frank Dernie, engenheiro que estreou na F1 em 1976 e tem em seu currículo passagens por equipes como a Hesketh, a Williams e a Toyota, chega a ridicularizar a teoria. Do alto de seu conhecimento, Dernie diz saber exatamente o que fazem Ferrari e Red Bull para aquecerem seus pneus mais rapidamente do que as adversárias – mas se nega a revelar o segredo. Ele se limita a dar uma dica: o segredo está no acerto das suspensões e na pressão dos pneus. E vai além quando diz que este conhecimento foi desenvolvido na época em que havia mais de um fornecedor de pneus e a concorrência os forçava a testar com enorme frequência. “Quem tem menos de 10 anos de F1 não sabe como se esquenta os pneus. E os engenheiros das fábricas não têm como ajudar. Eles sabem tudo sobre a química dos compostos, a distorção suportada por cada tipo de construção, mas não sabem que acerto de suspensão adotar ou qual pressão usar para acelerar o aquecimento. Isso só os mais antigos conhecem”, esnoba ele.
Se Dernie está certo e o tal acelerador de moléculas é apenas fruto de imaginações mais férteis, então não há mesmo a menor dúvida: a grande arma da Ferrari se chama Fernando Alonso, o controle de tração humano.
É verdade mais do que sabida que a vida não é justa – e será ainda mais se o campeão mundial de Fórmula 1 deste 2012 for outro piloto que não o espanhol Fernando Alonso. Os adjetivos não lhe fazem justiça. Imperial, soberbo, seja lá qual for o termo escolhido dificilmente fará justiça à sua exibição vitoriosa no Grande Prêmio da Alemanha. Feliz Hockenheim, que serviu de palco a tão esplendorosa atuação. Dele já disse Emerson Fittipaldi, que sabe muito de automobilismo, que o homem é um controle de tração humano – de nada serve aos outros banir este tão valioso acessório se se permite a Alonso continuar desfrutando desta sua habilidade.
É como se, em vez de um cérebro humanamente normal, ele dispusesse de uma central eletrônica em permanente comunicação com os pneus e o asfalto, a lhe dar segundo após segundo a exata noção de quanta potência a pouca aderência do piso lhe permite aplicar. Mais do que isso, ainda lhe dá a exata noção da pressão que deve aplicar no acelerador para gerar toda a potência possível – mas apenas a dose certa, sem um grama a mais.
Foi isso que permitiu a Fernando Alonso uma performance que, por si só, já basta para colocá-lo incontestavelmente entre os maiores pilotos de todos os tempos. Começou com a pole position no sábado, sob chuva; terminou com a vitória de ponta a ponta no domingo, sobre asfalto seco. Na verdade, este sucesso acachapante teve início na sexta-feira, quando aproveitou a pista molhada para descobrir as trajetórias que lhe permitiriam ganhar décimos, às vezes apenas centésimos de segundo na prova de classificação. E também para contar quantas voltas os pneus de chuva aguentavam antes do aquecimento fazê-los perderem aderência.
Com base nesse conhecimento, Alonso foi o único a substituir os pneus já aquecidos durante o Q3 por um jogo inteiramente novo. Com sulcos ainda intactos e a temperatura correta, o espanhol estabeleceu por duas vezes seguidas a melhor volta da sessão e bateu Sebastian Vettel, um dos melhores em pista molhada. Seu melhor tempo foi 1min40s621, 0s405 mais rápido do que o de Vettel, mas a sua volta anterior, 1min40s904, já era melhor que os 1min41s026 que Vettel registrou.
Foi sua segunda pole position consecutiva, já que em Silverstone também havia sido ele o mais rápido. Não por coincidência, também sob chuva. Mas na corrida, com pista seca, a situação se desenhava inteiramente diferente. Principalmente porque se no molhado a Ferrari se mostra quase tão competitiva quanto os Red Bull, no asfalto seco ainda havia a temer os novos McLaren, que mostravam muitas e extensas inovações. Desde o primeiro treino livre, na manhã da sexta-feira, ficara claro que Lewis Hamilton e Jenson Button, naquele fim de semana, estariam de volta às principais posições. Eles tinham em mãos carros praticamente novos – do antigo, restava apenas um detalhe: a mesmíssima incapacidade de aquecer rapidamente os pneus de chuva, principalmente os dianteiros. Por isso, Button era apenas o sexto no grid, com Lewis uma posição atrás.
A preocupar mesmo, apenas Vettel, em segundo. Michael Schumacher, o terceiro, voltara a dar show no Q3. Principalmente ao deixar seu Mercedes sair de frente ainda na volta de saída dos boxes e então golpear brutalmente o acelerador. Assim, ele forçava as rodas dianteiras a derraparem ainda mais para, ao escorregar, apressar o aquecimento dos pneus a fim de ter um carro mais equilibrado na primeira volta lançada. Mas como se sabia que os McLaren progrediriam na corrida, também se sabia que o destino de Schumacher, terceiro no grid, e de Nico Hulkenberg, o quarto, com quem dividia a segunda fila do grid, era escorregar ladeira abaixo volta a volta.
Só restava mesmo Vettel, já que seu companheiro Mark Webber, terceiro no qualify, perderia cinco posições por trocar a caixa de marchas antes dela atingir o limite mínimo de cinco corridas e cair para oitavo no pelotão de largada. Hockenheim permite mais ultrapassagens do que a grande maioria dos autódromos por onde a Fórmula 1 moderna circula, e por isso os 11 primeiros optaram pelos pneus macios. Uma boa largada, mais de um segundo de vantagem na primeira volta, boas paradas nos boxes e, ao fim das 67 voltas, todas em primeiro, Alonso recebeu a bandeirada da vitória pela 30ª vez. E fez mais: ampliou para 34 pontos sua vantagem sobre o segundo colocado no campeonato, Webber, e nem precisa participar da próxima etapa, o GP da Hungria, para desfrutar das férias de agosto na confortável posição de líder.
Mas falando assim, parece até que a vitória decorreu apenas de uma reação rápida quando as luzes vermelhas se apagaram. Foi muito mais. Sem conhecimento absoluto da durabilidade dos pneus macios com que iniciou a prova, nem dos médios que seria obrigado a usar nos dois turnos seguintes, Alonso justificou a definição que dele fez Emerson Fittipaldi. Poupava os pneus no trecho final da pista, o Motodrome (onde as ultrapassagens são impossíveis) e assim mantinha a borracha em boas condições. Quando se fazia necessário, podia forçar na curva de entrada da longa reta, o trecho em que era permitida a abertura da asa traseira, e na freada da curva Seis, o melhor ponto de ultrapassagem.
Como se fosse um controle de tração humano, como se no lugar do cérebro ele tivesse uma central eletrônica gerenciando a alimentação e a ignição do motor e a aderência dos pneus no asfalto. Assim, conseguiu manter em níveis suportáveis a pressão que sofreu de Vettel no primeiro turno, quando ambos usavam os pneus macios, e no segundo, quando a pressão se tornou ainda maior com os pneus médios. Mas a essa altura, ela vinha de Button, que superara Vettel na segunda troca de pneus. A seis voltas do final, quando sentiu a equipe preocupada com a aproximação do inglês, ainda teve a pachorra de dizer ao rádio “Fiquem tranquilos, está tudo sob controle”. Perfeito não define seu trabalho.
Decerto, Vettel teve problemas. Com o KERS, durante algumas voltas, e com Hamilton, que o ultrapassou quando ele tentava se aproximar de Alonso, atrasando-o o suficiente para perder o segundo lugar para Button na troca de pneus. Mas sua reação ao ser superado pelo inglês foi surpreendentemente diferente das que caracterizaram seus dois títulos mundiais. Deixou-se perturbar e perdeu ritmo ao reclamar de uma atitude que nada teve de errado.
Não há nas regras o que impeça um piloto de tentar recuperar as voltas que eventualmente venha a tomar dos líderes. Por outro lado, há a proibição clara, e enfatizada pelo diretor de provas Charles Whitting no briefing dos pilotos naquela mesma manhã, de se ultrapassar por fora da pista – infração que custou ao alemão os 20 segundos de penalização que o jogaram do segundo para o quinto lugar por passar Button com as quatro rodas além da zebra externa da curva Seis. Perdeu assim 10 pontos que podem fazer muita falta no final do campeonato.
Para Button, a dificuldade foi o desgaste maior dos pneus – mas isso já era esperado e, certamente, inevitável. Largar em sexto impõe um ritmo de recuperação que aniquila os pneus, quaisquer que sejam os compostos. O inglês fez uma corrida forte do começo ao fim, mas tudo que conseguiria seria o terceiro lugar. Só mesmo a precipitação de Vettel lhe permitiu um segundo posto que até pode lhe permitir reescalar a tabela, mas não o suficiente para ameaçar a supremacia de Alonso. Mesmo assim, seu desempenho deixou claro que, ao menos em pista seca, os McLaren são os carros mais rápidos do momento.
Mas não estão distantes dos Red Bull, Ferrari, Williams e, principalmente, dos Sauber. Vamos por partes. Nas voltas em que andou bem, Vettel mostrou que os carros da RBR continuam a ser de ponta. A corrida de Alonso, e também a de Felipe Massa depois do pasticho da largada, não permite dúvidas quanto à consistência da Ferrari; se ainda não pode lutar pela pole position no seco, é tão ou mais eficiente que os outros ao longo das voltas. Os Williams têm capacidade para andar ainda melhor nos qualifies, principalmente nos dias de calor, e prova disso se teve na corrida de Bruno Senna, em situação idêntica à de Massa. O imbróglio na primeira volta reduziu uma possível boa colocação a uma sucessão de voltas rápidas porém inúteis.
Já os Sauber estão em outro patamar. Nada eficientes nas provas de classificação, parecem compensar desde os primeiros metros das corridas. Inegavelmente os melhores de todo o pelotão com tanques cheios, os carros da equipe suíça têm dado a Sérgio Perez e Kamui Kobayashi a chance de brilharem intensamente nas voltas iniciais. Sexto depois de ter largado em 17º, Perez é o nono no campeonato, uma posição à frente de Kobayashi, que largou em 12º e chegou em quarto. Juntos, somam 78 pontos, bem mais que os 47 da Williams, a sétima colocada no Mundial de Construtores. E deixam meio sem sentido a ladainha de que quem larga do meio para trás dificilmente escapa de acidentes na primeira volta...
Neste próximo fim de semana, a Fórmula 1 vai correr na Hungria, onde dificilmente chove e a temperatura ambiente costuma atingir níveis sufocantes. Difícil qualquer previsão. Lá na frente, os suspeitos de sempre. O problema é em que ordem. Principalmente agora que a McLaren parece, enfim, ter superado seus problemas. E a vantagem de que a Ferrari e a Red Bull têm-se valido no qualify, o pronto aquecimento dos pneus, deve também se estender aos McLaren. Então, não dá para arriscar um palpite no autor da pole position nem no vencedor.
A menos que chova. Aí, fica difícil negar o favoritismo de Alonso. Como se viu em Sepang, Silverstone e Hockenheim, é inegável sua superioridade quando as condições meteorológicas pioram. Tanto que, neste fim de semana, as mais tresloucadas hipóteses se teceram no paddock de Hockenheim. A mais interessante é de que a Ferrari conta com um aparelho altamente secreto cuja função é acelerar as moléculas dos pneus. Quanto mais elas se agitam, mais sobe a temperatura dos pneus, diz a insólita teoria. A conclusão é que este pré-aquecimento permitiria a Alonso e Massa desfrutarem de toda aderência possível já na primeira volta lançada, quando a primeira (e mais eficiente) camada de borracha está em seu melhor momento.
Frank Dernie, engenheiro que estreou na F1 em 1976 e tem em seu currículo passagens por equipes como a Hesketh, a Williams e a Toyota, chega a ridicularizar a teoria. Do alto de seu conhecimento, Dernie diz saber exatamente o que fazem Ferrari e Red Bull para aquecerem seus pneus mais rapidamente do que as adversárias – mas se nega a revelar o segredo. Ele se limita a dar uma dica: o segredo está no acerto das suspensões e na pressão dos pneus. E vai além quando diz que este conhecimento foi desenvolvido na época em que havia mais de um fornecedor de pneus e a concorrência os forçava a testar com enorme frequência. “Quem tem menos de 10 anos de F1 não sabe como se esquenta os pneus. E os engenheiros das fábricas não têm como ajudar. Eles sabem tudo sobre a química dos compostos, a distorção suportada por cada tipo de construção, mas não sabem que acerto de suspensão adotar ou qual pressão usar para acelerar o aquecimento. Isso só os mais antigos conhecem”, esnoba ele.
Se Dernie está certo e o tal acelerador de moléculas é apenas fruto de imaginações mais férteis, então não há mesmo a menor dúvida: a grande arma da Ferrari se chama Fernando Alonso, o controle de tração humano.
"Chocolate" - Quanto vale um grande piloto? *
* Por Andre Jung
O mais irônico nesse GP da Alemanha foi ver Itália e Espanha, os primos pobres da zona do Euro, faturarem a pole e vencerem sem conceder uma chance ao seleto time de pilotos da toda poderosa dona da casa.
Ferrari e Alonso formaram uma dobradinha latina inalcançável no carrossel alemão, para desgosto do jovem bicampeão, que começa a dar sinais de impaciência. O sorriso ficou mais econômico, os "protestos" mais frequentes. Tenso, Sebastian Vettel não tem o mesmo brilho.
Os holofotes são todos para Fernando Alonso, que está a viver um momento iluminado. Mais relaxado, de bem com a vida, pilotando com rara magia. Veloz nas classificações, perfeito nas largadas, preciso nas corridas. Mago a ponto de encantar uma equipe que começou o ano em apuros. Quanto vale um grande piloto?
Achei que a organização devia ter dado bandeira amarela na primeira volta diante da quantidade de detritos que se espalharam pela pista. Infelizmente um competidor do quilate de Lewis Hamilton acabou tendo a corrida ceifada por um pedaço de fibra de carbono.
A McLaren deve estar amargurada com o rumo que o campeonato tomou. Como podem vencer corridas, mas encontram-se muito atrás na pontuação, seu papel se resume a atrapalhar a luta da Red Bull, que precisa contrapor-se à regularidade de Alonso.
Duro falar da corrida dos brasileiros. Senna teve um ritmo razoável, evitando tomar uma volta dos líderes, depois dos problemas na primeira volta, mas sorte ele teve com os problemas que prejudicaram o rendimento do FW34 de Maldonado. O venezuelano foi outra vítima dos detritos que terminaram por quebrar o assoalho e destruir a aerodinâmica do seu carro.
Massa teve outro final de semana em que Alonso venceu e ele não pontuou. Pior impossível.
Chama atenção a regularidade de Kimi Raikkonen. Ainda que a Lotus não convença plenamente, a hora do finlandês subir no alto do pódio parece cada dia mais madura. Mesmo voltando da inatividade, domina facilmente o ímpeto de Grosjean.
A questão da punição acabou muito controversa, com gente esclarecida dividida contra e a favor da decisão que rebaixou Vettel para a quinta posição. Pessoalmente, achei péssimo, modificando algo que estava plenamente legitimado.
Com sucesso tão precoce e um jejum de vitórias em casa, vencer na Alemanha já se tornou uma questão delicada. Assim, Fernando Alonso segue flanando, um degrau acima da concorrência, rumo à consagração do tricampeonato.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Nova posição de Wolff aumenta chances de Bottas na Williams*
* Por Luis Fernando Ramos
Foi um passo lógico. Desde a saída de Adam Parr da direção da Williams, o austríaco Toto Wolff passou a ser uma presença mais constante nos boxes da equipe. O acionista estava claramente mais envolvido em ajudar Frank Williams a tocar o dia-a-dia de um time que, afinal, voltou a vencer uma corrida e apresenta neste ano uma competitividade como há muito não se via pelos lados de Grove - o FW34 é um modelo capaz de pontuar com regularidade e eventualmente se intrometer na briga da frente.
Assim, o time anunciou hoje que Wolff efetivamente assume um cargo que já tinha na prática, o de Diretor-Executivo. O release oficial trouxe a habitual troca de elogios de ambas as partes: “É uma grande honra para mim ajudar a Sir Frank no seu papel de chefe da equipe Williams. Sou acionário dela desde 2009 e estou animado em poder trazer minhas responsabilidades a um nível maior. Juntos, trabalharemos incansavelmente para tornar a organização a mais bem sucedida possível”, garantiu o austríaco.
“O novo papel de Toto, trabalhando mais perto de mim, diz respeito à Williams olhando em frente e garantindo uma bem sucedida administração da companhia. Estou animado com essa nova relação de trabalho e acredito que a parceria tornará a equipe de Fórmula 1 mais forte”, afirmou Frank Williams.
A escolha me agrada bastante. Wolff aumentou o perfil e o sucesso de cada companhia com a qual se envolveu, inclusiva uma no campo do automobilismo, a AMG - ligada à Mercedes na DTM e em uma série de outras parcerias. Me parece o nome certo para dirigir a Williams e, ao contrário de Adam Parr, alguém que traz no sangue a paixão pelo automobilismo por seu próprio passado de piloto.
