* Por Luis Fernando Ramos
Lewis Hamilton mudou muito nas últimas semanas. Ficou mais ativo na sua conta do twitter, deu de ombros às fotos publicadas pelos tablóides ingleses de uma noitada sua em Londres e apareceu nos paddocks da Fórmula 1 visivelmente mais relaxado. Uma postura que se mostrou efetiva nas pistas também.
No Grande Prêmio da Hungria, o inglês da McLaren pilotou com a calma de um veterano para não dar a menor chances aos pilotos da Lotus, que tinham um carro mais veloz mas não acharam caminho para ultrapassar o carro prateado no apertado traçado nas cercanias de Budapeste. Depois, ao invés de atacar os críticos, Hamilton preferiu celebrar sua juventude.
"É sempre bom sair com uma vitória. Parece sempre haver muita conversa sobre minha vida privada. Espero que isso responda a muito do que foi dito. Estou 100% concentrado este ano, mesmo que pensem o contrário. Nunca tive tão comprometido com o trabalho. Mas também estou perto dos 30, me falaram que a partir dali a coisa só piora. Tenho de encontrar um bom equilíbrio e acho que consegui".
Aprender a relaxar e se permitir a rir de si mesmo parece a melhor decisão que Hamilton tomou nos últimos anos. Ter recebido apoio da McLaren desde a tenra idade lhe ajudou muito, mas também lhe colocou um peso muito grande nos ombros: o de corresponder às imensas expectativas que se tinha dele. Se continuar como o vimos na Hungria, pode minar o que sempre foi seu ponto fraco: a incapacidade de lidar com a pressão. Hoje vimos um exemplo de alguém que superou isso.
A corrida em Hungaroring foi, com folgas, a mais aborrecida de um ano abarrotado de corridas incríveis. E o brilho do carro da Lotus, que colocou Kimi Raikkonen e Romain Grosjean no pódio, acabou ajudando a Fernando Alonso. Mesmo num final de semana apagado da Ferrari, o espanhol conseguiu ampliar sua vantagem na liderança do Mundial já que o vice-líder, Mark Webber, chegou atrás dele.
A única má notícia para o piloto da Ferrari foi o fato de que outros pilotos fortes ganharam terreno na tabela. Entre eles um relaxado e alegre Lewis Hamilton.
Quem também pode ter encontrado o momento da virada em 2012 é Bruno Senna. Andou bem em todos os treinos livres, finalmente se classificou entre os dez primeiros do grid e fez uma corrida forte, não cometendo erros na pressão exercida por pilotos com carros e pneus melhores. Se seguir nesta toada nas próximas etapas, pode reverter a impressão de que suas chances de permanecer na Williams são pequenas. A questão do custo-benefício, na Fórmula 1, é mais importante do que apenas o dinheiro em si.
Quanto a Felipe Massa, sua prova foi definida numa largada ruim e um ritmo de corrida absolutamente aceitável se comparado ao de Fernando Alonso. Mas o grande problema dele neste momento está fora das pistas. Cresce a impressão de que a Ferrari está ativa atrás de uma opção para correr ao lado do espanhol no ano que vem. Pode ser que não encontrem o que querem e permaneçam com o brasileiro. Nomes de candidatos aparecem o tempo todo na imprensa, alguns realistas, outros absolutamente impossíveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário