O mais irônico nesse GP da Alemanha foi ver Itália e Espanha, os primos pobres da zona do Euro, faturarem a pole e vencerem sem conceder uma chance ao seleto time de pilotos da toda poderosa dona da casa.
Ferrari e Alonso formaram uma dobradinha latina inalcançável no carrossel alemão, para desgosto do jovem bicampeão, que começa a dar sinais de impaciência. O sorriso ficou mais econômico, os "protestos" mais frequentes. Tenso, Sebastian Vettel não tem o mesmo brilho.
Os holofotes são todos para Fernando Alonso, que está a viver um momento iluminado. Mais relaxado, de bem com a vida, pilotando com rara magia. Veloz nas classificações, perfeito nas largadas, preciso nas corridas. Mago a ponto de encantar uma equipe que começou o ano em apuros. Quanto vale um grande piloto?
Achei que a organização devia ter dado bandeira amarela na primeira volta diante da quantidade de detritos que se espalharam pela pista. Infelizmente um competidor do quilate de Lewis Hamilton acabou tendo a corrida ceifada por um pedaço de fibra de carbono.
A McLaren deve estar amargurada com o rumo que o campeonato tomou. Como podem vencer corridas, mas encontram-se muito atrás na pontuação, seu papel se resume a atrapalhar a luta da Red Bull, que precisa contrapor-se à regularidade de Alonso.
Duro falar da corrida dos brasileiros. Senna teve um ritmo razoável, evitando tomar uma volta dos líderes, depois dos problemas na primeira volta, mas sorte ele teve com os problemas que prejudicaram o rendimento do FW34 de Maldonado. O venezuelano foi outra vítima dos detritos que terminaram por quebrar o assoalho e destruir a aerodinâmica do seu carro.
Massa teve outro final de semana em que Alonso venceu e ele não pontuou. Pior impossível.
Chama atenção a regularidade de Kimi Raikkonen. Ainda que a Lotus não convença plenamente, a hora do finlandês subir no alto do pódio parece cada dia mais madura. Mesmo voltando da inatividade, domina facilmente o ímpeto de Grosjean.
A questão da punição acabou muito controversa, com gente esclarecida dividida contra e a favor da decisão que rebaixou Vettel para a quinta posição. Pessoalmente, achei péssimo, modificando algo que estava plenamente legitimado.
Com sucesso tão precoce e um jejum de vitórias em casa, vencer na Alemanha já se tornou uma questão delicada. Assim, Fernando Alonso segue flanando, um degrau acima da concorrência, rumo à consagração do tricampeonato.
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