A decisão também claramente aumenta as chances de Valteri Bottas assumir um dos cockpits da equipe no ano que vem. Wolff é empresário do finlandês há alguns anos e o trabalho que está sendo feito às sextas-feiras claramente visa prepará-lo para entrar na F-1 em 2013. E, apesar de ter cometido em Hockenheim seu primeiro erro do ano, até agora o finlandês agrada muito à todos da equipe pela velocidade, constância de voltas e feedback técnico para os engenheiros.
Foi um passo lógico. Desde a saída de Adam Parr da direção da Williams, o austríaco Toto Wolff passou a ser uma presença mais constante nos boxes da equipe. O acionista estava claramente mais envolvido em ajudar Frank Williams a tocar o dia-a-dia de um time que, afinal, voltou a vencer uma corrida e apresenta neste ano uma competitividade como há muito não se via pelos lados de Grove - o FW34 é um modelo capaz de pontuar com regularidade e eventualmente se intrometer na briga da frente.
Assim, o time anunciou hoje que Wolff efetivamente assume um cargo que já tinha na prática, o de Diretor-Executivo. O release oficial trouxe a habitual troca de elogios de ambas as partes: “É uma grande honra para mim ajudar a Sir Frank no seu papel de chefe da equipe Williams. Sou acionário dela desde 2009 e estou animado em poder trazer minhas responsabilidades a um nível maior. Juntos, trabalharemos incansavelmente para tornar a organização a mais bem sucedida possível”, garantiu o austríaco.
“O novo papel de Toto, trabalhando mais perto de mim, diz respeito à Williams olhando em frente e garantindo uma bem sucedida administração da companhia. Estou animado com essa nova relação de trabalho e acredito que a parceria tornará a equipe de Fórmula 1 mais forte”, afirmou Frank Williams.
A escolha me agrada bastante. Wolff aumentou o perfil e o sucesso de cada companhia com a qual se envolveu, inclusiva uma no campo do automobilismo, a AMG - ligada à Mercedes na DTM e em uma série de outras parcerias. Me parece o nome certo para dirigir a Williams e, ao contrário de Adam Parr, alguém que traz no sangue a paixão pelo automobilismo por seu próprio passado de piloto.
A decisão também claramente aumenta as chances de Valteri Bottas assumir um dos cockpits da equipe no ano que vem. Wolff é empresário do finlandês há alguns anos e o trabalho que está sendo feito às sextas-feiras claramente visa prepará-lo para entrar na F-1 em 2013. E, apesar de ter cometido em Hockenheim seu primeiro erro do ano, até agora o finlandês agrada muito à todos da equipe pela velocidade, constância de voltas e feedback técnico para os engenheiros.
Quando 25 milhões de euros representam bem pouco*
* Por Lívio Oricchio
O retorno esportivo, promocional e técnico de Fernando Alonso para a Ferrari é tão grande que os cerca de 25 milhões de euros (R$ 65 milhões) pagos por temporada ao espanhol representam, por mais contraditório que pareça, uma pechincha. A terceira vitória no campeonato, ontem no GP da Alemanha, apesar da pressão intensa do estimulado alemão Sebastian Vettel, da Red Bull, e depois do renascido Jenson Button, McLaren, durante as 67 voltas da corrida, lhe permitiu ampliar a liderança na classificação de 13 para 34 pontos (154 a 120), diante de um irreconhecível Mark Webber, da Red Bull, somente oitavo.
Agora, mesmo sem fazer pontos no próximo GP, já domingo, na Hungria, garante ainda o primeiro lugar no campeonato. E pensar que depois da inquietante estreia do modelo F2012 italiano, na Austrália, não foram poucos os que já consideravam outra temporada perdida para a Ferrari. Desde a estreia da nova versão do F2012, na Espanha, porém, Alonso disputou seis provas e dos 150 pontos possíveis somou 111, decorrente de duas vitórias, duas segundas colocações, um terceiro e um quinto lugar. A etapa de Hockenheim encerrou a primeira metade do Mundial, mas se Alonso for campeão será um dos títulos mais merecidos da história.
“Tive um dia perfeito (em termos de resultado) que, na realidade, começou com a pole position, ontem. Depois, o bom comportamento do nosso carro no seco também, hoje, mesmo sem ser o mais veloz, a estratégia correta da equipe e o fato de alguns adversários não marcarem pontos, como Lewis (Hamilton), ou poucos pontos, como Mark”, afirmou Alonso. Foi a 30.ª vitória na carreira. O segundo colocado no GP da Alemanha, Button, ratificou o comentário do piloto da Ferrari, sem modéstia, não comum no seu comportamento sempre discreto. “Não há ninguém mais veloz do que nós agora. Vamos lutar pela vitória nas próximas corridas”, afirmou. A dez voltas do fim estava a menos de um segundo de Alonso.
A McLaren também reviu o projeto do modelo MP4/27 e em Hockenheim o utilizaram pela primeira vez. Nas seis etapas anteriores à de ontem, Button havia somado 7 dos 150 possíveis. Um desastre. Mas tal como fênix, no entanto, o campeão do mundo de 2009 ressurgiu das cinzas. Não entrou na luta pelo título, com seus 68 pontos apenas, sétimo colocado, porém deve ser protagonista novamente das provas. Bom para o espetáculo, como o de ontem.
O segundo lugar de Button só foi confirmado pelos comissários desportivos horas depois da bandeirada. Vettel o ultrapassou pela área externa asfaltada da curva 6, fora da pista, na penúltima volta, e acabou recebendo como punição 20 segundos ao tempo de corrida, o que o fez cair para a quinta colocação. O alemão tem, agora, no campeonato, 110 pontos, terceiro. Com a decisão dos comissários o terceiro lugar no GP da Alemanha ficou para Kimi Raikkonen, da Lotus, quarto na temporada, com 98 pontos.
