quinta-feira, 26 de julho de 2012

É quase tudo ou nada para Hamilton na Hungria*

* Por Lívio Oricchio


Não daria para bater o martelo, algo do tipo Lewis Hamilton, da McLaren, estará fora da luta pelo título se domingo não somar importantes pontos no GP da Hungria, 11.ª etapa do campeonato e início da segunda metade da temporada. Mas outro resultado ruim o deixa com poucas possibilidades de se inserir na disputa com Fernando Alonso, Ferrari, Mark Webber e Sebastian Vettel, ambos da Red Bull, os primeiros colocados no Mundial.

O jovem inglês, campeão do mundo de 2008, tem consciência da necessidade de conseguir bem mais que apenas quatro pontos como fez nas últimas três provas do calendário. “Há boas razões para me sentir confiante. A versão do carro que estreamos (no GP da Alemanha) parece apresentar o desempenho que prevíamos.” Jenson Button, seu companheiro, desafiou o líder nas voltas finais, Alonso.

Quando a Fórmula 1 deixou Montreal, dia 10 de junho, Hamilton liderava o Mundial. Agora, antes da etapa de Budapeste, ocupa apenas a quinta colocação, com 92 pontos diante de 154 do espanhol da Ferrari. É uma diferença considerável, 62 pontos. Os pilotos recebem 25 pontos por vitória. Se Alonso ampliar a já importante vantagem domingo, Hamilton, o piloto mais combativo do campeonato, ao lado do asturiano, dependerá de classificar-se com regularidade no pódio, objetivo bastante difícil este ano, com várias concorrentes muito bem preparados, e ainda do insucesso dos que ocupam as primeiras colocações. Possível? Sim. Provável? Não.

“Sinto que a próxima corrida será o momento da virada de nossa equipe”, afirma Hamiton. “Temos agora o ritmo que precisávamos, nossas estratégias têm sido eficientes e os pit stops, apesar de alguns problemas no começo do ano, são agora os mais velozes.” Hamilton não obteve melhor resultado em Hockenheim, domingo, porque foi obrigado a realizar um pit stop ao final da segunda volta, para substituir um pneu furado. Como mesmo andando muito rápido estava fora dos dez que marcam pontos, a equipe o chamou para os boxes, alegando quebra do câmbio. É um recurso que todos usam: abandonar a prova para ter o direito de troca o câmbio sem perder cinco colocações no grid.

A velocidade da nova versão do modelo MP4/27 da McLaren, lembrada por Hamilton agora, antes do GP da Hungria, é tal que Button recebeu a bandeirada seis segundos atrás de Alonso. Nas seis corridas anteriores, o inglês, campeão do mundo de 2009, havia somado apenas sete pontos. Se para Hamilton é imperioso reagir já domingo, no circuito Hungaroring, a fim de continuar com chances de ser campeão, para Button a situação é bem pior. É apenas o sétimo na classificação, com 68 pontos, ou 86 pontos a menos de Alonso. “Não sei onde vou estar nas provas finais, o que é certo é que vou me divertir bastante daqui para a frente com esse carro, muito rápido”, disse Button, na Alemanha.

Enquanto o discurso na McLaren é de reação ao momento difícil no campeonato, na Ferrari o seu presidente, Luca di Montezemolo, pede que todos na equipe mantenham o foco. O grupo de engenheiros da Ferrari conseguiu a proeza de transformar o modelo deste ano, F2012, que parecia equivocado, em um carro vencedor. E Alonso está pilotando como nunca. “Vejo adversários fortíssimos, a McLaren fez grande progresso, a Red Bull sabemos é rápida e a Lotus também em algumas ocasiões.”

Entre os construtores a Ferrari está em segundo, com 177 pontos, mas com o atenuante de que Felipe Massa contribuiu com apenas 23. Os demais 154 vieram de Alonso. A líder é a Red Bull, com 230, e a McLaren ocupa o terceiro lugar, com 160.

Os treinos livres do GP da Hungria começam amanhã. Faz calor em Budapeste, como sempre, 31 graus, ontem, mas tanto no site oficial da Fórmula 1 como no noticiário da TV a previsão é de chuva para amanhã e domingo. A classificação, sábado, segundo os dois serviços meteorológicos, será disputada com pista seca. No ano passado Button venceu a prova no molhado.

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