“Fui para fora da pista para deixar espaço a Jenson. A única intenção era evitar um toque entre nós. Foi maravilhoso estar no pódio com toda aquela torcida, mas tenho de respeitar a decisão”, afirmou Vettel. Havia perdido o segundo lugar para Button no seu segundo pit stop, na 41.ª volta. De qualquer forma, apesar do bom ritmo de Vettel, permaneceu a menos de um segundo de Alonso durante muitas voltas, a Red Bull não repetiu, na Alemanha, o desempenho na primeira corrida realizada no asfalto seco depois da enorme vantagem imposta em Valência, na estreia da nova versão de seu RB8. “Simplesmente eu não tinha velocidade, não tinha como acompanhar o ritmo dos que estavam a minha frente”, explicou Webber, ausente da competição.
Raikkonen recebeu a bandeirada em quarto, contudo foi terceiro por causa da punição a Vettel. “Nossos problemas começaram ontem, na classificação, com chuva. Não consegui ir além do décimo lugar. E iniciar a prova nessa posição o terceiro lugar é o máximo possível”, comentou. A Lotus não tinha a mesma velocidade da Ferrari e da Red Bull em Hockenheim, apesar de Alain Permane, diretor técnico, dizer que sim. O tradicional calor de Budapeste, no próximo fim de semana, lembrou Kimi, pode ser favorável a Lotus.
Em Hockenheim, a maioria fez dois pit stops e os pneus distribuídos pela Pirelli, médios e macios, foram menos determinantes no resultado final. A dupla da Mercedes, fez três. Michael Schumacher largou em terceiro e acabou em sétimo e Nico Rosberg, em 21.º e foi 10.º. “Tirei absolutamente tudo do carro hoje”, contou Schumacher. “Infelizmente não havia como manter alta performance muito tempo.” O alemão dá a entender que seu carro consumia mais os pneus que os adversários, daí a opção por três pit stops, ontem pior que a de duas paradas.
Desde a volta à Fórmula 1, este ano, na Austrália, Romain Grosjean, companheiro de Raikkonen, não havia disputado etapa tão ruim. Cometeu erros dos treinos livres à prova, ontem, por isso ficou em 18.º apenas. “Isso fará eu aproveitar mais o GP da Hungria.” Os dois pilotos brasileiros na Fórmula 1 tiveram fim de semana semelhante ao de Grosjean. Felipe Massa, da Ferrari, e Bruno Senna, Williams, também entraram nos boxes ao final da primeira volta para trocar o bico de seus carros em razão de toques na largada. Mas como Grosjean já na classificação para o grid, sábado, não foram eficientes. Largar lá atrás, 13.º e 14.º, aumenta exponencialmente a possibilidade de incidentes na primeira volta. Massa recebeu a bandeirada, ontem, em 12.º e Bruno, em 17.º.
O retorno esportivo, promocional e técnico de Fernando Alonso para a Ferrari é tão grande que os cerca de 25 milhões de euros (R$ 65 milhões) pagos por temporada ao espanhol representam, por mais contraditório que pareça, uma pechincha. A terceira vitória no campeonato, ontem no GP da Alemanha, apesar da pressão intensa do estimulado alemão Sebastian Vettel, da Red Bull, e depois do renascido Jenson Button, McLaren, durante as 67 voltas da corrida, lhe permitiu ampliar a liderança na classificação de 13 para 34 pontos (154 a 120), diante de um irreconhecível Mark Webber, da Red Bull, somente oitavo.
Agora, mesmo sem fazer pontos no próximo GP, já domingo, na Hungria, garante ainda o primeiro lugar no campeonato. E pensar que depois da inquietante estreia do modelo F2012 italiano, na Austrália, não foram poucos os que já consideravam outra temporada perdida para a Ferrari. Desde a estreia da nova versão do F2012, na Espanha, porém, Alonso disputou seis provas e dos 150 pontos possíveis somou 111, decorrente de duas vitórias, duas segundas colocações, um terceiro e um quinto lugar. A etapa de Hockenheim encerrou a primeira metade do Mundial, mas se Alonso for campeão será um dos títulos mais merecidos da história.
“Tive um dia perfeito (em termos de resultado) que, na realidade, começou com a pole position, ontem. Depois, o bom comportamento do nosso carro no seco também, hoje, mesmo sem ser o mais veloz, a estratégia correta da equipe e o fato de alguns adversários não marcarem pontos, como Lewis (Hamilton), ou poucos pontos, como Mark”, afirmou Alonso. Foi a 30.ª vitória na carreira. O segundo colocado no GP da Alemanha, Button, ratificou o comentário do piloto da Ferrari, sem modéstia, não comum no seu comportamento sempre discreto. “Não há ninguém mais veloz do que nós agora. Vamos lutar pela vitória nas próximas corridas”, afirmou. A dez voltas do fim estava a menos de um segundo de Alonso.
A McLaren também reviu o projeto do modelo MP4/27 e em Hockenheim o utilizaram pela primeira vez. Nas seis etapas anteriores à de ontem, Button havia somado 7 dos 150 possíveis. Um desastre. Mas tal como fênix, no entanto, o campeão do mundo de 2009 ressurgiu das cinzas. Não entrou na luta pelo título, com seus 68 pontos apenas, sétimo colocado, porém deve ser protagonista novamente das provas. Bom para o espetáculo, como o de ontem.
O segundo lugar de Button só foi confirmado pelos comissários desportivos horas depois da bandeirada. Vettel o ultrapassou pela área externa asfaltada da curva 6, fora da pista, na penúltima volta, e acabou recebendo como punição 20 segundos ao tempo de corrida, o que o fez cair para a quinta colocação. O alemão tem, agora, no campeonato, 110 pontos, terceiro. Com a decisão dos comissários o terceiro lugar no GP da Alemanha ficou para Kimi Raikkonen, da Lotus, quarto na temporada, com 98 pontos.
“Fui para fora da pista para deixar espaço a Jenson. A única intenção era evitar um toque entre nós. Foi maravilhoso estar no pódio com toda aquela torcida, mas tenho de respeitar a decisão”, afirmou Vettel. Havia perdido o segundo lugar para Button no seu segundo pit stop, na 41.ª volta. De qualquer forma, apesar do bom ritmo de Vettel, permaneceu a menos de um segundo de Alonso durante muitas voltas, a Red Bull não repetiu, na Alemanha, o desempenho na primeira corrida realizada no asfalto seco depois da enorme vantagem imposta em Valência, na estreia da nova versão de seu RB8. “Simplesmente eu não tinha velocidade, não tinha como acompanhar o ritmo dos que estavam a minha frente”, explicou Webber, ausente da competição.
Raikkonen recebeu a bandeirada em quarto, contudo foi terceiro por causa da punição a Vettel. “Nossos problemas começaram ontem, na classificação, com chuva. Não consegui ir além do décimo lugar. E iniciar a prova nessa posição o terceiro lugar é o máximo possível”, comentou. A Lotus não tinha a mesma velocidade da Ferrari e da Red Bull em Hockenheim, apesar de Alain Permane, diretor técnico, dizer que sim. O tradicional calor de Budapeste, no próximo fim de semana, lembrou Kimi, pode ser favorável a Lotus.
Em Hockenheim, a maioria fez dois pit stops e os pneus distribuídos pela Pirelli, médios e macios, foram menos determinantes no resultado final. A dupla da Mercedes, fez três. Michael Schumacher largou em terceiro e acabou em sétimo e Nico Rosberg, em 21.º e foi 10.º. “Tirei absolutamente tudo do carro hoje”, contou Schumacher. “Infelizmente não havia como manter alta performance muito tempo.” O alemão dá a entender que seu carro consumia mais os pneus que os adversários, daí a opção por três pit stops, ontem pior que a de duas paradas.
Desde a volta à Fórmula 1, este ano, na Austrália, Romain Grosjean, companheiro de Raikkonen, não havia disputado etapa tão ruim. Cometeu erros dos treinos livres à prova, ontem, por isso ficou em 18.º apenas. “Isso fará eu aproveitar mais o GP da Hungria.” Os dois pilotos brasileiros na Fórmula 1 tiveram fim de semana semelhante ao de Grosjean. Felipe Massa, da Ferrari, e Bruno Senna, Williams, também entraram nos boxes ao final da primeira volta para trocar o bico de seus carros em razão de toques na largada. Mas como Grosjean já na classificação para o grid, sábado, não foram eficientes. Largar lá atrás, 13.º e 14.º, aumenta exponencialmente a possibilidade de incidentes na primeira volta. Massa recebeu a bandeirada, ontem, em 12.º e Bruno, em 17.º.
BOLETIM DA VELOCIDADE - MORCEGÃO FM - 24.07.2012
Nesta edição, apresentada na webrádio www.morcegaofm.com.br, falamos sobre o GP da Alemanha de Fórmula 1 que teve a vitória de Fernando Alonso. Comentamos também sobre a polêmica ultrapassagem de Sebastian Vettel em Jenson Button, que rendeu punição ao piloto alemão. Além disso, neste final de semana tivemos a Fórmula Indy, em Edmonton, que teve a vitória do brasileiro Hélio Castroneves, da Penske.
O Boletim da Velocidade é uma criação e produção de Augusto Roque com a colaboração da Galera GGOO - www.ggoo.com.br - e vai ao ar na webrádio Morcegão FM - www.morcegaofm.com.br, todas as segundas-feiras e quartas-feiras.
terça-feira, 24 de julho de 2012
Debate sobre a punição de Sebastian Vettel*
* Por Felipe Motta
Só sei que a história do Grande Prêmio da Alemanha que mais repercutiu foi a punição de Sebastian Vettel após ultrapassar Jenson Button na parte final da prova.
Logo que vi a imagem pensei que o alemão não merecia ser penalizado. Era claro que ele tinha saído da pista, mas não via uma enorme vantagem para ele. Ele não cortou chicane, não encurtou caminhos, portanto não levou vantagem.
Quando saí da sala de imprensa, fui buscar compreender melhor o episódio. E ouvi de todos os personagens (pilotos, engenheiros e jornalistas) que Vettel merecia ser punido. Fiquei surpreso e busquei entender alguns pontos. Felipe Massa foi um que falou bastante sobre o ocorrido. E concedeu informações importantes.
“Na minha cabeça, isso não faz parte do regulamento. Você não pode usar o lado de fora da pista para fazer uma ultrapassagem. Isso é ganhar vantagem por um lado que não é pista. Se fosse grama, ele não ia ultrapassar ninguém. A pista acaba na linha e você não pode invadi-la para ganhar vantagem, seja para ganhar tempo ou ultrapassar alguém.”
“Na reunião dos pilotos (após Bahrein), todos eram a favor de que ele deveria ser punido, porque você não pode ultrapassar ninguém do lado de fora. Para mim, o Hamilton não poderia ter feito aquela manobra, mas essa do Vettel é ainda muito mais clara, porque é uma curva fechada. Lá, era no meio da reta e o Hamilton teve ainda menos vantagem. Aqui foi muito pior.”
Até mesmo Pastor Maldonado, o campeão de punições, foi direto ao comentar o assunto.
“Você tem de respeitar a pista. Nesse caso havia asfalto e dava para passar por fora, mas se fosse terra ou grama, a manobra não aconteceria. Então, fica muito claro que ela é proibida.”
De ouvir todos os personagens admito que entendi a situação e mudei minha visão. Acho que isso é ter humildade de compreender a questão. TODOS falavam que foi algo errado, e numa baita simplicidade. Sem estresse. Podemos discutir se a regra precisa ser mudada, se alguns conceitos devem ser revistos, mas na F-1 atual não cabia discutir.
Numa condição como a que tivemos ontem, não entra em julgamento a vantagem que ele obteve ou não. Utilizar a área de fora da pista não é permitido.
Se olharmos a imagem com atenção, percebemos que Vettel está lado a lado com Button, mas na hora de contornar a curva, ele acelera antes ganhando velocidade, provavelmente por saber que ali havia uma área de escape e não uma grama, caixa de brita ou muro.
Não se pode afirmar que Vettel fez de forma premeditada, e acho que não. Mas isso não importa. É como um pênalti no futebol. Não importa se foi uma falta tranquila ou uma falta criminosa, pênalti é pênalti. Não podemos dizer “coitado do zagueiro, ele pegou leve, então vamos colocar a bola na meia-lua que é mais justo”.
Voltemos ao caso polêmico do duelo de Hamilton e Rosberg no Bahrein, quando o primeiro ultrapassou o segundo por fora da pista em plena reta. Podemos dizer que Rosberg jogou Hamilton para fora, o que de fato parece ter acontecido. Lá, a justificativa para não punir Rosberg é que ele começou o movimento de defesa antes do ataque de Lewis. Se fosse o contrário, ele seria punido, como Michael Schumacher foi no duelo com Barrichello na Hungria, em 2010.
Eu não minimizo a discussão em torno do assunto. Na Fórmula 1 não dá para ser tudo preto no branco, claro como água. A margem para discussão existe, claro. Em Valência, a disputa Maldonado e Hamilton não é 100% definida na primeira visão. E no esporte em geral é assim. Quem nunca divergiu de uma avaliação no boxe dos árbitros, notas na ginástica olímpica e assim vai.
Só dois argumentos contrários que não concordo. 1) Assim, ninguém vai ultrapassar mais. Sabemos que isso é uma bobagem. 2) Que todo mundo na F-1 é fresquinho. Outra tolice. 3) Não adianta ficar resgatando que Schumacher passou Trulli em 2003 desta forma. Diversas avaliações mudam ao longo dos anos. Repito, acho que cabe discussão sobre se é certo ou não avaliar desta forma. Mas se decidirmos que algo está errado, então precisamos mudar. Porque como as coisas estão estabelecidas e assim que se deve proceder.
Lembro-me bem de um outro caso. Em 2010, quando Vettel errou e bateu em Button em Spa, achei que ele não merecia ser punido. Afinal, ele tinha tentando uma manobra e perdido o controle de seu carro, e não acertado deliberadamente. Ou seja, ele pagou o pato junto. Quando consultei todo mundo no paddock a ideia geral era: “claro que tem de ser punido, ele errou, mesmo que sem intenção, e tirou um cara da corrida.”
Que fique claro, Vettel, no calor do momento, não tinha muito como avaliar se devolveria ou não a posição. Cabia ao time fazê-lo. Naturalmente, faltando uma volta e meia para o fim, fica muito difícil decidir isso.
E aqui lembro de um caso final. Em 2010, a famosa disputa entre Raikkonen e Hamilton em Spa que resultou em batida de Kimi e punição do inglês fez muito barulho. Hamilton cortou a chicane e devolveu a posição já em condição de levar a vantagem. Para mim era claro que seria punido, ainda que respeitasse quem discordasse. Em Monza, na corrida seguinte, houve muita expectativa sobre o assunto.
Na prova todos estavam atentos. Massa ficou algumas voltas preso atrás de Rosberg. Quando passou, colocou suas rodas sobre a chicane. Eu até achei que ele não tinha cortado, mas a Ferrari pediu que devolvesse. No caso, era uma prudência diante de um incidente tão vivo na categoria.
Sendo como for, cabem interpretações do que se pode mudar na F-1, mas neste caso foi feito o que se podia fazer. Tanto que Christian Horner, chefe da Red Bull, disse que a punição foi maior do que o “suposto” crime cometido, mas que era a única que os comissários poderiam aplicar. “Foi uma decisão dura mas, infelizmente, essa é a única pena que os comissários podem dar quando algo é julgado após a prova. A punição não condiz com o suposto crime, mas é assim que funciona e temos de respeitar.”
Só sei que a história do Grande Prêmio da Alemanha que mais repercutiu foi a punição de Sebastian Vettel após ultrapassar Jenson Button na parte final da prova.
Logo que vi a imagem pensei que o alemão não merecia ser penalizado. Era claro que ele tinha saído da pista, mas não via uma enorme vantagem para ele. Ele não cortou chicane, não encurtou caminhos, portanto não levou vantagem.
Quando saí da sala de imprensa, fui buscar compreender melhor o episódio. E ouvi de todos os personagens (pilotos, engenheiros e jornalistas) que Vettel merecia ser punido. Fiquei surpreso e busquei entender alguns pontos. Felipe Massa foi um que falou bastante sobre o ocorrido. E concedeu informações importantes.
“Na minha cabeça, isso não faz parte do regulamento. Você não pode usar o lado de fora da pista para fazer uma ultrapassagem. Isso é ganhar vantagem por um lado que não é pista. Se fosse grama, ele não ia ultrapassar ninguém. A pista acaba na linha e você não pode invadi-la para ganhar vantagem, seja para ganhar tempo ou ultrapassar alguém.”
“Na reunião dos pilotos (após Bahrein), todos eram a favor de que ele deveria ser punido, porque você não pode ultrapassar ninguém do lado de fora. Para mim, o Hamilton não poderia ter feito aquela manobra, mas essa do Vettel é ainda muito mais clara, porque é uma curva fechada. Lá, era no meio da reta e o Hamilton teve ainda menos vantagem. Aqui foi muito pior.”
Até mesmo Pastor Maldonado, o campeão de punições, foi direto ao comentar o assunto.
“Você tem de respeitar a pista. Nesse caso havia asfalto e dava para passar por fora, mas se fosse terra ou grama, a manobra não aconteceria. Então, fica muito claro que ela é proibida.”
De ouvir todos os personagens admito que entendi a situação e mudei minha visão. Acho que isso é ter humildade de compreender a questão. TODOS falavam que foi algo errado, e numa baita simplicidade. Sem estresse. Podemos discutir se a regra precisa ser mudada, se alguns conceitos devem ser revistos, mas na F-1 atual não cabia discutir.
Numa condição como a que tivemos ontem, não entra em julgamento a vantagem que ele obteve ou não. Utilizar a área de fora da pista não é permitido.
Se olharmos a imagem com atenção, percebemos que Vettel está lado a lado com Button, mas na hora de contornar a curva, ele acelera antes ganhando velocidade, provavelmente por saber que ali havia uma área de escape e não uma grama, caixa de brita ou muro.
Não se pode afirmar que Vettel fez de forma premeditada, e acho que não. Mas isso não importa. É como um pênalti no futebol. Não importa se foi uma falta tranquila ou uma falta criminosa, pênalti é pênalti. Não podemos dizer “coitado do zagueiro, ele pegou leve, então vamos colocar a bola na meia-lua que é mais justo”.
Voltemos ao caso polêmico do duelo de Hamilton e Rosberg no Bahrein, quando o primeiro ultrapassou o segundo por fora da pista em plena reta. Podemos dizer que Rosberg jogou Hamilton para fora, o que de fato parece ter acontecido. Lá, a justificativa para não punir Rosberg é que ele começou o movimento de defesa antes do ataque de Lewis. Se fosse o contrário, ele seria punido, como Michael Schumacher foi no duelo com Barrichello na Hungria, em 2010.
Eu não minimizo a discussão em torno do assunto. Na Fórmula 1 não dá para ser tudo preto no branco, claro como água. A margem para discussão existe, claro. Em Valência, a disputa Maldonado e Hamilton não é 100% definida na primeira visão. E no esporte em geral é assim. Quem nunca divergiu de uma avaliação no boxe dos árbitros, notas na ginástica olímpica e assim vai.
Só dois argumentos contrários que não concordo. 1) Assim, ninguém vai ultrapassar mais. Sabemos que isso é uma bobagem. 2) Que todo mundo na F-1 é fresquinho. Outra tolice. 3) Não adianta ficar resgatando que Schumacher passou Trulli em 2003 desta forma. Diversas avaliações mudam ao longo dos anos. Repito, acho que cabe discussão sobre se é certo ou não avaliar desta forma. Mas se decidirmos que algo está errado, então precisamos mudar. Porque como as coisas estão estabelecidas e assim que se deve proceder.
Lembro-me bem de um outro caso. Em 2010, quando Vettel errou e bateu em Button em Spa, achei que ele não merecia ser punido. Afinal, ele tinha tentando uma manobra e perdido o controle de seu carro, e não acertado deliberadamente. Ou seja, ele pagou o pato junto. Quando consultei todo mundo no paddock a ideia geral era: “claro que tem de ser punido, ele errou, mesmo que sem intenção, e tirou um cara da corrida.”
Que fique claro, Vettel, no calor do momento, não tinha muito como avaliar se devolveria ou não a posição. Cabia ao time fazê-lo. Naturalmente, faltando uma volta e meia para o fim, fica muito difícil decidir isso.
E aqui lembro de um caso final. Em 2010, a famosa disputa entre Raikkonen e Hamilton em Spa que resultou em batida de Kimi e punição do inglês fez muito barulho. Hamilton cortou a chicane e devolveu a posição já em condição de levar a vantagem. Para mim era claro que seria punido, ainda que respeitasse quem discordasse. Em Monza, na corrida seguinte, houve muita expectativa sobre o assunto.
Na prova todos estavam atentos. Massa ficou algumas voltas preso atrás de Rosberg. Quando passou, colocou suas rodas sobre a chicane. Eu até achei que ele não tinha cortado, mas a Ferrari pediu que devolvesse. No caso, era uma prudência diante de um incidente tão vivo na categoria.
Sendo como for, cabem interpretações do que se pode mudar na F-1, mas neste caso foi feito o que se podia fazer. Tanto que Christian Horner, chefe da Red Bull, disse que a punição foi maior do que o “suposto” crime cometido, mas que era a única que os comissários poderiam aplicar. “Foi uma decisão dura mas, infelizmente, essa é a única pena que os comissários podem dar quando algo é julgado após a prova. A punição não condiz com o suposto crime, mas é assim que funciona e temos de respeitar.”
Fotos WTCC, AUTO GP e MARCAS - Curitiba 22 e 23/07
WTCC
Com o domínio total dos Cruze's tanto na qualificação como nas corridas 1 e 2 o WTCC poderia se chamar
World Touring Chevrolet Championship.
Auto GP
Quem também dominou o final de semana em Curitiba foi Antonio Pizzonia.
Largando em 3º na primeira corrida e 8ª na segunda, venceu ambas as provas.
Os bólitos da Auto GP andam muito, berram alto e freiam só na placa de 50m.
Ótima categoria, o ponto ruim: Corridas com apenas 25 a 30 minutos.
Brasileiro de Marcas
Duas corridas bem movimentadas, muitos pegas, boas ultrapassagens, várias entradas do Safety Car
por motivos de batidas e de carros saindo da pista no S de Baixa e também no S de Alta.
F3 Sulamericana
Na corrida de sábado acabou a bateria da câmera e no domingo eu não vi a corrida.
Mais vai outras do correspondente GGOO Curitiba se divertindo no AIC.